Capítulo 15 - Maria Monteiro

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— Pois não? — Alexia ouviu a voz na outra linha.

— Ah... oi — falou envergonhada. Não era todo dia que ligava para um homem que recentemente descobriu ser seu pai. Ou "possível" pai. — É a Alexia. A sua... filha? — falou, mais como uma pergunta do que uma afirmação.

— Ei! Que bom que me ligou. Conversou com os seus pais?

— Conversei. A sua história... bate com a deles.

— Então acredita em mim agora!? — Michael indagou em um tom alegre.

— Sim. Um pouco.

— Que ótimo! Prometo tentar compensar tudo o que não fiz no passado, mesmo que não tenha muito o que eu possa fazer agora... — ele concluiu.

Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos.

— Ah, é verdade! Você me disse antes que o Sr. Monteiro a havia chamado para a agência dele, certo? Não gostaria de nos visitar hoje?

— Hoje? — Alexia pensou. — A que horas, exatamente?

— Pode vir agora se quiser! Todos os funcionários já estão chegando do horário de almoço.

— Agora? — a moça olhou no relógio e marcava quase uma da tarde. "O que fazer? Também marquei de sair com o Alex hoje, mas aquele idiota ainda não me disse o horário. Provavelmente será a noite... ele não parece o tipo de cara que vai ao cinema à tarde". — Tudo bem. Pode ser, sim.

— Maravilhoso! — Michael exclamou. — Quando estiver chegando me avise para que eu possa esperar por você na porta, okay?

— Okay, obrigada — a moça se despediu e logo começou a se arrumar.




— Oi. Eu já estou na porta — Alexia falou, enquanto observava o letreiro rosa na parede da agência. "Por que esses tipos de pessoas gostam tanto da cor rosa?".

— Já estou indo — Michael respondeu.

Poucos minutos depois, Michael apareceu na porta, sorridente.

— Olá, querida. Como vai? — tentou abraçar a moça, mas ela o afastou.

— Eu agradeceria se você não me chamasse por apelidos e evitasse contatos físicos — falou sem o encarar.

— Ah! Me desculpe. Está certíssima — o homem disse sem graça. — Pode me chamar de Foster, por enquanto. Se achar melhor — sorriu. — Vamos entrar? O Sr. Monteiro também a aguarda.

— Você disse a ele que eu viria? — Alexia encarou Michael, preocupada.

— Claro. Afinal ele é o dono. Não posso chamar uma pessoa sem avisá-lo antes.

Alexia respirou fundo, enquanto seguia Michael para dentro do local. "Só espero que aquele senhor maluco não me obrigue a ficar aqui".

— É a primeira vez que você entra em um lugar como esse, não é?

— Sim. Nunca me interessei muito por essas coisas — a moça observou o lugar. Tudo nele era chique e parecia custar uma fortuna. Alexia soltou um suspiro. "Pelo visto a família da Maria também é bem rica. Não igual aos Ritcher, mas uma boa grana eles têm".

— Sério? À primeira vista você parece se importar bastante com isso... — Michael disse pensativo. — Parecem ter muitas coisas de que preciso saber sobre você.

— Bastante coisas...

— Michael! — escutaram alguém gritar. — Esta é a pessoa que você convidou? Que coincidência! Parece que já nos conhecemos — Sr. Monteiro sorriu.

Philia [Completo] [Versão inicial]Onde histórias criam vida. Descubra agora