Minisódio 02

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— Mãe! — Roxy choramingou, enquanto Maria a ajudava a colorir desenhos.

— Hum?

— Eu quero um cachorro!

— Cachorro? Por que você quer um cachorro? Você já tem o seu pai.

— O papai não é cachorro! — a garota bufou, emburrada.

— Claro que é. Ele faz tudo o que você pede — Maria levantou o olhar para a cozinha. — ALEX! VEM AQUI RAPIDINHO? — gritou e o marido se aproximou preocupado.

— O que foi?

— Senta.

— Ahn...?

— Senta — a ruiva repetiu, batendo no tapete ao seu lado.

Alex semicerrou os olhos e se sentou ao lado da esposa.

— Me dá a sua mão.

— Para que tudo isso? — ele estendeu a mão para Maria, que deu dois tapinhas em sua cabeça e sorriu.

— Bom garoto.

— Quê?! — Alex indagou ainda mais confuso.

— Nossa, pai... — Roxy afirmou, atraindo a atenção do mais velho. — Você é um cachorrão mesmo.

— É o quê? "Cachorrão"?! Por quê?!

— Já acabei. Pode ir agora — Maria balançou a mão, entediada, voltando sua atenção para o desenho novamente.

—...entendi nada — Alex arqueou as sobrancelhas, se levantando e voltando para a cozinha.

— Não disse?

— Mas não é a mesma coisa de ter um cachorrinho, mamãe! — Roxy deitou a cabeça sobre a mesinha, dramatizando.

— Por que você decidiu que queria um cachorro do nada?

— Eu preciso de um companheiro para brincar.

— E seus amigos da escolinha? Não pode brincar com eles?

— Não, de jeito nenhum! — a garota negou rápido. — Eles são idiotas demais e é muito trabalhoso ter que brincar do jeito deles.

— Uau...! — Maria sorriu, emocionada. — Você está crescendo tão bem, filha. Fiz um ótimo trabalho te criando.

— Quer dizer que você vai comprar um cachorro para mim?! — Roxy se levantou, animada.

— Eu não me importo.

— EBA!

— Pergunte ao seu pai antes. Eu duvido que ele vá negar um pedido seu, mas... — Maria deu de ombros e se sentou no sofá. — Só para ele não vir encher o meu saco depois.

— 'Tá bom! — a garota exclamou e sem perder tempo correu até a cozinha. — Ô PAI! — chamou, surpreendendo Alex.

— Que susto, filha! Eu estava com a faca na mão, cuidado.

— Desculpa... PAI!

— O quê? — ele disse, voltando a cortar as cebolas.

— Você me dá um cachorro?

— Cachorro? De repente?

— Eu quero um amigo para brincar. É muito difícil brincar com pessoas — Roxy afirmou, recebendo um olhar do pai.

— Você está falando igualzinho a Maria. Isso é assustador.

— Eu vou crescer e ser igual a mamãe!

Philia [Completo] [Versão inicial]Onde histórias criam vida. Descubra agora