Philia [Completo] [Versão inicial]

Capítulo 61 - O que NÃO fazer por amor

— Eu não acredito nela! — Alex reclamou enquanto jogava uma pedra no lago. — Ela é tão difícil!

— E não é disso que você gosta? — Alexia se aproximou do amigo com um sorriso.

— Lex? O que está fazendo aqui?

— Eu quem pergunto. Não deveria estar tentando recuperar a confiança da sua ruivinha?

— Que confiança? Aquela ali não confia em ninguém... você lembra, não lembra? Ela já disse isso antes... — Alex bufou ao se sentar na grama. — Ela nem deve gostar de mim de verdade.

— De onde você tirou isso?

— Eu fiquei pensando essa noite...

— Ah, não! Sempre que você pensa, coisas ruins acontecem! — Alexia suspirou e Alex a olhou sério. — ...desculpa, continua.

— Eu estive pensando e não me lembro dela ter dito nenhuma vez que gosta de mim.

— Claro, não é do feitio dela. Aposto que ela nunca disse isso nem para o pai e a avó.

— Mas eu sempre digo... — Alex respirou fundo, apoiando os braços nos joelhos.

— Por que você pensou nisso do nada? Você ficou estranho depois do banho de ontem à tarde.

— ...eu ouvi os empregados conversando sobre a Maria. Eles disseram que é impossível ela gostar de alguém, principalmente alguém como eu.

— E você acreditou?

— Acreditei.

— ...mas que idiota.

— ATÉ VOCÊ, LEX?!

— Desculpa, Alex, mas você realmente está sendo um idiota — Alexia suspirou. — Como sua amiga, eu preciso dizer. Não interessa o que os outros digam sobre ela, o que interessa é o que ela sente.

— Esse é o problema! Eu não sei como ela se sente! Se eu soubesse não estaria aqui, nesse momento... a Maria não se expressa. Eu pensei que ela gostasse de mim. A avó dela também me disse isso, mas... não tenho mais tanta certeza — afirmou por fim, fazendo a amiga bufar.

— Só por causa do comentário de uma pessoa aleatória? — ela disse se deitando na grama e o ouviu soltar um longo suspiro. — Deita aí.

— Deitar para quê? Isso não vai me ajudar em nada.

— Deita.

Alex suspirou mais uma vez antes de fazer como Alexia disse.

— Agora me conte a sua história.

— Contar o quê? Você já sabe ela do início ao fim.

— É verdade... — Alexia sorriu. — Então me diga o que você pensa.

— Penso?

— Sim, sobre a Maria.

— Você já sabe o que eu penso — Alex revirou os olhos, perdendo a paciência com as perguntas. — Eu gosto dela!

— Por quê?

— "Por que"? — ele encarou o céu, pensativo. — ...porque sim.

— Ah, vai! Tem que ter algo nela que você goste.

— Claro. Eu gosto da vergonha que ela sente quando me aproximo... das risadas dela quando eu faço algo ridículo... dos gritos que ela dá quando está nervosa... — Alex sorriu.

— E você já contou isso à Maria?

— Sobre o porquê de eu amar ela? E precisa? Ela já sabe o que sinto.