Foi a pior decisão da vida de Jiang Cheng namorar com Su She. Não apenas ele foi traído, como também foi exposto na internet em seu nude menos digno.
Jiang Cheng só queria morrer naquele dia e voltar à vida na segunda-feira. De preferência, depois de seu expediente naquele emprego de merda onde teria que cruzar com Li Wang, sua ex- melhor amiga e atual de Su She.
Sua vida se tornou uma sucessão de tragédias e a tequila foi o ponto principal da sua noite. Ele iria esquecer todo aquele incidente desgraçado, nem que fosse a última coisa que ele faria.
— Hoje é dia de entrar em coma alcoólico. - Jiang Cheng brindou para um desconhecido. — Vamos pra minha casa, eu quero transar até cair.
— Sou casado. - O homem ao seu lado murmurou.
— Sou bissexual e normalmente odeio reforçar o esteriotipo de promiscuidade, mas estou me sentindo uma prostituta de esquina. - Jiang Cheng vira mais um shot de tequila. - Por isso, vamos, eu como vocês dois.
E, foi assim que ele acabou nessa situação infame.
Com quinze pessoas numa sala para quatro, com gozo na camiseta e um copo de papel na mão enquanto as pessoas transavam ao seu redor.
Um par de meninas estava se comendo em cima das almofadas da avó de Su She. Jiang Cheng vai enviar essa coisa gozada e usada para a casa do seu ex, ele vai embrulhar e pôr um laço de fita.
No entanto, por enquanto, ele só vai dormir um pouco embalado pelos gemidos da festa de sexo que ele está dando. Quem não pode superar aquele merda? Hum.
──♡──
Seja quem for que saiu por último, não fechou a porra da janela. É isso que Jiang Cheng está pensando quando abre os olhos. Há muita luz nos seus olhos e sua cabeça dói, por isso ele demora a se mexer, encarando o teto branco.
Ele teme olhar sua casa e perceber que precisa limpar toda a bagunça que ele deixou ser feita. Guiado pela dor da exposição, dos chifres maiores do que um búfalo velho, da traição de sua melhor amiga e pela promessa de uma pontada deliciosa ao ter seu ânus arregaçado, a festa de sexo pareceu uma excelente ideia.
Óbvio, se ele estivesse em seu perfeito juízo, ele teria feito essa porra num motel.
Ele tem certeza que seu lençol deve estar arruinado e que deve ter pego herpes - no mínimo - de tanto pau que ele chupou. Se ele pensar em buceta, ele sabe que foi um número maior.
Nossa Senhora da Vergonha Alheia em Solteiros Desesperados, acuda Jiang Cheng. Ele não pode ir parar no XVideos. Não outra vez, não quando ele estava agindo como um cachorro no cio e alcoolizado.
Estar na miséria já é ruim quando se está sozinho e arrependido de toda tequila, porém é ainda pior quando há uma companhia.
Sim, a sorte de Jiang Cheng não poderia ser pior. Poderia?
Ele fecha os olhos ao ouvir os passos se aproximando. São passos curtos e leves, como se a pessoa estivesse se arrastando.
Jiang Cheng é ateu, mas até Deus fica surpreso com todos os "Ave Maria, o senhor é convosco" que ele reza em dez segundos, desejando que a pessoa pegue o que tiver de pegar e saia. Desejando que não cutuque ele e peça dinheiro para o táxi.
O ateísmo de Jiang Cheng é reforçado quando deus nenhum lhe ouve e ele é cutucado com a ponta de um dedo muito magro - ele supõe, pois só assim para ser tão pequeno.
— O que você quer, porra? - Jiang Cheng vociferou, virando a cabeça para o lado do toque, seus olhos se abrem e a cabeça lateja pelo movimento súbito.
Assim que seus olhos se focam na casa e na figura que o cutucou, um grito se forma na sua garganta mas ele bate os dentes, engolindo a exclamação.
Qual é? Jiang Cheng é gay e Gen Z. Ele já leu fanfics e novelas o suficiente para ter uma leve ideia de transmigração e viagem no tempo. Ele precisa saber o que está acontecendo.
Essa não é sua casa, embora o sofá esteja na mesma posição.
Há muitos móveis caros, alguns quadros coloridos nas paredes e uma criança abraçando um ursinho enquanto seus olhos lacrimejantes encaram Jiang Cheng.
Merda, ele esbravejou para uma criança.
— Me desculpa, eu não quis. - Ele não sabia como completar o raciocínio e sua cabeça deu outra pontada horrível quando ele se sentou. — Gege não quis gritar com você, foi uma confusão.
Jiang Cheng não encontra bagunça em qualquer lugar e isso lhe tira metade da preocupação com a limpeza.
O menino continua parado, assustado demais, os ombrinhos encolhidos e as mãos firmes no ursinho, fazendo vincos na pelúcia. Ele tem olhos grandes e inclinados, uma franjinha bagunçada, um nariz de bolinha e bochechas muito cheias.
A camiseta é do Bob Esponja e, apesar de ser comprido e parecer ter quatro anos, esse menino ainda usa fraldas.
Lembra a Jiang Cheng de alguém que ele já viu. Ele só não consegue ligar os pontos agora.
— Onde está seu pai, ahn? Vamos procurar por ele. - Jiang Cheng é estudante de relações internacionais, ele sabe que precisa ser diplomático. Principalmente com crianças. Ele oferece a mão, falando muitíssimo baixo para não fazer sua cabeça doer. — Consegue levar esse gege até seu pai?
E, por favor, que seu pai seja alguém sensato que vai me devolver pro meu apartamento. Não posso ficar em cativeiro.
Sim, ele lê fanfic, mas não é como se ele fosse acreditar de cara que transmigrou, não é?
Jiang Cheng só acreditará nessa ideia em último caso.
O menino solta um dos bracinhos e estende a mão na direção de Jiang Cheng mas ao invés de segurar a mão, ele aponta.
Sua vozinha é baixa - graças aos céus, porque Jiang Cheng não pode levar mais nada em sua cabeça, mas completamente clara.
— Papai. - Ele continua apontando na direção do nariz de Jiang Cheng.
— Papai? Eu?
O menino apenas assente, seu dedinho se recolhendo quando ele abraça o urso de volta.
Jiang Cheng engole essa informação a seco. Como é que foi que ele fez um filho de quatro anos - mais ou menos, numa noite?
— Jingyi, não incomode o papai, ele está doente. - Uma voz macia chama, os passos se aproximando rápido e então, Jiang Cheng tem um homem digno dos cinemas na sua frente.
Ele até pensa que o cara deve se chamar "sonho de consumo da mãe" de tão perfeito que ele é.
— Você viu o que fez ficar assim? - O homem pergunta, mas Jiang Cheng não tem nenhuma intenção de fazer qualquer coisa que não seja olhar para esse homem. Então, ele não responde, uma mão na cabeça, tentando entender o porquê desse sonho estar mantendo a ressaca quando pode criar um homem tão bom. — Amor? Está me ouvindo?
Não, Jiang Cheng não estava ouvindo ele. Ele estava olhando para as coxas grossas, os braços bem malhados e o tamanho de certo pau.
— Jiang Cheng, você ainda está de birrinha comigo? Eu beijei Meng Yao há cinco anos e nós dois nem nos falamos durante esse tempo, se ele está noivo ou não de Nie Mingjue, não muda coisa alguma. Sou seu marido, não vou trair você.
Marido?
Não vai trair?
Quando foi que Jiang Cheng deu pra um gostoso milionário e por que ninguém filmou isso? Ele adoraria se ver gemendo como uma vadia, ainda mais no pau de um homem tão bonito.
Nossa Senhora das Prostitutas Gratuitas, ajude Jiang Cheng a superar o fato de que foi chamado de "marido", por um cara tão gostoso como esse.
Foi sorte ou azar ter bebido tanto?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Bela Adormecida, como você se tornou um pai?
FanficNesse reconto de Bela Adormecida, Jiang Cheng vai dormir e acorda 5 anos depois com uma criança o cutucando e chamando "papai". Inesperadamente, ele até tem um marido e aprende a amar essa nova realidade. > plot com personagens trans e PCD (defici...