Bela Adormecida, como você se tornou um pai?

Onze

Normalmente, Jiang Cheng diria que a vingança não compensa, mas agora que ele está observando enquanto Su She tira as roupas para eles "visitarem uma festa de nudismo". Talvez Jiang Cheng tenha escolhido a praia mais longe que conseguiu pensar e, só talvez, ele tenha fingido que ia tirar as roupas.

─ Anda logo, gostoso. ─ Su She, já nu, apressa Jiang Cheng.

─ Calma, apenas vou guardar nossas roupas no carro. ─ É o que Jiang Cheng responde, sorrindo tranquilamente para o ex namorado. Enquanto anda até o carro, vestindo apenas uma cueca, ele se pergunta como é que ele achava Su She bonito e gostoso. O que estava errado com seu cérebro?

─ Não demora, tenho medo de solidão. ─ A voz de Su She é melosa em excesso e Jiang Cheng sente ânsia só em ouvir. ─ Meu pau pode morrer se ficar muito tempo sozinho.

No entanto, Jiang Cheng atuou durante 19 anos como um cara hétero, além de assistir a atuação de seus irmãos mais velhos, logo ele é um bom ator. Até olha por cima do ombro e dá uma piscadinha para Su She, usando seu melhor sorriso.

─ Como é que eu deixaria um homem gostoso assim sozinho? ─ Jiang Cheng acredita que essa seja sua melhor atuação. Ele joga as roupas de Su She no banco de trás e veste as calças, antes de entrar no carro e dar a partida. ─ Sabe, meu irmão não terminou com você por mim atoa, babaca.

─ Jiang Cheng, para onde você está indo? ─ Su She corre na direção do carro. ─ O que porra está dando na sua cabeça maluca? Devolva minhas roupas, agora mesmo.

─ Eu nunca vi as suas roupas na vida, exceto quando eu estava nessa praia e você as tirou para tentar me seduzir. ─ Jiang Cheng pisca os olhos como uma pessoa completamente doce e inocente, retira o celular e finge estar discando o número da policia. ─ Olá, senhor policial? ─ A voz de Jiang Cheng é forçadamente doce, quase feminina quando ele a afina para dar o tom mimado que precisa. ─ Eu estou na praia X e preciso da sua ajuda, um grande pervertido começou a tirar as roupas quando me viu. Como ele se parece?

─ Jiang Cheng, seu filho da puta. Vou matar você, você está tão fodido seu arrombado desgraçado de merda. ─ Su She enfia as mãos pela janela, tentando alcançar Jiang Cheng para puxar ele pelos cabelos, mas as janelas do carro de Jiang Cheng são automáticas e com um toque Su She está preso pra fora, impotente contra a risada de Jiang Cheng.

É um pouco satisfatório vê-lo atirando areia e pedrinhas contra o vidro e talvez, Jiang Cheng esteja apenas celebrando uma vingança mesquinha e sem sentido, mas é o fim. Ele está cansado de Su She e vê-lo no tribunal será o "pós- crédito" desse encerramento.

Jiang Cheng acelera e manobra o carro para sair dali, o passo um foi concluído, agora ele precisa apenas beber tequila, flertar com alguém e ir para casa. Ele não tem certeza se isso vai dar certo, mas ainda precisa tentar. Nem que seja para ter o que fazer numa noite solitária.

Alguns metros de onde ele deixou Su She há uma lixeira, ele para o carro, joga as roupas do idiota no lixo e vai embora depois de vestir a própria camisa.

─ Pronto, agora não temos mais qualquer coisa a ver um com o outro. ─ Não há uma alma viva para ouvir isso, mas é bom dizê-lo em voz alta, deixa a alma de Jiang Cheng muito mais leve depois que ele diz.

Ele baixa as janelas enquanto volta para a cidade, agradecendo ao vento por levar qualquer vestígio do cheiro de Su She embora.

──♡──

Dessa vez, Jiang Cheng flerta com o caixa da loja de bebida e volta para casa com um número de telefone que é jogado no lixo assim que ele passa pela porta. Não há a mínima chance dele tentar uma orgia ou qualquer coisa assim, o máximo que ele pode fazer por si mesmo é colocar um pornô na televisão da sala e deixar o volume no mudo. Ele queria tentar isso no seu antigo apartamento, mas não saberia o que dizer para o inquilino.