Você bebeu

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Oi!! Deixando claro antes de começar que vocês podem odiar o quanto quiserem o Agustín nessa one shot, mas nas outras não, somente em casos como esse qnd eu tiver ideias mirabolantes.

Alerta de gatilho: violência doméstica, abuso físico e mental, alcoolismo, obsessão, etc.

Recomendo para quem chegou agora, ler o primeiro capítulo, pois é essa a continuação dele.

Boa leitura!

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As 3 da manhã Julieta estava sentada do no sofá macio da casa de seus pais, somente com a companhia da televisão no volume mais baixo e com a luz fraca que saía dela, deixando em um canal qualquer, Julieta não deu importância para o que estava passando, ela não conseguia fechar os seus olhos para descansar.
Sua mente estava inquieta, tudo no que ela conseguia pensar era em Agustín e como encontrou ele hoje, traindo sua confiança e o seu casamento ao extremo, Julieta suspirou, cansada de remoer esse sentimento doloroso.

Ela não amava Agustín, não depois do que ele fez, ela amava as memórias que eles construíram juntos, Julieta amava a pessoa que Agustín era antes da bebida, o homem carinhoso e atencioso com quem ela se casou, o pai presente e amoroso de suas filhas, o adolescente desastrado e bobo por quem ela se apaixonou aos 17 anos.

Julieta fez de tudo por Agustín, ela ainda acreditava no amor deles, mas, aquilo ficou sufocante, ter que aguentar tudo sozinha somente por amor? Não tendo um pedido de desculpas quando o seu sangue era derramado no chão? Ouvir que ela era uma "esposa horrível e uma má pessoa", e se ela falasse algo para alguém iria sofrer as consequências?

De qualquer forma, Julieta sabia lá no fundo que estava vivenciando um relacionamento abusivo, mas o que ela iria fazer? Agustín ameaçava machucar suas filhas por conta de um copo de whisky, ela não iria deixar nada acontecer com elas, por mais que fosse inevitável, então ela aceitou calada.

Oh, mas as memórias que deixaram Julieta firme todo esse tempo, entrando em negação que aquilo estava realmente acontecendo, ela não queria desistir assim tão fácil, mas, Agustín já tinha desistido há muito tempo, as memórias continuavam lá, além das lembranças deixarem Julieta emotiva, a mulher conseguia sentir tudo com a mesma intensidade, como se ainda estivesse lá.

Há muito tempo atrás.

— Ay, Agustín. - Julieta deu um sorriso sem graça ao ver que seu namorado lhe trouxe um buquê de rosas, levando suas mãos no seu peito, ela sentiu suas bochechas ficarem rosadas.

— Um presente para você, mi amor. - Agustín disse gentilmente, a fama de galanteador era somente conhecida por sua namorada, estendendo a sua mão que segurava o buquê de flores e entregando para ela.

Julieta deu uma risada, e assim segurou o buquê com cuidado, sentindo o cheirinho doce das flores ela apreciou o presentinho e notou uma cartinha no meio das flores, A Madrigal retirou o pedaço de papel do meio das rosas e arqueou a sobrancelha olhando para Agustín.

Agustín nunca foi um cara bom com surpresas românticas, geralmente ele falava cedo demais ou deixava alguma coisa escapar, ele também nunca foi conhecido como galanteador e romântico, como Félix, o namorado de Pepa, e sim como um garotinho desastrado e propenso a acidentes.

— É para mim também? - Julieta tinha um tom mais humorado em sua voz, vendo Agustín ficar vermelho igual um tomate antes de responder a pergunta, ela zombou dele mentalmente.

— É um poema, que eu mesmo escrevi - Agustín contou, meio envergonhado, era clichê e muito brega da parte dele, mas Julieta adora coisas assim.

Julieta abriu a cartinha e limpou a garganta antes de ler o poema escrito só para ela.

𝗜𝗻𝗳𝗶𝗻𝗶𝘁𝗲 𝗹𝗼𝘃𝗲 ━━━━  𝗝𝗨𝗟𝗜𝗘𝗦𝗧𝗜𝗡Onde histórias criam vida. Descubra agora