dia de trabalho

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Maraisa

Levanto-me. Já são 5:40 da manhã. Hoje pego plantão no hospital. Coloco uma música do Xamã para dar uma animada, até porque, se for para acordar de mau humor, prefiro nem acordar. Vou ao banheiro fazer a higienização matinal, tomo um banho e desço para fazer um café. Maiara ainda deve estar dormindo; prefiro não incomodar.

Coloco o café na garrafa térmica e vou dirigindo e cantando "Coração Bandido". Amo esse estilo de música. Deixa minha cabeça leve, mesmo nunca tendo tido um relacionamento sério kkkkk.

Chegando no hospital, dou de cara com...

— MARAISAAAA!!!

— Que isso, tá doido, Jão? — falo, fingindo indignação.

— Ah, para o drama. Você tá atrasada, já tem 4 pacientes à sua espera. É melhor correr, vai se preparando porque hoje o dia vai ser corrido...

— Não se preocupe, já preparei o café! — Dou uma piscada e vou até minha sala.

Conheci o João há 2 anos, desde quando ele veio trabalhar aqui. Meus dias no hospital ficaram mais animados. Ele é meio doido, mas é uma pessoa bem legal e divertida. Mesmo sendo agitado, é bem reservado. Não sei nada sobre a família dele, sobre ele em si. Não vou negar que, às vezes, tenho curiosidade de saber mais sobre ele, mas enfim.

Quebra de tempo...

Já estou no meu último paciente. Olho e vejo uma criança linda, morena, de cabelos longos e cacheados.

— Chloe Martins! — chamo a paciente.

— Somos nós!

— Me sigam, por favor.

Abro a porta da minha sala. A mãe e a filha se sentam. A mãe conta que a criança está há dois dias sem comer, com dor de garganta e muita febre. Fiz uns exames e deu glicose baixa.

— Bom, mamãe, a Chloe está com sinusite e a garganta um pouco inflamada, por isso a dificuldade de comer. Para repor esse tempinho que ela ficou sem comer, ela vai tomar duas bolsas de soro. Vou te receitar esse remédio em gotinha, e você vai dar de 8 em 8 horas. O exame dela deu alterado; a glicose está um pouco abaixo do normal, mas um chá de canela ajuda.

Preparei-me para aplicar o soro. Assim que ela viu o cateter, começou a chorar. Não vou mentir, quando isso acontece, corta meu coração.

— Mamãe, ela vai me furar! Não deixa, por favor, vai doer. — (fala com voz de choro).

— Filha, vai ser só uma picadinha.

— Não, por favor, mamãe, por favor!

Chego perto da garotinha, me agacho e começo a conversar com ela.

— A tia promete que não vai doer. Vai ser só um pequeno incômodo, mas em 1 minutinho passa. Sua mãe segura sua mão para você se sentir mais segura. O que acha?
— Promete que vai ser rápido?
— Prometo.

Assim que aplico o soro, ela se contrai um pouco, mas não chorou. Vou até à gaveta e pego um pirulito. Faço isso com todas as crianças. É sempre bom fazê-las se sentirem fortes após tomar um remédio ou vacina.

— Aqui, para a criança mais forte que vi hoje! — falo, entregando o pirulito.

— Obrigada!!! — fala com um sorriso no rosto. Retribuo com carinho.

— Obrigada, doutora.

Agora são 20h, estou no meu horário de almoço. Avisto o Jão vindo em minha direção com uma sacola do Bob's.

— Então, vai comer esse negócio sem graça ou vai se juntar comigo no Bob's? — fala, me entregando um hambúrguer.

— Jão, tu não existe kkkk. — (Suspiro e deito no seu ombro). — Ai, João, eu tô tão exausta. Adoro meu trabalho, mas é cansativo. E só de pensar que ainda tenho mais 6 horas porque a bonita aqui resolveu fazer hora extra... — falo, dando uma mordida no hambúrguer.

— Ô dó da minha bichinha. Amiga, pensa pelo lado positivo: vou ficar contigo até dar o horário, pelo menos você não fica sozinha. — fala, sorrindo.

— Ai, João, te amo 🥺.

— Mas me conta, e a vida amorosa?

— Kkkkk não sei se médico tem tempo para vida amorosa, e a maioria desses médicos são muito nariz em pé. Perco até a vontade de dar em cima de algum kkkkk.

— E quem disse que eu tô falando de médico...?

— O que você quer dizer com isso? — pergunto, levantando a sobrancelha.

— Você entendeu muito bem. Já pensou experimentar outra fruta?

— Não, Jão, credo. Não curto. Nada contra, só não é minha praia...

— Sei... — fala, com cara de desconfiado.

Dou um tapa em seu ombro, e caímos na risada.

— Bom, meu horário acabou. Vamos trabalhar.

Me levanto, e Jão vem logo em seguida.

Meu turno acabou. Estou exausta. Jão inventou de ir à balada e decidiu me arrastar com a Maiara. Não é todo dia que saio para balada. Hoje vou aproveitar a noite...

Oie, meus amores! Essa é minha primeira fic, minha primeira história. Não sou muito criativa, mas vou tentando. Prometo que, mais pra frente, com o tempo, vai ficar melhor 💕✨

Sequestrada pela Dona do Morro (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora