Capítulo 40

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- Preciso que assine aqui e aqui - a mulher da recepção sinalizava onde eu devia assinar no papel, eu pego a caneta e faço o que ela pediu - Pronto.

- Obrigada - agradeço com um sorriso o mais simpático possível e vou embora da delegacia.

Eu havia passado algumas horas naquele lugar, dando meu depoimento e tendo meu arco e minhas facas tomadas de mim. De acordo com os policiais "Isso é muito perigoso para uma garota de 16 ano" bando de machistas, apesar de realmente não ser normal alguém andar com aquilo por ai. Ali iria me matar quando eu contasse a ela que meu arco tinha sido "apreendido".

- S/n! - alguém me chama e eu paro de andar.

- Rafe?

- Desculpa ter te deixado sozinha, precisava resolver uns assuntos da polícia, sabe como é...

- Você não sabe como eu fico orgulhosa de te ver assim, todo...todo homem - riu com a minha descrição, mas era verdade, Rafe estava se tornando um grande homem. Percebo que o mesmo ficou um pouco envergonhado, pois coçou a nuca.

- Posso te deixar em casa? Queria conversar um pouco com você.

- Não tá em expediente?

- Hoje eu saio mais cedo. Vamos? - ele balança as chaves do carro na mão.

- Ok.

Estamos a caminho do Castelo e eu observava a paisagem pela janela do carro, pensativa.

- Tá pensado no que? - Rafe me tira do transe.

- Hoje foi um dia cheio de adrenalina, só tô recapitulando tudo - respondo sem tirar meus olhos da janela.

- Quer falar sobre isso? - conseguia ver preocupação na voz do garoto - Sou seu amigo lembra?

- Ward matou meu pai - essas foram as palavras que saíram da minha boca instantaneamente - Eu não consigo parar de pensar nisso...

- Pra ser sincero, eu também não - Rafe fala e eu levo minha atenção pra ele, que tinha uma expressão melancólica - Sei que nada que eu falar vai pode consolar seu luto, mas te prometo que vou fazer de tudo para Ward apodrecer na prisão - vejo o garoto apertar o volante com mais força.

- Mesmo ele sendo seu pai?

- Ele nunca foi meu pai - Rafe responde ríspido.
Acho que era até de se esperar aquela reação, já que Ward sempre o desprezou. Até mesmo na época em que eles foram para Beacon Hills, eu conseguia ver que entre eles não existia uma relação saudável de pai e filho. Confesso que eu senti pena de Rafe.

- Sinto muito.

- Sou eu quem deve sentir muito. E além disso, peço seu perdão em nome de Ward - o garoto tira seus olhos por um minuto da estrada e me encara, como se tentasse analisar minha expressão e sentimentos.

- Você não deve pedir perdão por conta do seu pai. Foi ele quem fez algo, e não você - digo e lembro de algo que eu queria perguntar - Falando nisso, você já sabia que eu era irmã do John B?

- Na verdade, sim. Eu já sabia. Lembra que quando eu fui na escola te visitar, falei que estava resolvendo um caso com a Xerife? - eu afirmo com um "sim" - Esse caso se tratava justamente do Ward.

- Espera, o quê?! - fico surpresa.

- Antes de eu entrar oficialmente para a polícia, a Xerife já estava investigando sobre meu pai, por conta de algumas pistas que ela havia encontrado e que tinham relação com meu pai, então quando eu entrei ela me chamou para meio que um "interrogatório"...

- Ela queria saber se você era confiável - faço meu palpite.

- Exatamente. Depois disso, eu comecei  a ajudá-la com a investigação e conseguimos todas as provas concretas que precisávamos para colocar Ward atrás das grades.

Novo começo em Outer Banks // JJ MaybankOnde histórias criam vida. Descubra agora