Me Apaixonei Por Um Idiota

Capítulo 9

gatilho
⚠️tentativa de estupro⚠️

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Lipe

Luna Luna Luna Luna
Não consigo achar ela, está eu e a Clara procurando por ela, Clara parece estar mais calma que eu. Mas não conseguimos achá-la

— Vamos nos separar — digo e ela concorda com a cabeça.

Vou abrindo de porta por porta até que uma eu não consigo abrir completamente

— Luna? — Nada — Luna sou eu, Lipe...

ouço alguém fungando

— Luna abre a porta, só quero saber se você está bem.

Passa um minuto e a porta começa a abrir.

E o que eu vejo me parte o coração, mas tento não fazer uma cara de pena, todos odeiam essa cara.

Uma Luna com os olhos vermelhos secando as lágrimas em um ambiente escuro.

Ela abre espaço pra eu passar. Senta na frente da porta e olha pro chão no lado dela, um convite pra eu sentar também.

Vou começar a falar mas ela começa primeiro.

— Sabe, eu nunca gostei de muito toque desnecessário de outras pessoas quando não tenho intimidade. Mas eu deixava passar porque achava q era um problema meu. — ela diz tudo isso olhando pra frente, da uma risada que não chega aos olhos e continua — Mas mesmo depois de tudo eu ainda acho que isso é um problema meu, então deixo as pessoas tocarem em mim desnecessário mesmo me sentindo incomodada, porque eu acharia rude se tocasse em alguém e essa pessoa se afastasse. Mas isso nunca aconteceria comigo porque não toco mas pessoas sem um bom motivo.

Ela faz uma pausa, olha pra mim.

— Não gosto de chorar na frente das pessoas sabe. Me sinto fraca. As únicas pessoas que já chorei na frente foi da Isa, minha mãe, tua e... — vejo que ela estremece mesmo antes de dizer o nome — o Lucas — franzo a testa e ela percebe a confusão no meu rosto — Não o Lucas da festa — ela da outra risada sem humor — o filho da minha madrasta...

Percebo a hesitação quando ela vai continuar a falar então interrompo

— Você não precisa... não precisa falar sobre nada disso. Não vim atrás de você porque queria saber o que aconteceu, só queria me certificar que você tava bem.

os olhos dela começaram a encher de água novamente, respira fundo.

E continua

— Meu pai se separou da minha mãe quando eu tinha 13 anos e um ano depois já estava se casando com a minha madrasta. Conheci ela e o filho dela na festa de casamento deles, ela nunca foi mal educada comigo mas também sempre senti aquele ar de superioridade vindo dela. Ela sempre soube que tinha um espaço maior na vida do meu pai, e eu também sabia. Eu ia pra casa do meu pai 3 vezes por mês mas lá sempre ficava no meu quarto e não socializava muito com eles. O Lucas... sempre foi muito carinhoso comigo, mas sempre achei que fosse porque agora a gente era meio irmãos, e ele queria se aproximar.

Ela começa a apertar os punhos, machucando a mão. Mas não posso tocar nela agora.

— Um dia eu estava no meu quarto, no outro eu já iria voltar para a casa da minha mãe. E o Lucas bateu na porta, estava com um copo de água na mão e perguntou se eu queria. Aceitei e ele saiu do quarto de novo. Tomei um grande gole de água e coloquei ele na mesa do lado da minha cama. Eles tem um gato — ela diz rindo — e acho que ele não gosta muito deles também, porque sempre que estou lá ele fica no quarto comigo. Ele estava na minha cama e quando coloquei o copo na mesa ele se levantou e foi até o lado do copo e começou a se esfregar nele. Eu fui pegar o copo de novo pra tomar mais um gole é minha mão bateu no gato que bateu no copo e ele caiu no chão. Como era de plástico não fez muito barulho mas a água molhou o chão, fui até o banheiro peguei um pano sequei e coloquei o
copo de volta na mesa. Comecei a me sentir meio cansada e fui dormir...