Livro 03
Vincent Black; um garoto que é rejeitado pela família por ter um jeitinho diferente. Desde novo sempre escutou os pais dizendo que preferiam sua irmã do que ele, via ela ganhando presentes que desejava e o carinho dos mais velhos, enquanto...
Me aconchego entre os lençóis da caminha de Anna quando um tlovão soa bem alto.
Maninha deixou eu dormir aqui depois que toda a família foi embora e a chuva chegou. Meu apartamento fica um pouco longe daqui, titio Arthur arrumou todas as soluções para as minhas desculpas de não ficar.
Suspiro sentindo o quentinho e logo o barulho da porta do banheiro de Anna indica que ela está saindo.
— Ei, escovou os dentinhos? — Ela se aproxima da cama, amarrando o cabelo em uma trança baixa se preparando para deitar.
— Unhum —resmungo em concordância a observando entrar debaixo das cobertas e suspirar.
— Vem aqui.
Me aproximo dela atendendo seu pedido. Ela me abraça deixando minha cabeça em seu ombro e nossos corpos pertinho. O quentinho do corpo dela me aquece trazendo consigo um conforto enorme que nunca senti. Os movimentos em meus cachos, com delicadeza para não desmanchar me deixa sonolento e feliz.
— O Vin ama a Anna... — sussurro, bem baixinho, deixando escapar.
Sinto ela paralisar, o carinho para e sua respiração falha.
Choramingo achando que não foi uma boa hora para dizer certas palavras.
— A Anna ama o Vin. — ela diz e sinto algo precionar minha testa junto com um quentinho.
Sinto ela reforçar o abraço me fazendo respirar aliviado.
Uma batida soa pela quarto e logo titio Arthur passa pela entrada. Ele sorri olhando para nós dois, se aproxima e deixa um beijo na testa de Anna e depois na minha.
— Aqui, pequeno. — agora, percebo uma mamadeira em suas mãos. Sinto meu rosto esquentar pois não contei a ninguém sobre isso. — Boa noite, toquinhos. — ele bate o indicador em meu anariz e repete com minha irmã nos fazendo rir.
— Boa noite, titio. Obligado.
— Boa noite, pai.
— De nada, querido.
°• :)
Arrumo minha mochila e a coloco nas costas, saio do quarto e desço as escadas. Escuto risadas então, timidamente as sigo chegando na cozinha. Encontro tio Arthur e Nanda preparando algo de costas para mim.
— Bom dia. — digo baixinho com medo de atrapalhar e os dois se viram na mesma hora me olhando com sorrisos no rosto.
— Bom dia, querido. — Nanda sai de trás da bancada e caminha até mim me envolvendo em seus braços e selando os lábios em minha testa.
— Bom dia, pequeno. — Arthur diz dessa vez, enxuga suas mãos no pano e o tira do ombro. — Já está indo? — parece reparar na mochila em minhas costas.
— Uhum...
— Eu te levo, vamos.
— Ah, não precisa. Já incomodei demais... — digo um pouco culpado pelo trabalho que tiveram comigo.
— Você não incomoda de maneira alguma. — o seu indicador bate na pontinha do meu naliz. — Vamos. Pode ir na frente.
Me despeço de Nanda antes de seguir o caminho para fora da casa. Fico esperando pouco tempo pelo tio Arthur quando ouço o carro ser destrancado, abro a porta e entro nos bancos de trás, coloco o cinto e deixo a mochila em meu colo.
Tio Arthur entra no carro e se vira me estendendo uma mamadeira cheia. Meu rosto esquenta.
— Não tomou café, fiz pra você. — pego o objeto com receio.
— Obigado. — digo baixinho com vergonha.
Me acomodo no banco e sugo o conteúdo enquanto vou olhando a paisagem. De modo distraído olho para o espelhinho que fica perto do teto do carro percebendo que o par de olhos azuis estão me olhando, desvio o olhar rapidamente escutando a risada do homem logo em seguida.
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