Capítulo 3

1K 144 64
                                    


 Uma semana havia se passado, semana esta que estava deixando Helion de cabelos em pé. Lucien ainda estava desacordado, o mais velho sabia que a exaustão e estresse que o ruivo tinha passado era motivo suficiente para ele ainda estar nesse estado, mas não o deixava livre de quase surtar de preocupação.

O palácio todo sentia o nervosismo do Grão-Senhor e resolveram não o estressar mais ainda, não sabiam o porquê dele agir assim, mas uma hora ou outra o homem falaria.

Quando Lucien acordou, a primeira coisa que reparou era que estava em um quarto desconhecido por si, era todo iluminada e com paredes em um branco pastel e com decorativos em cor dourada, a cama espaçosa demais que chegava a caber três dele e definitivamente não estava na corte noturna, a temperatura ali era quente, não como na outonal que era mais para fogo crepidante, mas sim algo mais natural um calor que parecia do próprio sol ao amanhecer.

Se levantando ainda zonzo, ele caminhou até a porta a direita da cama e deu de cara com o banheiro, muito espaçoso e com uma decoração nas cores do quarto.

"O dono dessa casa tem, com certeza, um gosto bem extravagante" Lucien pensou enquanto se lavava. Quando terminou se direcionou a porta a frente e começou a andar nos corredores também iluminados, nas pilastras de apoio tinha plantas as adornando e nas paredes tinha quadros de algumas pessoas. Uma mulher de pele escura chamou atenção de Lucien, ela era linda, como uma deusa, num vestido azul escuro esvoaçante e colar e brincos dourados em seu pescoço e orelhas pontudas, o cabelo preto como a noite e liso com pequenas ondulações nas pontas. Realmente parecia uma deusa.

- Linda não é mesmo? - Uma voz masculina surgiu assustando o ruivo que ao se virar se deparou com Helion, que estampava um sorriso genuíno no rosto. Surpresa passou nos olhos de Lucien. Ele deveria ter imaginado que com tanta extravagância só havia um Grão-Senhor que gostava disso.

-Ela parece uma deusa – Lucien disse depois de uns segundos – Por que exatamente estou na sua Corte? - Prosseguiu inseguro.

- Vamos jantar primeiramente – O ruivo se assustou, pensou que ainda era dia e quando olhou pela janela viu a escuridão da noite – Aqui dentro do palácio a minha magia nos aquece e tem a impressão de estar de dia devido o calor.

- Fiquei apagado por um dia inteiro? - O mais novo perguntou enquanto seguia o Grão-Senhor para a sala de jantar, observando o imenso salão com uma mesa enorme e cheia de comida em cima – Vai vim a corte inteira jantar?

- Você apagou por uma semana inteira, me deixou preocupado – Helion disse – E não, será só nos dois, mas você precisa comer bem, tá muito fraco e magro.

- Obrigado por deixar claro minha condição física – Riu em escárnio e se serviu – Vai me dizer o porquê estou aqui? Se me lembro bem, meu surto de poderes foi na Corte Noturna.

- Coma Lucien e então conversaremos, contarei toda a verdade.

E o silêncio pousou sob eles, e como uma rajada de vento, todas as memórias do que aconteceu com Lucien naquele dia o chicoteou, lembrou de tudo, do descontrole e da voz de Helion o acalmando e tentando ajuda-lo e seu desespero. Em toda a sua vida, nunca imaginou que iria surtar daquele jeito, ele tinha chegado ao limite e um pesar bateu em seu peito, ele tinha desistido, quando surtou ele esperava que alguém fizesse o que ele nunca teve coragem.

- Nunca pense isso de novo – Helion o tirou de seus pensamentos – Não vai desistir, não comigo do seu lado agora, entendeu?

- Não esta do meu lado, senhor. Você me ajudou naquele dia, mas isso não muda que não ha motivos para que se importe comigo -Disse hesitante, terminando de jantar. Helion se levantou e o chamou com uma mão, e eles caminharam para outra sala e o ruivo pode observar que era o escritório do Grão-Senhor. E novamente a imagem da fêmea que tinha visto no corredor dos quartos, só que agora em um quadro menor ao lado de uma estante de livros.

- Tenho motivos de sobra para fazer você ficar aqui do meu lado – Helion tentou, ele tentava começar aquilo sem assustar o garoto – Eu conheci sua mãe, antes da guerra.

- Isso não é motivo para...

-Escute, depois você fala. - Lucien se calou – Eu a salvei depois que suas irmãs foram mortas tentando protege-la e os soldados de Hayben estavam atrás dela, nessa época ela ainda não era casada com Beron, mas estava prometida a ele. - Ele suspirou e então retornou – E então nos aproximamos, mas o tempo foi passando e ela se casou com aquele desgraçado e ....

-Olha não sei onde você quer chegar, mas o que isso tem a ver comigo?

- Você é tão impaciente quando ela, misericórdia. Eu me apaixonei pela sua mãe e ela também se apaixonou por mim, mas ela estava casada e não podíamos ficar juntos e de novo o tempo passou e em uma festa que fiz aqui no palácio e que convidei todos os Grão-Senhores ela veio e fugindo por algumas horas nós ficamos juntos – Lucien arfou surpreso, sua mãe havia traído Beron, a sua mãe que ha muito tempo havia desistido e se calara mediante aos abusos daquele homem, havia o traído e uma centelha de divertimento brilhou em seu peito.

-Não sabe o quanto fico feliz por saber que aquele homem é corno, mas de novo o que isso pode me interligar a você exa... – Parou abrupidamente, lembrou das chamas brancas em seus punhos, aquele poder não era de sua mãe e nem de Beron...Era de Helion, a luz da corte diurna – Você.....

- Lucien, você é meu filho. - E então o ruivo sentiu seu mundo girar, tudo o que ele viveu era mentira, tudo parecia uma enorme mentira. E então tudo girou de novo, se ele soubesse desde sempre que era filho de Helion sua vida teria sido diferente? Jesminda ainda estaria viva? Ele poderia ter evitado os abusos do seu pai e a tortura? - Lucien, eu juro que não sabia, só soube naquela noite e de alguma forma eu fui avisado por um laço que nos temos.

-Você... Eu não sei se quero outro pai, não se for para sofrer tudo de novo – Algo se apertou no peito de Helion quando viu as lágrimas no rosto do filho. Ele se levantou e caminhou até Lucien, se agachando em sua frente.

-Eu não vou fazer o que ele fez Lucien, jamais farei. Me dê uma oportunidade de ser seu pai, de te ajudar a se reerguer, de te salvar, de ser o pai que você merece – Helion o abraçou – Me deixe te amar como um pai deve amar um filho.

E quando Lucien respondeu ao seu abraço, tão forte quanto, Helion soube que tinha uma chance e que faria qualquer um que machucasse seu filho de novo se ajoelhar.




------

Oiii gente, volteeiii. Confesso que escrevi esse Cap chorando kkkk

Mas me digam o que vocês acharam?? 

Estou muito criativa, então de vez em quando vou esta atualizando minhas fics.

Obs; Cap não revisado, desculpe qualquer erro ortográfico!

Enfim, até a próxima meus anjosss.

Corte de Sonhos e Luz. - LurielOnde histórias criam vida. Descubra agora