Capítulo 09

393 41 12
                                    


Quando seu pai o havia pedido ajuda no dia anterior com algo na biblioteca principal, Lucien jamais imaginaria que seria ter que olhar cada prateleira, procurando por alguns livros específicos. Eram vinte mil prateleiras, com mais de cem mil livros. Ele teve vontade de se jogar no chão e chorar.

No entanto, falou a Helion que começaria pelos fundos e o pai por início e se encontrariam no meio. A biblioteca era um imenso salão circular, com um teto abobadado e com a imagem do sol em diversos contextos, como sempre a decoração se detinha no branco marfim e o dourado ouro, as estantes de madeira da arvore de carvalho, os livros mais antigos ficavam na última ala, estantes e mais estantes, uma atras da outra. Os livros todos limpos e conservados, alguns chegavam a brilhar as capas, outros já antigos, alguns pela metade devido a tentativa de recuperar alguns pedaços do ataque de Amarantha.

Quando Lucien começou a sua procura pelas partes e junções dos livros que foram queimados nas outras bibliotecas, ele se sentiu vazio e triste. Livros contavam histórias, vivencias, eram como um diário que relatava um mundo sob a perspectiva de um sonhador, de um amante. Era conhecimento e saber nunca seria demais, ele se viu imaginando quantas vezes pegava livros de qualquer gênero apenas para fugir de sua fúnebre realidade e vagar para um mundo distante em que outros lutavam por algo que valia a pena lutar e desejar.

Quantas histórias foram apagadas? Quantos livros que poderiam tê-los ajudado na guerra foram queimados? Tudo por causa de uma tirana com sede por sangue e poder, pois ela sabia, sabia que se os integrantes da corte diurna, achassem um feitiço que libertaria e todos e a derrotassem, não havia como ela sobreviver ou ficar livre.

Uma brisa leve passou pela minha mão, costas e todo meu corpo. Fria, mas de algum modo acolhedora como algo familiar, empurrando mais e mais para o fundo na direção do final do grande corredor, onde o ruivo já seguia em direção. Ele seguiu seu instinto e deixou-se ser empurrado pela leve brisa, ela parecia sussurrar em seu ouvido o chamando.

A brisa parou quando ele chegou a um enorme quadro na parede espaçosa, o quadro possuía os rostos de vários feéricos e seus títulos e nomes abaixo de suas imagens. Uma árvore genealógica. E aparentemente ele já estava nela, Helion já havia o colocado. Lucien, Herdeiro e Príncipe do sol. O ruivo sorriu com o título, mas o que chamara mais sua atenção foi a mulher ao lado de Helion, sua tia. Leana, Guerreira e Protetora de Sunrise.

Ela se chamava Leana, forte e leal. Lucien passou os dedos por cima do nome dela e sentiu um leve formigamento em seus poderes, franziu o cenho com a reação e se afastou, imediatamente fazendo com que a leve queimação parasse, levou a mão novamente ao nome e soltou uma pequena fração de seu poder. O chão da biblioteca vibrou em resposta, ele não estava entendendo o que acontecia, repetiu o processo novamente só que com o nome de seu pai, e avós, mas nada aconteceu, nenhum formigamento ou vibração. Ele pensou e piscou o olho metálico, observando as magias e feitiços no quadro, todos os nomes estavam envoltos de uma aura ou fumaça branca brilhante, menos a de Leana, ela brilhava em um amarelo sol.

Lucien pensou novamente, aquilo tinha alguma coisa errada. Ele suspirou e se concentrou, era imprudente o que iria fazer, mas seu instinto falava consigo e..... Ele puxou a fonte de seu poder diurno, puxou e o concentrou em suas mãos, uma chama tão poderosa quanto a de Helion, ele nunca tinha conseguido puxar tanto do seu poder, mas parecia que naquele momento ele precisava fazer isso. Concentrou e jogou a esfera de luz na imagem de sua tia.

O salão inteiro tremeu, livros e mais livros caíram de suas estantes, o teto magico que mostrava as diversas fases do sol pareceu perder o brilho e se tornar escuro, a luz que antes estava ali voou diretamente para o quadro, diversas gavinhas de luz vinda de muitos cantos da corte voaram naquela direção. Lucien viu Helion chegar correndo e extremamente pálido.

Corte de Sonhos e Luz. - LurielOnde histórias criam vida. Descubra agora