Como nossas filhas • Jikook/Chaelisa •

Prólogo

Park Jimin sempre teve apoio de tudo e todos.

Antes mesmo da faculdade ele já sabia que era gay, e foi um alívio quando os pais e seus amigos o aceitaram perfeitamente. Isso não impediu que ele tivesse um relacionamento com uma garota, apenas para ajudá-la a se livrar dos pais. Ela era bi, ele era gay, e concordaram que não faria mal terem a primeira experiência sexual para não fazerem besteira na primeira vez. Nenhum deles podia esperar que ela engravidasse.

Dizer que a criança foi esperada seria uma mentira, mas arranjou a desculpa perfeita para terminarem. Claro, eram grandes amigos e sempre foi o sonho de Jimin ser pai, ele só não imaginou que seria daquele jeito. Após alguns meses, ele conheceu Min Yoongi, seu grande amor e o segundo pai de sua filha. Yoongi era respeitoso, atencioso e amava o bebê como se fosse seu.

Quando Roseanne Park nasceu, no dia 11 de fevereiro, a vida de Jimin se transformou em puro amor. Aquela coisinha tão linda, tão pequena e tão perfeita era sua filha, e ele prometeu ali, diante de Ji Eun e daquela bebê que a amaria e protegeria com sua vida se fosse preciso. E ele cumpriria sua promessa.

Rosé cresceu uma criança feliz e saudável. Morava com o pai desde os 1 aninho de idade, já que era muito ligada com ele e Jimin não suportaria que Ji Eun a tivesse levado consigo para França, onde realizou o sonho de ser estilista. Ele e Yoongi dedicavam cada dia de suas vidas a fazer a pequena Rosé feliz, mas é claro que Jimin se dedicava mais. Afinal, ela era seu mundo.

E é claro que ela era filhinha de papai.

Não que Rosé fosse aquelas crianças chatas e mimadas, mas ela definitivamente era mimada. Nunca ouve nada que ela quisesse que não tenha sido seu. Apesar disso, ela tinha o coração bom e puro como o de seu pai e era aquelas crianças que todos queriam ter por perto. Alegre, divertida e apaixonada por rosa. O mundo inteiro de Jimin habitava naquela menina, e ele sempre a veria como criança. Se dissessem que sua filha namoraria uma garota no mínimo questionável, ele riria. Mas o destino não segue nossos planos, nós é que seguimos o dele.

Já Jeon Jungkook desde cedo teve que lutar contra todos que o colocavam para baixo. Era um garoto quieto, na dele, e não teve uma sequer namorada no ensino médio. Achou que na faculdade seria diferente, mas tudo que conseguiu foi ter um caso com uma professora que acabou engravidando.

Ele mudou da Coréia do Sul assim que terminou a escola e foi fazer faculdade na Tailândia. Lá, conheceu uma professora de linguagens que o seduziu. Sendo muito ingênuo na época, ele acabou se deixando levar. Por meses, foi um caso tórrido com direito a manipulação e mentiras, até que ela acabou engravidando dele.

Jungkook achou que iriam ficar juntos, é claro, mas foi um choque quando descobriu que ela era casada e ele só estava sendo usado. Era uma mulher frívola, ao ponto de entregar Lalisa sem dó nem piedade quando a menina nasceu. Ele estava desempregado e sem rumo, mas prometeu que jamais abandonaria aquela criança. Ela era sua filha, e não tinha que sofrer pelos erros de dois adultos.

Trabalhou duro para proporcionar uma vida melhor para Lisa, até que finalmente conseguiu um emprego em um firma de advocacia e ,alguns anos depois, foi promovido para outro país. Ele não queria se mudar de início, afinal, Lalisa só tinha 8 anos na época e toda sua vida estava na Tailândia, mas após a decepção que foi para a garotinha não ser apoiada pela mãe ao se descobrir intersexual, ele não pensou duas vezes em empacotar suas coisas e recomeçar.

Se existia uma pessoa que Jungkook admirava era sua filha. Lalisa não se deixava abalar e nem demonstrava seus demônios. Era uma criança brincalhona, sapeca, que deixava Jungkook de cabelos em pé. Era tão desbocada que faria um padre preparar um exorcismo na primeira palavra que saísse de sua boca. Lalisa aprontava tanto que o primeiro fio de cabelo branco dele nasceu aos 29.

Embora ele achasse que era uma camada de proteção, ficava muito grato por ela ter muitos amigos na Coréia e ser uma criança alegre, aceita por aqueles que realmente de importavam com ela. Jamais esqueceria o brilho no olhar da filha quando as crianças no parquinho não se importaram com sua condição genética. Ela rezou naquela noite pedindo obrigada, e ele passou o restante dela chorando pela filha.

Era difícil imaginar que, sendo Roseanne e Lalisa tão diferentes, as duas poderiam ter algo em comum. Mas não importava. Se apaixonaram pelas diferenças entre elas e mesmo muita gente dizendo ser apenas um amor de adolescência, sabiam que duraria por uma vida toda, ou talvez duas. Se amavam muito para ficarem apenas nessa.

Então por quê não fazer um jantar de família para apresentarem seu amor, não?