O Policial

Capítulo 4

Quando finalmente o mordomo abre a porta, ele entra e me entrega uma bolsa de sangue que dava pra sentir o cheiro de longe, eu peguei e bebi como se fosse um cantil de água no deserto. Ele pede para que eu o acompanhe até a sala de estar, onde o senhor Swan está sentado com uma taça cheia de sangue e outra na mesa de centro, ele diz:

- Sente-se, criança. Apontando para o sofá.

Em seguida ele pede para que o mordomo se retire, eu pergunto o que aconteceu comigo e ele diz que eu morri, mas eu também renasci em uma nova vida sem obstáculos ou morte e começa a explicar o que havia acontecido comigo. Ele termina sua explicação dizendo que eu fui escolhido, porque ele não pretendia me transformar em vampiro, fico totalmente em silêncio enquanto ele diz:

- Esqueça a sua vida humana, esqueça a sua família, esqueça o amor e aproveite sua imortalidade para ter o que sempre quis. Com frieza em sua voz.

Cada palavra que ele disse me fez lembrar da minha infância e adolescência, da minha mãe e do Jayro, depois que ele me disse para sair e aproveitar a minha nova vida, mas sem deixar os humanos saberem o que eu sou, eu fui para casa e tentei dormir, mas meu sono havia desaparecido então fui dar uma volta na cidade, já são quase 22:30 então eu vou até o apartamento do Jayro e aperto a campainha, ele abre a porta e sorri e pede para mim entrar.

Ele me oferece algo para beber e comer, mas eu recuso, digo que não estou com fome, ele vem até mim e me puxa para o sofá e pergunta porque estou tão gelado e pálido, eu digo que não é nada e coloco um filme para assistirmos.

Por volta da 00:00 eu começo a ficar com fome, então vou até cozinha e como um sanduíche, mas não adianta nada, volto para o sofá e sinto o cheiro do sangue do Jayro e escuto sua pulsação batendo aceleradamente com os sustos do filme, sinto meus dentes crescerem e então ele pede se estou bem e eu digo que sim e começo a beijar ele, lentamente vou indo até o seu pescoço e sem me controlar eu mordo ele e começo a apertar forte seus braços sem conseguir parar de beber cada gota do seu sangue. Aterrorizado com o que eu fiz eu começo a chorar e abraçar seu corpo morto.

Sai do apartamento deixando o corpo do Jayro no chão e volto para casa e fico esperando pelo amanhecer, assim que o sol surge eu me arrumo e vou pro departamento com os olhos normais, por volta do meio dia eu recebo uma ligação dizendo que haviam achado o corpo do Jayro morto, vou investigar junto com o Carlos, sem mencionar que o conheço. A perícia diz que não será necessário manter ele no necrotério pois já sabem que foi o nosso assassino que matou, mas na verdade foi eu. O seu corpo foi enterrado no final da tarde, e eu segui a minha vida como se nada tivesse acontecido.