III

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Juliette Freire

Aaron disse que viria almoçar hoje comigo e depois iríamos em uma loja de doces que inaugurou recentemente. Segundo ele, eu estou passando muito tempo sozinha e presa em minhas obrigações. Tentei explicar para ele que eu tenho Theo, mas ele retrucou dizendo que meu irmão também está muito ocupado com os serviços dele.

Na verdade ele está com saudades e não quer admitir. O conheço o bastante para perceber isso.

– Max! Venha aqui por favor. – Chamei o guarda que estava distraído conversando com seu colega de trabalho.

– O que deseja Vossa Majestade? – Max parou na minha frente e se curvou fazendo uma reverência.

–  O que Ademar disse? – Á três dias mandei alguns guardas até a casa de Ademar conversar com ele e procurar se há alguma prova de quê ele está me roubando.

– Nada senhora. Ele não estava lá quando a gente chegou. Provavelmente tenha fugido. – Max respondeu com o semblante preocupado. – Mas já tem soldados procurando por ele nas redondezas.

– Menos mal. – Solto um suspiro de cansaço. – Quando o acharem, tragam ele até mim. Eu mesma o matarei.

– Como quiser Majestade. – O garoto arregalou um pouco os olhos mas logo a sua expressão ficou neutra. – Se me permite Majestade, preciso ir para o treino de soldados agora ou irei me atrasar.

– Claro Max, pode ir. – Max fez uma pequena reverência antes de se virar e desaparecer nos corredores.

– Bom dia flor do dia. – Theo me cumprimentou voltando a minha atenção até ele.

– Ainda no palácio? Pensei que você já havia saído. – Disse o abraçando.

– Queria dar um oi pra você antes de sair.

– Entendi. – Falei desfazendo o abraço. – Dormiu bem?

– Tirando o fato de alguns mosquitos quererem me carregar, dormi bem sim. – Theo disse rindo e me fazendo rir também. – O papo está ótimo maninha, mas tenho que ir.

– Tudo bem. Te vejo mais tarde. – O abracei e deixei um beijinho em seu ombro que foi retribuído com um beijo no topo da minha cabeça.

– Te amo Ju.

– Também te amo Theo.

• ● •

Após longas horas revisando relatórios, escrevendo e enviando cartas para nobres e donos dos comércios locais, finalmente tive um tempo descanso até Aaron entrar abruptamente pela porta.

– JULI DO CÉU!! TINHA UM CACHORRO TENTANDO ME MORDER EU JURO POR TUDO QUE É MAIS SAGRADO!!! – O loirinho dizia tentando recuperar o fôlego depois de ter fechado a porta com força.

– Garoto você quase me mata! – Coloquei a mão no peito me recuperando do susto. – Que cachorro? O que você fez pra um cachorro correr atrás de você assim do nada?

– Era um cachorro caramelo que estava na rua. Eu o vi deitado e achei ele tão bonitinho, fui fazer carinho nele e aí ele NHAC na minha mão. – Aaron dizia tentando imitar o som de uma mordida. Se ele não estivesse tão desesperado, eu estaria rindo até minha barriga doer. – Sorte que eu tirei antes que ele pudesse arrancar uns de meus lindos dedinhos.

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