Capítulo 14🖤

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Adele

Descubro quando acordo pela manhã que ainda está chovendo fortemente, e que ao que parece, estamos na época de chuva.

Quando por um mês inteiro o céu fica nublado e na maioria dos dias apenas chove.

Eu bebo um pouco de chocolate quente, observando pelas grandes janelas de vidro a chuva grossa, o seu barulho é relaxante, tirando os trovões, houve uma época em que eu gostava deles, mas desenvolvi um medo destes estrondos.

Observo por mais um tempo a chuva, até ouvir passos.

Giro minha atenção para encarar o mestre espião que surgiu, sonolento.

— São sete da manhã e está chovendo, Délle, por que acordou? -boceja baixo.

— Fiquei sem sono. -dei de ombros.

Ele fita minhas roupas, percebendo que estou com sua camisa.

— Desculpa, mas eu não trouxe roupas, ficaram em meu apartamento. -digo, rodando um pé na frente do outro.

— Ficou melhor em você do que em mim. -ele diz.

— E você? Por que acordou? -pergunto.

— Não senti você na cama. -responde baixo.

Ele caminha até a cozinha, pegando uma xícara de chocolate de quente.

Eu caminho até ele, lavando a xícara na pia e a guardando no armário.

Em poucos minutos sou tirada da janela e jogada com cuidado por cima da manhã.

— Ei! Posso saber o motivo desse sequestro? -questiono.

— Ainda é cedo. -boceja.

— Não estou com sono. -protesto emburrada.

— Mas o bebê sim.

— Ele disse "papai pateta". -falo.

Ele me encara e eu mostro a língua pra ele.

Ele me deixa cair nos lençóis macios e travesseiros da cama. Ele caiu do meu lado e eu subi em cima dele, meu corpo deitando em cima do seu.

Ele me encara e eu o encaro de volta.

— Acha que ele vai ter asinhas? -pergunto.

Ele pisca.

— O bebê?

Eu assenti.

— Eu não sei. —ele pensa— Nyx nasceu com asas, talvez o nosso.. por eu ser illyriano também tenha asas.

— Humm...

— Você ser parte ninfa me despreocupa bastante. -ele confessa baixo.

— Por que? -ergo o olhar.

— Você sendo parte ninfa, tem ossos flexíveis, significa que vai conseguir dar a luz ao bebê sem problemas se ele tiver asas. —ele diz— se não tivesse, o parto seria muito complicado, e consequentemente trágico.

— Entendo. -assenti.

Eu encaro seus olhos.

— Olhos avelãs ou verdes? -pergunto.

Ele me encara.

— Talvez ele tenha seus olhos, eles são lindos. -murmura.

— Os seus também são.

Ele me encara.

— Me perco neles sempre que olho para você. —suspiro— são lindos demais.

Ele balança a cabeça e eu dou um peteleco em seu nariz.

 Corte De Amantes OcultasOnde histórias criam vida. Descubra agora