Capítulo 6🖤

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Adele

Eu me encolho perto de seu pequeno memorial, no pequeno patamar dos mortos de Velaris.

— Oi... Mamãe trouxe flores pra você. -sussurro, acariciando o pequeno túmulo.

Eu deixo lágrimas caírem.

— Olha, sei que eu sempre digo isso mas, se eu soubesse o que iria acontecer, eu teria fugido para bem longe e teria criado você com todo o amor do mundo, tá? —funguei— Teria te dado carinho, atenção, teria te dado tudo o que não tive na vida.

Eu deixo o buquê de rosas brancas no pequeno vaso de cristal.

— Você desculpa a mamãe, não é? Não foi culpa da mamãe, filhote. -soluço baixinho.

Eu fecho os olhos, encostando minha cabeça em seu túmulo.

— Juro meu bebê, eu juro.

— Então é aqui que você vem todas as terças.

Eu abro os olhos, encarando o mestre espião.

— O que está fazendo aqui? -questiono.

Silêncio.

— Você me seguiu?? -o encaro incrédula.

— Estava indo em seu apartamento, vi você sair. -ele responde.

Ele encara o túmulo, vendo o desenho de um anjinho no mesmo, se tocando que aquilo simboliza as crianças mortas.

— É ele? -ele murmura.

Não respondi.

— Adele, é o nosso filho?

De novo, não respondo, acariciando o túmulo.

— Era menino. -sussurro.

Ouço ele prender a respiração.

— Como o perdeu? Adele, eu exijo saber como perdeu o meu filho. -ele diz.

— Azriel, se eu fosse você teria um pingo de respeito, olhe onde estamos. -digo cansada.

Ele suspira pesadamente.

— Já tinha escolhido um nome? -um sussurro.

— Erza. -murmuro.

Ele me encara por longos segundos.

Vejo uma mão envolta de cicatrizes tocar o túmulo, seus dedos roçam os meus e eu encaro Azriel que está ajoelhado diante do túmulo, os olhos fechados. Uma lágrima desce pelo o belo rosto.

Minha outra mão se ergue e eu toco o seu rosto, meu polegar limpando sua lágrima.

Azriel descansa o rosto em minha mão, soltando um suspiro baixo, como quem dizia "por agora, pelo menos agora, quero trégua"

Eu suspiro baixo, encarando o túmulo assim como ele.

Tão baixo, um baixíssimo sussurro do encantador que se mistura a sua dor.

— Eu teria partido o mundo ao meio por ele... E teria sido o que eu não tive.

Meus dedos se enlaçam aos seus e eu os aperto.

— Todos teríamos o feito.. por ele. -sussurro.

Ele baixa a cabeça, algumas lágrimas caindo, e sou incapaz de consolar, pois estou igual ou pior que ele.

Eu inspiro fundo, ajeitando aquele vestido envelope azul cobalto.

— Senhor Helion, posso ser uma boa emissária. -falo, o seguindo, os saltos tinlitando atrás dele.

 Corte De Amantes OcultasOnde histórias criam vida. Descubra agora