Contra a parede

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Acordei às cinco e meia e saí em silêncio da suíte para ir à sala de exercícios no térreo.

Antes de sair, parei no quarto de Mi. Ela dormia profundamente e talvez não acordasse antes de minha volta.

Meus pensamentos voltaram à noite anterior, à forma como Mi se derreteu contra mim, sua completa e absoluta confiança. A noite foi um ponto de virada em nossa relação. Agora podíamos começar a entrar mais fundo em nossos jogos.

Eu lhe mostraria um prazer ainda maior. Eu a faria gritar de deleite com mais frequência. Quando voltei à suíte, mais de uma hora depois, pedi o serviço de quarto e tomei um banho.

Antes de entrar na sala, parei mais uma vez no quarto de Mi e deixei uma garrafa de água gelada e dois comprimidos de ibuprofeno. Ela podia estar dolorida quando acordasse.

A batida na porta soou quando saí de seu quarto e fui receber o serviço de quarto. Depois que o entregador foi embora, ouvi a água correndo no banheiro de Mi.

Excelente.

Enquanto eu esperava, sentei-me à mesa e comi meu café da manhã. Não que eu estivesse contando, mas ela entrou na sala vinte minutos depois.

— Sente-se e tome o café da manhã, Hermione.

Ela se sentou à mesa e começou a comer.

— Cissa e Rony querem que você e Harry estejam no spa às nove e meia — avisei. —Não sei o que eles planejaram, mas ao que parece você só terminará à tarde.

Ela comeu em silêncio enquanto eu bebia outra xícara de café. Perguntei-me o que estaria pensando. Refleti por um momento sobre pedir para ela passar o dia comigo em vez de ir ao spa, eu deixaria de ir jogar golfe e podíamos fazer alguma coisa juntas. Mas lembrei-me do quanto queria que ela ficasse com minha família e mudei
de ideia.

— Venha cá — mandei, quando ela terminou de comer.

Entrei na sala e ela me seguiu. Passei a suas costas.

— Rony e Harry sabem de nosso estilo de vida. Prefiro pensar que minha tia não sabe, mas mesmo que saiba... — Abri a coleira. — Não há motivos para ostentar isso.

— Contornei-a e parei à sua frente. — Terá sua coleira de volta esta tarde.

Sua cabeça baixou. Ela estava aborrecida por eu ter tirado? Será que queria usá-la no spa? Onde as pessoas podiam olhá-la? Onde minha tia se perguntaria por que ela insistia em usar um colar? Ou talvez...

Talvez ela não quisesse tirar devido ao que representava. Ergui seu queixo e a olhei nos olhos.

— Você ainda é minha. Mesmo sem isto.

Draco estava sentado no saguão. Pelo menos, pensei que fosse Draco. Ele tinha um moletom de capuz, óculos escuros e uma peruca de dreadlocks.

— E aí — disse ele. — Finalmente.

— Mas o que é isso que está usando?

— Estou disfarçado.

Olhei o saguão: estávamos atraindo todo tipo de olhares.

— Acho que não está dando certo. Você só parece um jogador de futebol disfarçado.

— É, mas qual jogador? — Suas sobrancelhas se mexeram. — Ninguém sabe e ninguém veio me pedir um autógrafo.

— Isso não quer dizer que o disfarce esteja dando certo. Só significa que você está assustando as pessoas. — Sorri. — Mas agora que me aproximei de você, talvez todos criem coragem.

A Dominatrix - Pansmione | Parte 2/3Onde histórias criam vida. Descubra agora