Arrebentando a porta

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Enfim voltei à suíte e, como ainda era cedo para Mi ter voltado do spa, sentei-me no sofá e olhei sua coleira.

Blaise sabia.

Blaise sabia, e me pressionaria e Mi ficaria aborrecida. Como reagiria à notícia de que eu a estivera observando? Eu menti para ela. Uma mentira por omissão, é verdade, mas ainda assim era uma mentira. Ela voltaria a confiar em mim?

Eu teria de contar a ela que a observara no passado. Isso levaria à ridícula palavra de segurança e como eu a enganara sobre o estilo de vida. Ela saberia que eu a iludira.

Não, ela nunca voltaria a confiar em mim. Eu não a culparia, mas... Não tinha de contar a ela. Independentemente do que Blaise decidisse, ele que contasse.

Depois da noite anterior, minha relação com Mi mudou, deu uma guinada para melhor. Eu não destruiria isso, não poderia. Não depois de tudo o que passamos e não por uma coisa tão tola como uma paixão de juventude.

De qualquer modo, o que isso importava? Então eu a observava. Nunca me aproximei dela. Não a manipulei. Não era grande coisa.

Mas era.

Nossa relação, talvez mais do que qualquer outra, exigia a completa confiança e sinceridade. Eu sabia disso. Eu vivia isso. Mi o merecia.

Mas eu não podia fazer aquilo. Pensei na confiança absoluta que ela teve em mim na noite passada e entendi que não poderia olhá-la nos olhos e contar. Eu era covarde demais. Depois do jantar, eu encontraria Blaise e diria a ele. Mi continuaria sem saber. Ponto final.

Peguei o jornal e passei os olhos pela primeira página. Nada digno de nota. A segunda página era ainda pior. Olhei o relógio. Ela chegaria a qualquer minuto. Eu estava louca para vê-la.

Enfim, ouvi a chave na porta. Ela entrou na suíte, totalmente linda. O dia de spa foi uma ideia maravilhosa: ela reluzia. Seus cachos macios roçavam os ombros e sua expressão era luminosa.

— Curtiu o seu dia? — perguntei.

— Sim, mestra — disse ela e sua cabeça baixou um pouco.

Merda. Eu adorava quando ela me chamava de mestra. Por que ouvir isso dela sempre me deixava excitada? Levantei-me e estendi a coleira.

— Sentiu falta de alguma coisa?

Ela assentiu. Aproximei-me dela.

— Quer de volta?

Ela assentiu novamente.

— Diga. — Eu queria ouvir. Precisava ouvir. — Diga que quer.

— Eu quero — Sussurrou ela. — Eu quero sua coleira.

Minha coleira. Mas que merda. Ela usava minha coleira. Ela era minha. E eu ficaria na merda se Blaise a tirasse de mim.

Puxei a blusa por sua cabeça, a marca de mordida da noite passada visível no ombro. Empurrei seu cabelo de lado e dei um beijo no hematoma onde eu a havia mordido.

— Eu a marquei na noite passada. Marquei você como minha e farei isso de novo. — Corri os dentes pela pele macia. — Existem muitas maneiras de marcar você.

Passei a coleira por seu pescoço. A visão de minha coleira nela me deixou ainda mais excitada. Eu não queria nada além de empurrá-la no braço do sofá e chupá-la até perder os sentidos. Em vez disso, fechei a coleira.

— Infelizmente, teremos de jantar com Blaise e Rony. Vá se trocar. Coloquei suas roupas na cama.

Fiquei junto do sofá enquanto ela voltava, depois de colocar o vestido que eu estendera quando ela saiu pela manhã.

A Dominatrix - Pansmione | Parte 2/3Onde histórias criam vida. Descubra agora