KORYO

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Já se perguntaram como é se sentir vazio por dentro? Sentir como se o mundo não fosse um lugar para que você viva, mas sim sofra. Koryo sempre achou que o mundo inteiro estivesse contra ele. Tentava fazer o certo, mas tudo o que conseguia era piorar as coisas.

Estava caminhando no túnel subterrâneo do castelo com uma faca nas mãos. Caminhava lentamente até seu objetivo. Um pequeno tigre estava se levantando do chão frio e empoeirado. Escombros bloqueavam a passagem para o salão principal do castelo. Ele não conseguiria pedir ajuda agora.

Koryo fitou-o atentamente com um pouco de dificuldade para enxergar na densa escuridão. Seria lá que tudo iria acabar e ele finalmente completaria sua missão. A missão que seu pai o havia dado.

Seu objetivo era matar o príncipe.

Há cerca de alguns dias atrás, Koryo voltou para a mansão de sua família. Era um Vulpes, uma das famílias mais famosas de todo o reino e com alto poder aquisitivo, mas sua família não era muito exemplar. Koryo havia recebido a missão de matar o príncipe, pois ninguém no reino inteiro o aceitava como futuro Rei. Isso atrapalharia os negócios de seu pai.

Fora enviado com alguns outros soldados, mas com a interferência do filho do dragão, não teve êxito. Estava prestes a reencontrar seu pai para contar o seu fracasso.

A mansão fora construída com vários candelabros brilhantes e tapeçarias coloridas. Havia um jardim afora com uma fonte feita de mármore que jorrava água. Bem acima da construção, havia o símbolo da família, um desenho de uma raposa pintada da cor laranja. Haviam vários corredores ao redor para lugares diferentes, mas o escritório do pai ficava no andar mais embaixo. Desceu as escadas e se deparou com uma porta de madeira. Abriu-a devagar e sentiu seu corpo gelar.

Viu uma raposa amarrada em uma cadeira com um dos guardas particulares da família o socando. Havia uma mesa no centro onde o maior chefe do tráfico do Reino Newles repousava enquanto se deliciava vendo o sangue respingar no chão. Nogi era uma raposa de idade já avançada, com grandes pelos puxados para o dourado e alguns já grisalhos. O corpo dele era robusto e vestia apenas uma calça preta com o símbolo dos Vulpes e uma gravata vermelha no peito. Havia alguns pequenos brincos dourados em sua orelha pontuda e também usava grandes óculos escuros que faziam que sua expressão ficasse mistificada. Seus dentes eram enormes. Parecia não ter percebido sua presença.

– Tsc. Tsc. Meus homens o pegaram em flagrante tentando botar as patas sujas no meu dinheiro. Agora você deve pagar pelo que fez, meu caro! – Disse se levantando e ficando perto da raposa amarrada. Deu uma tragada em seu cigarro e continuou. – Você atrapalhou meus negócios e por causa disso deve levar uma punição adequada. Não quero que mais pessoas sigam o seu exemplo!

O refém tentou abrir a boca, mas estava amordaçado. Nogi soltou uma baforada no rosto do raposo e então apagou as brasas do cigarro apertando-o contra o focinho do outro que tentou berrar de dor, mas somente gemidos foram ouvidos.

– Quebrem as pernas dele. Peguem a filha dele. Vamos vender pra compensar a quantia que ele nos roubou. Vamos vender a mãe também. Mulheres valem muito como escravas!

Depois disso perceberam que Koryo havia chegado. Os homens chutaram as pernas da vitima que dobraram no mesmo instante. O som dos ossos se partindo ecoou na sala e o fez dar outros gemidos de dor e agonia incessante. Em seguida levaram-no da sala e o pai chamou Koryo para mais perto.

– Já não disse para bater antes de entrar? – Respondeu para Koryo, se aconchegando na cadeira. – Meus homens já me relataram o que aconteceu. Mesmo com apoio, você não consegue concretizar uma simples missão. Você mancha o nome da família, Koryo. Não errei em te dar este nome!

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⏰ Última atualização: Mar 20, 2022 ⏰

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