Yasmin: dia vinte e três de novembro de dois mil e vinte e três; Sarah tem um ano e três meses.
📍Maracanã, Rio de Janeiro, RJ
Final da Libertadores da América
Flamengo x Universidad CatólicaEm quase todos os dias do ano, eu tenho a mesma impressão: que o Rio de Janeiro respira Flamengo. E hoje, estamos em mais uma final de libertadores, em casa. Só isso já faz saber que: o Rio de Janeiro tem pontos turísticos lindos, mas nenhum se compara com o Maracanã lotado com a torcida do Flamengo.
Eu estava com uma certa vontade de chorar. Gabriel tinha esse ar despreocupado, que com quanto mais pressão mais ele funcionava melhor, mas eu sabia que era muito peso em suas costas. Era a terceira final de libertadores que ele concorria na vida, e eu estava com ele na segunda e lembro do quanto foi triste perder.
Mas hoje não. Hoje a gente vai ganhar.
"Amiga eu vou ali e já venho." - Avisei pra Flávia, que pegava na barriga grandinha e fazia uma respiração esquisita. - "Promete que não vai morrer, infartar, ou entrar em trabalho de parto?"
"Não." - Ela disse e eu ri de nervoso. - "Mas vai lá, vai. Ui. Ui. Ui." - Eu ri de nervoso de novo antes de me afastar. Foi difícil passar pelos corredores do Maracanã, já estava começando a lotar, mas eu fui devagar com a minha filha no colo até chegar no térreo, perto das cadeiras azuis especiais, na área da calçada da fama.
Só de olhar, senti vontade de chorar. Tínhamos passado por tanta coisa até aqui. - "Sarinha, sabe de quem é aquele pé ali? É do papai." - Eu disse, me aproximando e apontando pra ela ver. - "Tá vendo essa moldura? Tem uma coroa porque ele é o nosso príncipe."
"Papai? Papai? Papai!" - Ela tinha um tom divertido na voz, de uma bebê que começa a entender o mundo.
"Sabia que você tava na barriga da mamãe no dia que ele veio botar os pés aqui? Tava. Tava sim." - Meus olhos marejarem. Tinha sido um dia tão especial... - "Foi um dia que o papai achou que a mamãe era doida. De manhã a gente tava indo pra uma consulta pra ver você na barriguinha da mamãe, e a mamãe chorou por causa de um boneco de posto." - Eu dei uma gargalhada e minha filha que dessa vez me olhava estranho. - "E aí de tarde, a gente veio aqui pro Maraca... E o papai eternizou os pés na calçada da fama."
Flashback: dia vinte e dois de março de dois mil e vinte e dois; Yasmin estava grávida e tinha acabado de entrar no sexto mês.
📍Térreo; Maracanã.
Eu estava emocionadissima. Eu não tinha como estar menos emotiva do que isso. Então, já entrei no Maracanã num clima quase que de choro. Mas era um choro de felicidade, de orgulho, como era especial ver Gabriel eternizar os pés na calçada da fama do Maracanã.
Não estávamos andando exatamente juntos, abraçados, mas estava claro que eu tava com ele. A cerimônia se passando de um jeito lindo, as entrevistas, ele sempre sorrindo... E colocou os pés no molde roxo. Se declarou pro Flamengo, e se declarou pra bebê sem nome na minha barriga:
"Hoje é um dia muito especial pra mim. Eu ouvi o coração da minha filha, e agora eu tô aqui eternizado num lugar que é a minha casa. Não tem o que dizer, realmente é diferente, a torcida do Flamengo é diferente, jogar no Maracanã é diferente, e deixar um legado pra minha filha ver sobre mim é muito especial. Eu espero poder continuar aqui e ajudar o clube por muitos anos." - Declarou e eu estava sorrindo, feliz e gravando tudo pra mandar pros pais dele quando me assustei ao ser chamada no palco.
"Vamos fazer uma foto, da família do jogador." - O carinha que tava apresentando e conversando chamou. Eu achei que só o Fabinho e a Dhiovanna iam subir lá, mas Gabriel começou a mexer a cabeça procurando por alguém no meio das pessoas.
Procurando por mim.
"Yasmin?!" - Chamou no microfone, e eu fiquei em um pequeno choque antes de ir devagar pro pequeno palanque. Ele estava sorrindo pra mim quando me deu a mão, beijou a minha testa e depois a minha barriga e aí apontou pra uma das câmeras indicando que eu devia olhar pra lá. - "Já tá ouvindo o Fofocando com o John?!" - Perguntou baixo, me olhando de canto de olho com um sorriso sapeca.
"Só não te empurro daqui de cima porque quero sair no top 10 de wags mais bonitas e elegantes." - Respondi falando com um sorriso, mas mexendo meu rosto pra tirar o cabelo da frente do meu olho.
"Wag?" - Gabriel perguntou erguendo as sobrancelhas. - "Mas rapaz, dê dinheiro mas não dê ousadia. Não quer que diga que é minha mulher mas quer sair numa lista de wag como minha mulher."
"Em casa a gente conversa." - Eu disse, me ajeitando do lado dele, bem como Sr Barbosa mesmo, e ele sorriu, se abaixando pra beijar minha bochecha enquanto dizia:
"Lil princesa, a mamãe tá falando com você." - Jogou pra o lado da nossa filha, me fazendo olhar pra ele e dar uma risada sincera. Gabriel também ria pra mim, e os flashes na nossa direção não paravam.
"Eu quero todas essas fotos." - Declarei, me recompondo e vendo as homenagens irem pra Nunes agora. Achei parecido a mulher dele também estar do seu lado, assim como eu do lado de Gabriel. E me permiti me sentir confortável aqui.
"Eu quero um remember no banheiro." - Ele disse, e eu dei um leve arregalar de olhos. Esse menino tá mesmo as três da tarde na frente de umas duzentas pessoas fazendo referência ao dia que transamos no banheiro do Maracanã?!
"Mais uma palavra e eu realmente te jogo daqui de cima." - Eu disse rindo, e olhando de lado pra ele.
Tudo que Gab fez foi beijar meu rosto de novo, apertar mais forte o braço em volta da minha cintura e barriga, e dizer: - "Duvido você arriscar o posto de top 10 das wags." - E eu ri, me dando conta nesses olhos castanhos que era isso: eu estava feliz. Eu finalmente estava feliz.
De volta ao dia vinte e três de novembro de dois mil e vinte e três, na final da libertadores.
Enxuguei meu rosto, olhando pro molde roxo com os pés dele. Tinham se passado um ano, oito meses e um dia, e a cada dia que se passava eu só me sentia mais assim: feliz. Era verdade, os últimos dias e semanas tinham tido um quê de drama e mal resolução das coisas, mas estávamos recuperados. Eu estava tendo o que sempre quis.
Eu tinha pessoas pra quem voltar. Eu tinha quem lutasse por mim. Quem sem vergonha nenhuma, pelo contrário, com o maior amor, pegava na minha mão em público e me colocava na frente dos holofotes. E do jeito marrento dele, sempre procurando conversa ou enchendo meu saco, mesmo sem dizer com todas as palavras, eu me sentia segura e amada.
Era eu que estava do lado dele e que tinha a paz e a sorte de um amor tranquilo.
Flavinha 💖
O show de abertura vai começar
Cadê você sua doida?Suspirei fundo, bloqueei a tela do celular e notei a maior barulheira no Maracanã. Estava começando.
Olhei de novo pra o molde com os pés dele e fiz uma oração por esses pés. Era isso. Era mais uma final. Ajeitei Sarah, e falei com ela: - "Filha, diz assim: boa sorte papai!"
Os pequenos olhos castanhos foram piscados. - "hum? Papai."
Fui me ajeitando pra voltarmos ao camarote, mas olhei de novo pra moldura dos pés dele, perto do nome 'Gabigol' e disse baixo: - "Que a sorte do nosso amor esteja com você nesse jogo."
>> Oi amores!
Como sempre, trazendo um pra acalentar os corações de vocês 💖 espero que tenham gostado.
Ah, não tenho sido frequente em atualização por aqui não somente pela correria e por estar com muitas fics em andamento (talvez mais do que dou conta) mas também porque a reta final tá doendo em mim também. Procuro Alguém é de todas, a minha história que fala mais de mim. E é a que eu mais amo 💖
Beijão e até o próximo que sai ainda essa semana!!
Obs: gente e essa treta no CRF? Por enquanto estou emitindo poucas opiniões, mas... #preocupada. Liberta na porta e já perdemos o carioca (rimou e foi triste!)
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Procuro Alguém - Gabigol
FanfictionYasmin já passou por muitas coisas na vida e tenta a todo custo superar os traumas que carrega, sendo um deles a ausência da figura paterna. É aí que o anjo Gabriel entra e faz uma proposta que salva a vida de Yá. >>Todas as obras encontradas aqui n...