Capítulo 5

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YENNIFER MILLER

Eu disse, realmente pensei em recusar, mas ele me abraçou e me consolou e então me falou que poderia me levar para casa se eu quisesse... mas o que eu faria lá? brigaria com a minha irmã mais velha novamente? não, obrigada.

Por isso, estou no carro de Lucca Petrov, enquanto ele sorri acelerando pelas ruas, com o som do carro em um volume considerável e eu também estou sorrindo.

Pensei que o Lucca me levaria para um restaurante chique, daqueles que ele poderia pagar com o sobrenome, dos quais são clichês e eu odeio por ter comida ruim. Mas então, ele me levou para uma cabana fora da cidade, a beira de um longo rio, feita de madeira era... era linda.

- O que achou? - Ele me perguntou inseguro, enquanto ligava as luzes da cabana.

Eu só pude sorrir, era o lugar mais lindo que já fui, mas eu não poderia dizer isso para um garoto convencido que está acostumado a ter tudo, então disse algo diferente...

- Não é um restaurante chique e clichê, então você tem um ponto, Lucca Petrov.

- É o suficiente para mim. - Ele estava sorrindo enquanto me olhava e isso foi desconcertante.

- O que fazemos agora, Lucca Petrov?

Eu repetia seu nome porquê parecia perfeito para se dizer, parece certo e era vicioso.

- O que quisermos. - Ele concluiu estendendo sua mão em minha direção.

" o que quisermos"... parece bom, parece certo. Tudo em Lucca era assim, bom e certo, não certo para o mundo ou para qualquer outra pessoa, apenas certo para mim e isso é perfeito.

O resto da madruga passou rápido, conversamos e rimos mais do que achei que poderia. Ele não quis me dizer porquê veio até aqui, porquê precisou sair da cidade, mas seu olhar brilhava enquanto se negava a me dar uma resposta, então, por mim tudo bem não saber.

Lucca Petrov é alucinante, é fascinante e o melhor; ele diz o que pensa, é sincero, não tem medo de se expressar. No final da madrugada, quando já estava amanhecendo, ele me abraçou fortemente e disse que gostava de mim, do meu jeito, de tudo.

Lucca Petrov é a porra da minha Kryptonita. E se sou o Superman, não me importo de perder meus poderes, se isso significa tê-lo somente para mim.

Mas o sol nasceu e a realidade veio junto, e por isso, precisei voltar para casa.

LUCCA PETROV

Nunca conheci alguém assim, que me deixasse interessado em conhecer. Também nunca tive medo de um acidente em minha pista, mas fiquei apavorado em ver Yennifer errar as curvas.

Eu a deixei em casa pela manhã, e coloquei no topo da minha "lista de fazeres" dar um carro novo a ela.

Por conta da noite em claro, satisfeito eu entrei em casa e como todas as manhãs, quando adentrei a cozinha, vejo que Ivan está preparando o café da manhã.

- Bom dia, irmão. - Eu sorrio para ele, Ivan não recebe muito bem meu bom humor, já que revira os olhos e franze o cenho, juntando as sobrancelhas.

- Bom dia. - Com um seco e curto comprimento, Ivan volta a prestar a atenção em suas receitas.

E é quando noto que Gabriel não está presente, isso é bem confuso, já que ele sempre está com Ivan pela manhã, na cozinha.

- Onde está Gab?

- Não veio, provavelmente no quarto...  - Ivan solta uma risada baixa - Vá chamá-lo.

Receoso, já que meu irmão mais velho normalmente faz com que eu fique longe do Gabriel, eu caminho até o quarto. Sem pensar, abro a porta e é quando me arrependo profundamente de minha ação.

A cena é terrível, não pelo ato em si, mas por ser meu irmão a proferir. Gabriel está em pé, desprovido de qualquer peça, a sua frente um garoto da sua idade está ajoelhado, também sem qualquer roupa, o garoto tem suas mãos amarradas para trás enquanto sua boca está ocupada engolindo meu irmão.

Eu paraliso com a cena, no exato momento em que Gabriel joga sua cabeça para trás e agarra os cabelos da pessoa ajoelhada a sua frente.

Eu ja disse que é um garoto?

Sem conseguir proferir qualquer palavra, fecho a porta com força e corro para a cozinha.

- Ivan imbecil! - Eu grito, vendo meu irmão se virar para mim rindo. - Eu odeio você, e-eu... nunca, jamais, vou tirar essa cena da minha mente, está cravada em minha alma!

- Duas garotas? não, deixa eu adivinhar... Dessa vez foram três? - Ivan chuta orgulhoso, se divertindo com meu sofrimento. - Pera, estavam amarradas?

- Ai meu deus! Quantas vezes presenciou Gabriel fodendo?

- Mais do que eu gostaria, somos mal educados e por isso não temos o costume de bater na porta,  um grande erro maninho. - Vejo Ivan gargalhar alto.

- E não, sequer era uma garota e sim, estava amarrado.

- Ai porra! - Meu irmão mais velho grita, soltando uma risada mais alta que antes, seus olhos se arregalando em surpresa - Foi um homem? - Mas ele não esperou minha resposta, continuou rindo.

Gabriel adentra a cozinha espantado, seus olhos arregalados em medo e suas mãos tremendo.

- E- eu... eu sinto muito, eu... porra! eu não deveria... - Mas ele não completa a frase, sua voz é trêmula e ele olha para o chão em vergonha.

E é quando a risada de Ivan cessa, porquê percebemos que ele não está com vergonha por ser pego em um momento íntimo, está com medo por ser pego com um garoto.

Ah, merda.

- Gabriel. - Ivan chama, mas Gab não olha - Gabriel olhe para mim.

- Eu... - Ele não consegue terminar a frase.

- Sou seu irmão, você e Lucca são tudo para mim, não me importo com quem você fode. - Ivan foi sincero, sua voz limpa e olhar confiante - Mas tenho dó do Lucca por ter presenciado o que vi tantas vezes.

- Ai merda, desculpa irmão - Gabriel disse se aproximando, ele faz a menção de tocar em meu braço, mas sei que não vai.

- Eca, você nem lavou as mãos! - Eu ri, brincando e me afastando levemente.

- Cala boca, idiota! - Gabriel se sentou na ilha, a uma cadeira de distância da onde estou, deixando claro que dispensou sua foda. - Mas sério, parem de entrar em meu quarto sem bater.

- Fechado.

- Por mim, tudo ótimo!.

Driving - Drakon's IIOnde histórias criam vida. Descubra agora