𝕻𝖗𝖔𝖑𝖔𝖌𝖔

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ʀᴇᴠɪsᴀᴅᴏ

𝐎𝐥𝐢𝐯𝐢𝐚 𝐆𝐫𝐞𝐜𝐨

O homem à minha frente encarava-me com certa insistência e confesso que já estava ficando nervosa e impaciente com seu olhar frio e quente ao mesmo tempo.

Insano!

Antes de entrar nesta sala, quando ainda estava aguardando que me fosse chamada, pensava que o dono desta empresa era um velhinho ranzinza e barrigudo. Mas quando vi este homem tão imponente, quase desmaiei na porta.

E agora, com seus olhos azuis voltados em minha direção, sentia minhas mãos trêmulas e minhas costas estavam suadas.

Completamente envergonhada, desvio meu olhar do seu e o direciono para a vidraçaria de seu escritório. O silêncio chega a ser constrangedor, sentia que estava me desintegrando e parecia que a qualquer momento iria desaparecer.

--- Boa tarde, senhorita. --- Quebra finalmente o silêncio, fazendo-me suspirar em alívio e dando-me forças para respondê-lo:

--- Boa tarde, Sr. Martinez. Sou Olívia Greco e estou interessada na vaga de assistente, proposta por sua empresa. --- Digo de uma vez toda a frase que passei parte da manhã ensaiando.

--- Pelo que posso ver... --- Retruca, enquanto olha para meu currículo. --- A senhorita tem boas qualificações, domina seis idiomas e tem boas notas no ensino superior. Um bom currículo, tão bom que chega a ser intrigante o porquê de estar aqui, concorrendo a uma simples vaga de assistente. --- Sua voz é quase ríspida e também não posso deixar de perceber o quanto menospreza a profissão.

--- Perdão, senhor, não vejo problema nenhum neste trabalho. Às vezes estudamos para exercer tal profissão e nem sempre obtemos sucesso naquilo que escolhemos. --- Ele franze o cenho e se inclina um pouco mais para frente. Sei bem que podia estar indo longe demais e não importava o quanto me sentia constrangida e nervosa, não iria deixar que ele falasse da profissão dessa forma.

--- Tem razão. --- Se levanta, cruza as mãos atrás de si e dá lentamente a volta por sua mesa. --- Talvez tenha passado uma impressão ruim em minha fala, mas a verdade é que só estou um pouco curioso. --- Se põe atrás de mim, engulo seco, fechando os olhos e pedindo mentalmente para o Senhor lá em cima que me ajudasse a sair logo desse lugar. --- Parece nervosa. --- Abro os olhos e noto que minhas mãos estavam trêmulas, viro-me abruptamente em sua direção e vejo que está bem perto de mim.

--- Senhor, desculpe, mas...

--- Xiii... --- Põe seu dedo indicador em meus lábios, abro bem os olhos, incrédula com seu gesto. --- Está contratada! --- Se afasta e vai até uma pequena adega, servindo-se de alguma bebida.

--- Não vai me fazer nenhuma pergunta? --- Questiono, tentando conter minha felicidade em saber que finalmente havia conseguido um emprego.

--- Já sei tudo o que preciso saber sobre você, senhorita. Agora pode ir, começa na segunda e uma primeira regrinha: nada de atrasos. As outras regras direi no decorrer dos próximos dias. --- Diz ele, aceno com a cabeça exageradamente.

--- Tenha uma boa tarde, Sr. Martinez. --- Digo e saio a passos largos, caminhando até a porta, abrindo e a fechando logo em seguida.

 Romance With The Boss.                                             RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora