Capítulo 16.

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FABIAN MARTINEZ

Encaro com desespero, o estabelecimento em que Olívia trabalha. — Não faço ideia de como olharei em seus olhos. — Suspiro. — Posso simplesmente falar o que houve e que não lembro do que aconteceu.

Péssima ideia... — Bufo.

Finalmente tomo um pouco de coragem e me aproximo do local, abrindo a porta e entrando no mesmo. A vista de Olívia logo entra em contato com a minha, a mesma abre um sorriso digno de um comercial de pasta de dentes.

Um sorriso que antes me enchia de tranquilidade e felicidade, agora me deixa completamente revoltado e angustiado.

— Fabian, aconteceu alguma coisa? — A mesma pergunta e aproxima-se ao perceber meu desânimo.

— Não, eu... É... São problemas na empresa, também estou um pouco cansado. Passei a noite acordado, assinando a papelada que havia lhe dito. — Ela balança a cabeça, parecendo desconfiada de algo. — Já terminou? — A mesma assente e diz que vamos em um minuto, logo está de volta e se agarra ao meu braço.

Então saímos do café e entramos em meu carro, dou a partida e durante todo o caminho ficamos em silêncio. A mesma parecia aérea ao que estava acontecendo ao seu redor, quanto à mim, não parava de pensar em como abordar e falar sobre o acontecido.

— Amanhã tenho folga e vou na clínica, lembra que a obstetra falou que essa semana começo a tomar as vacinas? — Assinto.

— Vou com você, não quero que vá sozinha. — A mesma sorri e toca minha mão, que estava na marcha do carro.

— Não sei Fabian, você parece estranho. Realmente não aconteceu nada? — Diz ao notar meu desconforto. Faço que "não" com a cabeça e lhe dou um sorriso singelo. — Muito bem, confio em você. Mas quero que saiba, que se tiver qualquer coisa para contar, conte e nós iremos resolver isso juntos, certo? — Concordo e engulo seco. Pois não estava preparado para lhe falar absolutamente nada. — Bom, amanhã teremos que ir às oito da manhã.

— Sim, darei um pequeno pulo na empresa e vou buscá-la em seguida. — Digo e dou um leve sorriso.

MINUTOS DEPOIS...

Por fim chegamos em seu prédio, a mesma me olha, se aproxima e beija-me nos lábios, fazendo com que minha consciência fique ainda mais pesada.

— Até amanhã. — Diz ao afastar-se.

— Até... — Respondo e ela sai, fechando a porta atrás de si e entrando em seu prédio.

Já em minha cobertura, jogo meu terno no sofá e começo a pensar no que farei quanto ao assunto de Elena. — Maldita.

Uma coisa é certa: tenho que falar para Olívia, mesmo temendo sua reação. — Caminho até minha secretária eletrônica, ligando-a para ouvir todas as mensagens de voz que recebi durante todo o dia. Primeiro ouço a voz de Ruggero:

Olá irmão, percebi que está estranho esses dois dias. Algo aconteceu? Olívia está bem? — A fala é finalizada por um "bip" e logo outro alguém começa a falar:

Oi Fabian, sei que não quer saber de mim. Mas precisamos conversar. Pelo menos por uma última vez... — Meu coração enche-se de ódio e uma repulsa cresce em meu ser, as outras mensagens não podem ser ouvidas, pois antes pego o aparelho e o despedaço jogando-o contra a parede.

Como pude ser tão burro? Cair no papo daquela vagabunda... — Lágrimas rolam por meu rosto, enquanto bagunço todo meu cabelo, em completa exasperação.

— Céus, que Olívia me perdoe... — Sussurro e olho para o alto, decidido a falar tudo o que houve.

[...]

 Romance With The Boss.                                             RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora