Capítulo 29.

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NARRADOR

De baixo dos pequenos pés de vinhedo, a pequena Martina Greco brinca com suas bonecas feitas de palha e pano já desgastado que sua mãe, Donatella, a havia dado como presente em seu nono aniversário.

Os pais da jovem trabalhavam para a Família Steven há muitos anos. E como os patrões eram muito rudes, Martina não podia andar pela propriedade livremente. Pois os chefes de seus pais odiavam vê-la correndo por suas terras, mas era uma criança teimosa e sempre que podia, fugia de seus pais e ia para os vinhedos, onde ninguém poderia lhe ver e repreendê-la.

Outrora, já não era mais seu esconderijo. Pois ao se dar conta de que era observada, levantou-se e com olhos rápidos de criança, procurou por quem lhe enquadrinhava.

— Quem está aí? Apareça, ou jogarei esse... — Olhou para o chão e viu uma pedra, agarrou-a. — Essa pedra! — Como se sua ameaça surtisse efeito, um menino com um pouco mais de sua idade apareceu em sua frente, era Alfred Steven, filho dos donos e que acabara de chegar da América.

O filho do patrão. — Pensou ela e arregalou os olhos.

— O que está fazendo aqui? — Questionou com curiosidade.

— Sou eu quem devo perguntar. O que faz nas terras do meu pai? — Ela olhou para trás de si e por mais que quisesse negar por vergonha, as bonecas estavam lá para comprovar que brincava. Já estava quase mocinha e tinha lá sua faceirice. — Não me diga que estava brincando? — O rapaz por sua vez, sorriu e perguntou: — Quantos anos tem? — Já impaciente com o silêncio da menina, ele suspirou e bateu o pé no chão. — De onde você é?

— Daqui. — Respondeu por um fio de voz e o menino por sua vez, estranhou e perguntou-se de quem se tratava aquela garota. Porque nunca ouviu falar sobre a mesma.

Alguma irmã que me foi escondida? — Perguntou-se internamente, mas as roupas de má qualidade que a mesma vestia, delatavam que ela não tinha o mesmo nível social.

— Qual o seu nome? — Inquiriu-a, mas a resposta demorou a vir e por fim a pequena disse-lhe:

— Martina, Martina Greco... — Juntou as mãos atrás de si e olhou para seus pés, demonstrando timidez.

— Sou Alfred Steven. Seus pais são daqui?

— Mais ou menos, eles são da Toscana. Mas mudaram-se para cá para trabalharem para sua família. — Alfred assente, ele estava encantado pelos olhos castanhos-escuros que o encaravam, parecendo quase selvagens.

O mesmo aproximou-se mais e ela mostrou cautela com sua aproximação, fosse como fosse, ainda eram estranhos.

Daquele dia em diante, o tempo passara tão rapidamente que os dois se viram adolescentes e ambos desenvolveram interesses amorosos um pelo o outro.

Porém, nenhum dos dois tinha coragem suficiente para falar sobre seus sentimentos, por isso contentavam-se apenas com troca de olhares quando topavam-se nos corredores da mansão ou durante as refeições, quando os pais dela iam servir os Stevens e ela os acompanhava, somente para ver o rapaz que gostava.

Donatella, a mãe de Martina, já havia percebido o interesse da filha no jovem patrão e chegou a alertar-lhe sobre o que sua gana poderia trazer para si sua família, mas o que Martina sentia era mais do que apenas “desejo”. Ela estava perdida em um mundo vermelho chamado “amor”.

Em uma noite, a moça parecia perder o sono e decidiu aventurar-se pelas as terras da propriedade. Já estava acostumada a fazer tal coisa, aquilo de alguma forma lhe fazia recuperar o sono perdido.

Estendeu uma toalha no chão e deitou-se embaixo de uma figueira, então passou a imaginar como seria se Alfred estivesse ao seu lado. Sua imaginação não estava muito longe da realidade, pois estava logo ali perto o dono de seus pensamentos fantasiosos. Que pelo mesmo motivo também decidiu sair para caminhar.

 Romance With The Boss.                                             RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora