𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 2

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ʀᴇᴠɪsᴀᴅᴏ

𝐎𝐥𝐢𝐯𝐢𝐚 𝐆𝐫𝐞𝐜𝐨


Encaro a loira a minha frente, procurando alguma memória que me levasse a lembrar de quem se tratava. No entanto, não consigo pensar em ninguém em especial.

--- Estou atrapalhando? --- Questiona Fabian e sua pergunta sai em um tom cortante, ríspido até. Ruggero se levanta.

--- Não, não está atrapalhando nada. Sente-se. --- Diz.

Tenho certeza que por educação. --- Quase sorrio, mas seguro a vontade.

Enquanto Fabian e a desconhecida se acomodam, conscientemente ele senta-se ao meu lado e a tal mulher se acomoda ao lado de Ruggero, que me encara e parece não estar gostando da situação.

--- Logo mais conversaremos sobre isso, Srta. Greco. --- Fabian sibila baixinho ao meu lado.

--- É! — Falo alto demais e então para disfarçar levanto-me e digo: --- Irei ao banheiro, volto em um minuto.

--- Pensei o mesmo senhorita, vamos, lhe acompanharei. --- Bufo e nos afastamos da mesa, ao chegarmos nos banheiros, abro a porta e quando penso que ele entrará no banheiro masculino, me empurra para dentro do feminino, e colados nos chocamos contra a pia. --- O que pensa que está fazendo? --- Pergunta-me, seus lábios estão centímetros perto dos meus e ele segura meu queixo com intensidade.

--- Não entendo onde quer chegar com essa pergunta, Sr. Martinez... --- Digo, evitando seu olhar. Como sempre, fico nervosa.

Muitos pensariam que é excitação, atração. Entretanto, o que sinto é medo, esse homem transmite uma áurea obscura, fria e indecifrável. Pela primeira vez, consegui olhar dentro de seus olhos e eles eram caliginosos e sinistros, incapaz de observá-los por mais tempo, abaixei o olhar.

--- Olhe para mim... --- Sua voz cortante me causa um arrepio e sem rodeios volto a olhá-lo. --- Não quero vê-la com Ruggero novamente, entenda que é minha e ninguém irá tocá-la! --- Suas palavras me deixam tão chocada, que não tenho forças para questioná-lo sobre essa sua possessividade.

--- Não entendo o que...

--- Não tem que entender nada, apenas obedecer. É minha e, portanto, não voltará a sair com Ruggero ou qualquer outro homem. --- Se afasta um pouco, engulo seco. --- Agora você sairá daqui comigo, e se Ruggero perguntar o que houve, você inventará qualquer desculpa e seguirá comigo. Agora vamos! --- Aponta para a porta, e com medo faço o que ele ordena.

Uma vez que voltamos para onde estávamos, Ruggero levanta-se e questiona-me se estava bem, disse que sim e que havia surgido um problema, que teria que ir embora, o mesmo havia se oferecido para acompanhar-me, porém, Fabian tomou a frente e disse que faria isso, e pediu que Ruggero levasse a tal mulher para casa.

E neste momento estou dentro de seu carro, olhando os prédios que vão ficando para trás. --- Me perguntando o que diabos tinha na cabeça para aceitar as objeções desse homem, sem ao menos tentar impedi-lo de algo. --- Juntando o pouco de coragem que tenho, mas sem o olhar, o pergunto:

--- Quem era aquela mulher?

--- Ciúmes? --- Solta uma risadinha provocativa.

--- Não. — Sua risada cessa. --- É que em todo esse tempo que trabalho com você, já o vi com várias mulheres e nunca o vi com aquela senhorita.

--- Ela não é uma amante. --- Meu olhar recai sobre ele, que mantém uma expressão séria. --- É só uma sócia. --- Diz, sem me olhar.

Minha visão volta-se para a rua, então percebo que este não era o caminho para meu apartamento.

 Romance With The Boss.                                             RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora