Pretty Boy | Hacker.

seventeen

HACKER.

Eu não sabia como lidar com essa situação. Margot sumiu, evaporou.

- Não adianta mais, a peça já começou, Aubrey ficou no lugar dela.- Brianna diz chateada. - Eu tô muito preocupada gente.

- Não só você.- murmuro nervoso.

- Vou ligar pra irmã dela.- Carly diz.

- Não, liga para o Chad, a Laurie não pode ficar nervosa.- digo me lembrando.

Carly se afasta indo para a lateral do prédio e eu pego meu celular tentando pensar em algo que eu possa fazer para ajudar. Ninguém viu nada, não tem a porra de um segurança nesse teatro. Só de pensar que algo de ruim possa estar acontecendo com a minha garota um ódio enorme toma conta de mim.

- Fica calmo, ok? Vamos achar ela.- Aaron diz segurando em meu ombro. Carly volta para a rodinha que fizemos na frente do Teatro com uma cara nada boa.

- Margot não está lá. Ele não tem notícias dela.

- Merda.- Brianna pragueja. - Ok... Carly e eu vamos pela direita, Vinnie e Aaron pela esquerda. Vamos vasculhar o quarteirão, qualquer notícia enviem no grupo.

•••

Aaron e eu entramos em todas as cafeterias e lanchonetes existentes nesse quarteirão e a loira não estava em nenhuma. Eu já estava perdendo a esperança quando vimos uma garota andando meio desgovernada saindo de um pequeno beco. Automaticamente meu coração começou a acelerar ao ver que era Margot, ela ainda vestia o vestido da peça, mas agora sua maquiagem e seu cabelo estavam borrados. Aaron e eu corremos em sua direção e ela pareceu ficar aliviada em ver a gente.

- Meu Deus...- ela murmurou antes de começar a chorar e me abraçou fortemente. Aaron disse que iria avisar as meninas e se afastou um pouco de nós.

- O que aconteceu?- segurei seu rosto em minhas mãos e meu coração se partiu ao ver seu olhar assustado e fragilizado. - Alguém te machucou? Quem fez isso?

- Foi a Aubrey, ela me encurralou no banheiro e depois um cara apareceu e colocou um pano no meu nariz então eu apaguei.- ela funga. - Eu fiquei com medo, acordei sozinha naquele beco, eu fiquei com muito medo.- abracei seu corpo contra o meu e agradeci mentalmente por tê-la aqui.

- Venha cá, também preciso de um abraço, fiquei preocupado.- Margot se soltou do meu aperto e abraçou Aaron que beijou carinhosamente sua bochecha.

- Perdi a peça, sim?- ela sussurrou e eu assenti.
- Ontem recebi um e-mail dizendo que teriam alguns olheiros da produção de hollywood aqui. Era uma oportunidade e tanto.- Margot falava com tanta tristeza.

- Vamos dar uma lição nesses filhas da puta que fizeram isso com você, ok?- me aproximei.

- Ninguém mexe com a nossa Margotzinha.- Aaron completa fazendo ela abrir um sorriso mínimo.

•••

Todos fomos até o apartamento da Margot para não deixá-la sozinha. Chad apareceu por lá e estava furioso, dava pra ver o quanto a amava, e como doia nele ver ela tão debilitada. Antes de ir embora, disse que iria chamar um advogado para ver o que seria certo fazer nessa situação. Margot foi dopada e levada para um canto qualquer contra sua vontade, quem quer tenha feito por isso deverá pagar. Principalmente Aubrey, que planejou toda essa merda.

Bri e Carly foram embora duas horas depois junto com Aaron, e eu fiquei a pedido da loira. Margot usava uma calça de moletom e uma camiseta quando entrei no seu quarto, na televisão que ficava na parede a frente da sua cama passava um episódio de friends. Sentei ao seu lado na cama e passei meu braço pelo seu corpo fazendo ela se aconchegar em meu peito.

- Está com fome?- questionei.
- Não, estou bem.- ela respondeu. - Eu ainda não estou acreditando no que aconteceu. Parece que estou vivendo uma cena de filme colegial clichê onde a popular acaba com a vida da nerd por ter ficado com seu ex namorado.

- Você anda assistindo muita netflix.- comento e ela ri de leve. - Eu preciso tirar uma dúvida que está me matando...

- Não, eles não me machucaram, eu juro.- ela diz baixinho e eu fico mais aliviado. - Mas o jeito que aquele cara me segurou e como eu acordei sozinha naquela rua escura... Tudo me lembrou coisas ruins do meu passado, eu entrei em pânico, Vinnie.

- Eu sinto muito, sinto muito.- apertei seu corpo ao meu como se fosse possível alguma forma de transferir tudo de ruim que ela estivesse sentindo para mim.

- Não pensei que aquela garota fosse tão baixa a esse ponto.- ela diz.

- O importante é que você está bem e segura agora. Mais oportunidades vão aparecer e logo logo eu vou ter que marcar horário para sair com você porque você, Margot Laurent, será uma grande atriz.- ela levanta a cabeça para me ver ficando com seu rosto a centímetros do meu.

- Você sempre terá um horário, Vinnie Hacker.

- É bom mesmo.

Vinte minutos depois Margot está dormindo tranquilamente em meus braços. Não consegui pegar no sono por motivos de ainda estar assustado. Queria ter convencido Margot de ir ao hospital para fazer uns exames, mas ela disse que estava bem e só queria ir pra casa. Então checo a cada cinco segundo se ela está respirando e não consigo parar de olhar para seu rosto agora mais relaxado.

Fico hipnotizado com sua boca, seus traços, suas sardas na região do nariz bem clarinhas quase inexistentes e seus olhos, que mesmo fechados por estar dormindo não deixam de ser encantadores com seus lindos cílios. Deus, Margot é a perfeição em pessoa, não posso negar a forma como minhas emoções ficam agitadas quando fico tão próximo dela.

Talvez eu esteja realmente gostando dela, talvez eu realmente a queira.

Talvez eu a ame, ame tanto a ponto de querer passar todo minuto ao seu lado, querendo conhecer mais e mais de sua personalidade, seus gostos, suas manias, tudo aquilo que a faz ser única.