Harry

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Olho para a parede em minha frente, ela era toda pintada em um tom de verde claro. A cor dos meus olhos no sol, e também a cor dos olhos de minha mãe.

Gosto de me lembrar dela, quando brincava comigo no jardim e tudo mais, mas as vezes ela me vem à mente de um jeito errado e perverso. Sei que é minha própria mente tentando me manipular, mas ela parece ser tão real.

A uma mulher em minha frente com a metade do rosto desfigurado e com as orbitas verdes esmeraldas caídas batendo em sua bochecha. Minha mãe estava lá, me olhando no canto da parede. Sinto meus pelos se arrepiarem por todo meu corpo, fazendo com que eu puxe a coberta para cobrir minha cabeça, me escondendo da figura em minha frente.

- Não é real Harry. - Falo a mim mesmo tentando me convencer disso, mas não adiantou muito.

Sinto as mãos me tocando. Primeiro em minhas pernas, elas iam subindo.

Minhas coxas.

Cintura.

Barriga.

Ombros.

E por último meu rosto.

Ela tocava por cima da coberta. Conseguia sentir a suas mãos geladas nas minhas bochechas fazendo carrinho.

- Olá filhote. - diz e puxa a coberta com tudo do meu rosto me fazendo olhar para aquela figura destorcida em minha frente. - Olhe para mim querido.

- Fique longe. - Grito a empurrando de cima de mim e a jogando para fora da cama. - Fique longe.

- Filhote por estar me tratando desse jeito. - diz no lugar de onde era para ser seus olhos cai uma gota de sangue e se espirra no tapete em seus pés. - Você me matou, e agora me trata assim depois da morte. - Diz com raiva vindo para cima de mim. Ela chega tão rápido que não consigo me preparar. - Olhei para mim filhote. - Ela pega meu rosto e me força a olhar para ela. - Você me matou, matou a todos. - Vejo todos da máfia de meu pai parados atras dela seus rostos e corpos estão desfigurados.

- Para. - Grito. O desespero toma conta de mim e me debato contra ela, nossas cabeças se batem com força, fazendo ela sumir.

Olho em volta e não tinha mais ninguém por perto. Estou com a cabeça encostada na parede, provavelmente devo ter batido nela em vez da minha mãe.

Me afasto da parede e vejo uma gota de sangue escorrer da parede verde claro e pingar no chão.

- Merda. - Coloco a mão na testa e minha cicatriz tinha sido aberta de novo.

Troca de roupa e desço para a cozinha em meio a madrugada, sabia que ia ter uma pessoa lá que saberia me ajudar.

Vejo uma mulher de cabelos pretos de pele bronzeada igual a minha de avental apoiada na pia.

- Anne. - A chamo quando chego na cozinha. Ela olha para mim preocupada.

- Aconteceu alguma coisa senhor. - diz com um tom de preocupação em sua voz. Nessa luz dava para ver as mechas de cabelos brancas em suas cabeleiras pretas.

- Extravagaram de novo. - Digo levantando o cabelo e mostrando a testa.

- Meu deus criança. - diz e vou na direção dela. - Venha vou dar uns pontos nisso. - Sento-me no banco em sua frente e ela abre um armário atras dela e pegar o quite médico. - Você tem que parar de abrir essa cicatriz. - diz Anne. Ela pega uma gaze e passa limpando o sangue de minha testa.

- Eu sei, mas ela sempre aparece. - Digo coloco pés na cadeira e abraço meus joelhos o mais forte que conseguir.

- O senhor tem que dar um jeito dela não voltar mais. - diz, ela passa pomada que arde um pouco a ferida, mas já estou acostumado com machucados que nem ligo mais.

AprisionadoOnde histórias criam vida. Descubra agora