Anjo da morte

225 12 9
                                    

"Amigos são como duas almas em um só corpo. Não se machuque, pois isso vai me machucar também." - Vincenzo 1x18

[PLAY "UMBRELLA" - EPIC TRAILER VERSION !!! 🎶🎶]

Pagliuzza, Malta. Residencia dos Cassanos.

36 semanas.

A madrugada chegou fria em Pagliuzza, havia um forte temporal ameaçando cair. Cha-young dormia sozinha em sua cama quando a primeira onda de dor a atingiu. Acordou assustada, percebendo rapidamente do que se tratava. Tratou de chamar pelos empregados assim que conseguiu criar forças, mas mal teve tempo de chegar a porta de seu quarto quando a segunda onda a tomou. Em uma das mãos segurava firme o celular, que agora informava que o número para o qual tentara ligar havia caído na caixa postal.

-Senhora Cassano, está na hora?

Apenas mexeu a cabeça em afirmação, dirigindo o olhar para o piso molhado. Respirava fundo para dissolver a tensão que tomava seu semblante. Com a ajuda de um segundo funcionário, voltou a adentrar o quarto em passos lentos, parando em frente a janela apenas para ver a chuva despencar.

*******

Ele contornou o sofá, parando de frente a ela. Engolindo em seco antes de a encarar, ao perguntar:

-Você tem certeza?

Ela ergueu a mão mostrando um pequeno teste, que ele rapidamente pegou. E então, constatando os dois tracinhos, voltou a encará-la. A puxou pelos ombros, envolvendo-a em um longo e caloroso abraço.

-Eu não sei o que dizer... - E enquanto tentava fazer a ficha cair, em seus lábios um nítido sorriso surgia.

Cha-young, por sua vez, apenas se acomodou naquele abraço. Deixando que tudo de ruim ficasse lá fora.

***

De repente, mil e um pensamentos tomavam a mente de Cha-young. Ela sentia que aquele momento não seria nem perto do que planejou.

-Senhora, creio que teremos dificuldade em levá-la para o hospital. Não podemos pegar o barco ou o helicóptero com o tempo assim!

-Traga o médico até aqui. - Cha-young ainda observava pela janela quando pronunciou. -Ele está na ilha, não está?

Os ventos que invadiam aquele quarto, ora com tamanha força, sacudiam incessantemente as cortinas ao redor de Cha-young, assim como seu cabelo voava sobre seu rosto, provocando uma bagunça que ela não se importava. Porém, embora assustadora, a ventania intensa que soprava a ilha não era nada perto do que ela estava sentindo.

A mulher finalmente se afastou da janela, deixando que a mesma fosse fechada, quando com um ar decidido, voltou a pronunciar:

-Faremos o parto aqui!

E não esperou obter nenhuma resposta. A coreana rapidamente sentiu suas forças serem novamente esmagadas. Precisou sentar-se na cama enquanto entre grunhidos cortados exasperava:

-Por favor... peçam a Mariella que localize meu marido... Eu não vou fazer isso sem Vincenzo!

-Sim, senhora. Fique tranquila. Estamos cuidando disso.

Un crimine per dueOnde histórias criam vida. Descubra agora