Coisas sem sentido

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Abaixei a cabeça e tentei colocar tudo que se passava por ela em ordem. Após alguns minutos de silêncio, apenas julguei ser o bom momento para perguntar.
— Aoi?
Ele me olhou confuso, devido a grande pausa que eu dei entre seu nome, logo seu olhar se tornou aconchegante e algumas pequenas risadas se formavam.
— Sim? Alice! — Ele riu da minha situação constrangedora e acrescentou — Pode me chamar de Ao?
— Okay, vou tentar — Falei olhando para aquela cara de lerdo.

— Então o que foi? Você parece triste — Ele me perguntou. Já ia me esquecendo

— Você vai morar com quem? — Perguntei olhando para ele esperando uma resposta.

— Qual o ponto dessa pergunta? — Ele levantou a sobrancelha e olhou curioso.

Quase no mesmo tempo meu pai adentrou na sala.
— Aoi eu e a Yona vamos nos separar, sei que é repentino, então queremos saber com quem vocês vão querer ficar! Comigo ou com a Yona — Aoi parecia irritado e dava para saber pelo semblante dele que era inacreditável ouvir aquilo. Meu irmão suspirou.

— Não se preocupe no final do ano estou voltando para o EUA — Ele acabou de chegar.

— Vou morar num apartamento que aluguei a uns 2 meses e também não se preocupe com a Alice, se ela quiser também vai morar lá! — Ele nem se mexia enquanto falava, o ar de esnobação que emanava dele era surpreende.

— Então deixe tudo comigo agora ok. — Como assim ir morar com ele? Ele tá doido, a américa enlouqueceu meu irmão de vez. Meu pai fez uma cara de que não estava entendendo nada e fiz a mesma coisa. Afinal, o que era tudo aquilo do nada?

Aoi ficou me olhando e depois de um longo tempo, sorriu. Foi estranho mas sorri também. Eu estava confusa mas ao mesmo tempo um pouco aliviada. 
Meu pai deu ombros para a ideia e saiu da sala, ele não parecia muito interessado.  

Nossa mãe por outro lado pelo menos tentou demonstrar alguma preocupação com os filhos. 

— Aoi, você tem certeza disso? — Ouvi minha mãe dirigir a palavra ao Aoi, suas mãos coçavam a cabeça. Típico sintoma de que ela não estava confiante em algo. 


— Sim, eu tenho! — Disse confiante — Não se preocupe, mãe, eu cuido de mim há 4 anos, e não será um incômodo ter Alice ao meu lado. Mas sim, uma ajuda, com quem posso estar agora. E o melhor é ter com quem ficar não acha? — Ele terminou apontando para o celular. Pelo visto e pelo tom de voz ele já sabia da separação deles e também o motivo. Traição de ambas as partes. 

Mamãe continuou olhando para Ao com desaprovação. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Aoi se levantou do sofá, pegou minha mão e saiu.

— O que houve Aoi? — Perguntei sem esperar uma boa resposta.

— Onde está meu quarto?— Disse ele  tentando mudar de assunto.

—  Nossa mãe pegou para ela, já que não quer dormir com o pai —  Expliquei entristecida.

— Muito bem, então eu durmo com você, ok? —  Aoi falou com um pouco de triste e dava para sentir a raiva

—  Venha —  Falei indo para a direção do meu quarto, finalmente abro a porta e mando que entre. Aoi obedece.

— Eu tenho um sofá cama se quiser dormir nele, só teremos que tirar essa mesa do computador daí, você me ajuda? — Disse com um sorriso bobo no rosto que vez ele rir

— Claro — Falou bobo.

Retiramos a mesa do lugar e colocamos num canto do quarto, a movemos sem muito esforço, então ele saiu para encontrar um travesseiro e cobertores. Logo abrimos o sofá que se deu forma de cama, eu me sentei na minha cama e ele "na dele" , sentei em posição de borboleta, ele vez o mesmo, sorri.  Mas ele que abaixou a cabeça e eu fiquei muito confusa. 

— Quantos anos você tem agora? — Para que ele queria saber disso, ele saiu daqui eu nem me lembro direito, quer dizer lembro só não gosto de pensar no assunto. Eu acho que é por causa do trauma. Eu sabia que não queria contar a ele minha idade real, eu realmente não me importo mais com o que as pessoas pensam de mim, mas e se ele achar que estou mentindo? 

— Faço 13 daqui alguns dias. — Falei rindo disfarçando o momento, mas ele continuou estranho.

— Me desculpe, eu...— Ele se levantou sentou na minha cama e me abraçou. 

— Me desculpe eu não devia ter te deixado, sinto muito mesmo eu... eu queria tanto sair daqui que não tive a oportunidade de pedir para você ir comigo, não tive nem a oportunidade de me despedir.  Me perdoe por ter te deixado com eles. Mas eu tive tanto medo... Você sabe que não podemos ficar aqui, não é? — Senti as lágrimas de Aoi caírem nos meus ombros, eram quentes. Retribui o abraço, não entendi sua reação, mais eu sabia do que se tratava — Está tudo bem, está tudo bem. —  Tentei acalmá-lo,  ele sorriu tristemente e acenou com a cabeça.

Aoi foi embora para o exterior aos 13 anos mesma idade que irei fazer agora! 13,  o que significa que quando ele foi embora eu tinha 8 anos de idade, e bem ele não falou nada comigo, mesmo sendo sempre atencioso, mas algumas semanas antes dele ir embora ele começou a me ignorar e me tratar meio mal, me fazendo pensar na época que ele me odiasse, depois de completar meus 10 anos percebi que não era bem assim. Nossos pais viviam brigando desde que eu nasci portanto como o Aoi é 5 anos mais velho, ele compreendeu o mesmo que eu só fui reparar 2 anos depois da sua partida. Por algum motivo não me contaram o dia da sua partida, e fiquei sabendo somente no terceiro dia que ele já estava nos EUA. Lembro que na época aquilo me afetou negativamente e eu fiquei muitos dias na cama doente. Quando nosso pai me falou que ele passaria essa temporada de férias aqui, fiquei feliz  de reencontra-lo e poder rever meu irmão. mais logo depois veio a noticia de que iriam se separar e transformaram tudo em uma caos. 

Eu fiquei calada, ele também se manteve em silencio.Eu queria falar sobre tudo que tinha acontecido até ali, mas preferi manter essas coisas para mim, além disso teria sido estranho para nós falarmos sobre essas coisas, mas eu sou uma pessoa muito estranha, eu acho. Ficamos abraçados por um bom tempo até que Aoi, me largar e sorrir.

— Não se preocupe, mas apartir de hoje cuide bem de mim ok?— Falei sorrindo e ele deu  um belo sorriso 

— Eu ia te chamar para jogar mais como o Ra...— Falei, travando quando fui anunciar o nome do Raku, é melhor eu esperar e ver o que acontece. Eu tinha até me esquecido desse problema.

— Você joga? — ouvi Ao perguntar com uma cara de incrédulo. 

— Sim! Quer dizer mais ou menos — Falo com uma cara de "Não muito, mas jogo" — E você? —Devolvi a pergunta.

— Claro, jogamos muito lá em casa é muito divertido, tenho ótimos amigos para compartilhar o console — Fiquei parada escutando aquilo foi a primeira vez que ele parecia realmente feliz, e falava com tanta alegria, me deixa alegre saber que ele vez bons amigos, bem diferente de mim, que arranjei um zero a esquerda como amigo. 

— Então boa noite, já estou com sono. —Digo me deitando, afinal já estava com uma roupa para dormi. — Vai para sua cama improvisada, amanhã vamos comprar algumas coisas para voce se sentir mais confortável 

— Boa noite, Liss! Dorme bem — Ouvi Aoi falar, ele se levantou e apontou para a porta e disse que voltaria mais tarde. 

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CAP Postado Dia 10 de Junho
próximo Cap :24 de Junho
 19:30

Comentem e curtam, se gostaram, ou o que, se tem de melhorar deêm idéias para a história, bjs até a próxima
Obs parece que troquei os nomes no começo do Cap desculpem me - corrigido <3

Foi tudo culpa suaOnde histórias criam vida. Descubra agora