Festa

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Acordei com o som do meu pequeno globo de vidro que havia ganhado do Raku em um festival de final de ano se quebrando.

Levantei sem entender nada, Aoi estava de pé ao lado do sofá e Raku ao lado da estante onde o globo caiu.

Tentei processar as informações, mas nada parecia certo ali, os dois me olharam e ambos ficaram com feições de raiva.

Coloquei a mão na cabeça e me sentei na cama novamente.

— Quê? O que tá rolando? — falo alto olhando para eles. Eu não tinha ideia do que poderia ser! Eles pareciam tão bravos e confusos e estavam lá em um semi-círculo olhando para mim! Levantei lentamente, com as mãos para cima tentando acalmá-los.

— Ei!.. ei... qual é o problema, pessoal?

— Não precisa se preocupar, estava dormindo e não queria acordar você. Ele chegou batendo na porta enquanto dormia, então acordei para ver o que era. — Aoi disse com uma expressão séria — Ele? — Perguntou confusa. Olhei para o Raku.

— Depois você me conta mais, então Raku, estou esperando uma resposta — Falei, ainda encarando-o

— Eu estava preocupado com você ontem, então resolvi passar aqui cedo para ver como estava. Mas me assustei quando vi um cara no seu quarto e pensei que talvez estivesse invadindo — Ele olhou para Aoi com raiva, então logo seus olhos seguiram para os meus — Não sabia que você tinha outros amigos, Alice.

— Eu não tenho outros amigos — Respondi, me sentindo constrangida por ele estar aqui.

— O que você está fazendo aqui? — Raku perguntou a Aoi, olhando de um lado para o outro.

— Mas, como meu globo foi parar no chão? — Perguntei ainda sem entender — Você não deveria perguntar por que ele está aqui é o meu irmão. Eu te falei que ele morava fora, lembra? — Perguntei mais uma vez, ele demorou a raciocinar — Talvez não lembre, você anda mais distraído com suas coisas — Completei, e com "suas coisas" ele sabia que estávamos falando de Yui, e que eu estava sendo cínica.

— Talvez eu tenha tropeçado e batido no seu globo.

— É possível, mas é improvável — Eu cruzava os braços sobre o peito. — Você não deveria andar de forma tão descuidada. Ele sentiu o olhar de meu irmão, então olhou ao redor da sala, suspirou e saiu com uma cara de bravo, batendo a porta.

Logo ouvi ele gritando das escadas que voltaria mais tarde, ele devia estar envergonhado, mas a cara de raiva era algo novo. Não me dei o trabalho de responder e duvido que ele tenha esperado minha resposta.

— Você está bem? Me desculpa por isso não sei o que rolou. — Tentei relaxar um pouco, foi um começo de manhã muito agitado.

— Não se preocupe, estou bem — Ele passou as mãos sobre o cabelo, rindo sem jeito. — Seu colega é? — perguntou com tom de reprovação.

— Sim — Eu já não sabia se minha próxima frase era verdade, mas mesmo assim falei — Meu melhor amigo! — Ele não reagiu, apenas levantou os ombros e disse para nos prepararmos para descer e tomar café da manhã.

Ouvi uma movimentação estranha no andar debaixo da casa, mas imaginei que não era nada, afinal não temos o hábito de tomar café da manhã juntos.

...

Em 15 minutos saímos do quarto, nesse ponto eu já sabia que tinha algo estranho acontecendo devido a tantas vozes juntas. Quando descemos as escadas, havia balões decorando da sala à cozinha, comidas e um bolo com escritas. A decoração estava bonita e combinava com a aparência de Aoi em tons de preto e azul-escuro.

Foi tudo culpa suaOnde histórias criam vida. Descubra agora