Bilhete

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A porta mal se abriu, e então fechou subitamente. Passei os outros 40 minutos esperando na porta de sua casa, até sua mãe pedir para eu voltasse de volta outro dia....

Segunda-feira, 30/06

— E aí, Alice? Dia de escola de novo, rsrs. — Aoi riu, começando o dia com seu jeito descontraído.

— Valeu. — Respondi com um sorriso, embora minha mente já estivesse mergulhada na complexa missão de lidar com Raku.

Caminhei até a escola, perdida em pensamentos sobre como me desculpar e explicar minha iminente partida para Raku. Ao chegar à escola, mesmo após queimar neurônios pensando, não consegui encontrar uma abordagem satisfatória. No entanto, sabia que precisava fazer algo.

Raku passou por mim, e percebi que era a hora certa. Tinha apenas 15 minutos antes do sinal tocar. Gritei seu nome, e ele se virou para me olhar. No entanto, seu interesse logo se desviou quando Yui, como de costume, correu em sua direção. Desviei o olhar, decidindo não causar mais problemas.

As aulas passaram rápido, e Aoi, sempre presente, esperou por mim na saída. Ele realmente fazia sucesso entre as garotas.

No Caminho

— E aí? — Aoi perguntou.

— Se resolveu com o Raku? — Indagou, demonstrando sua preocupação.

— Não. Sabe, assim está bom. Eu não atrapalho a vida dele e nem ele a minha. — Falei, embora minhas próprias palavras soassem duvidosas.

— Dia 06! — Aoi disse.

— Han? — Resmunguei. — Que isso?

— Dia 06 vamos embora. Você tem até lá! — Afirmou.

Terça-feira, 01/07

Hoje é dia 01, e com certeza vou falar com o Raku, independentemente de qualquer pessoa.

— Cadê o Raku? — Perguntei a alguns amigos dele.

— Não veio! — Responderam.

— Ok, obrigada. — Falei.

Quarta-feira, 02/07

Não veio hoje também.

Quinta-feira, 03/07

Nada dele de novo. E agora?

Sexta-feira, 04/07

O que será que aconteceu com o Raku? Fui à casa dele, e ele não estava lá. Domingo eu vou embora, e esse idiota desaparece... ARG!

— Alice! — Alguém me chamou, e, ao olhar para trás, vi Aoi e Raku. Surpreendentemente, eles estavam juntos.

— Oi. O que fazem aqui? — Perguntei, olhando para Raku, que evitava meu olhar.

— Tenho que resolver um negócio do meu histórico aqui na escola. Daí vi esse ser andando na rua e trouxe junto. Vou ali na secretaria, flw. — Aoi disse, deixando-me sozinha com Raku.

— Por que está faltando tanto? — Perguntei a Raku, que permaneceu em silêncio.

— Olha, eu... sério... — Ouvi ele pronunciar e se agachar para esticar os braços.

— Toma! — Ele disse, entregando-me um bilhete. Fiquei calada, peguei e comecei a abrir. Dentro estava escrito:

Center Joull - Quadra 157

Um endereço?

— Por favor, me encontre lá às 18:00 amanhã. — Ele disse.

— Estarei lá. — Respondi. Logo em seguida, escutei o sinal tocar, anunciando a entrada para as salas. Dei tchau para Raku e fui para a minha.

Sexta-feira à noite, 21:55h

O frio da noite estava intenso, e enquanto pensava sobre que roupa usar no encontro com Raku no dia seguinte, Aoi me chamou.

— Alice, vem cá! — Aoi me chamou.

— Tô indo, o que é? — Falei, descendo as escadas.

— Pega o controle da TV ali pra mim, tá muito longe. — Ele disse.

— Você tá deitado no sofá e me fez vir aqui só pra isso? — Perguntei, ironizando.

— Relaxa, era pra você ver onde vai estudar! — Ele disse, apontando para a TV. Estava passando um documentário em um canal inglês. Tentei entender o que estavam falando, mas meu inglês é horrível. Aoi olhou para mim com uma cara de "Você não sabe inglês?" e riu bastante. Ele se sentou, e eu me sentei ao lado dele.

— Já arrumou suas coisas? Amanhã vamos mandar pro avião cargueiro, e no domingo sairemos cedo para o aeroporto...! — Ele disse.

— Ainda não, vou arrumar daqui a pouco ou amanhã. Vou ter tempo. — Falei, escutando o celular de Aoi tocar, que estava ao meu lado. Peguei e olhei a chamada.

Chamada de Ed ♥

Vou atender...

— Alô. — Falei.

— Hi... alô? — Ouvi uma voz masculina.

— Alice, ME DEVOLVE! — Aoi gritou, tentando pegar o celular.

— Sim, então você é a Alice? Muito prazer, sou Edward Shizu... — A voz disse.

— Prazer! Alice Harutora. — Falei, me divertindo.

— Me dá aí, tampinha. — Aoi disse, puxando o celular.

— Tchau, Ed. Até domingo! — Falei, devolvendo o celular.

— Toma, Aoi. — Falei, rindo. O clima leve da noite deixava a sala aconchegante, mas meu coração ainda pulsava com a incerteza do que me esperava no endereço que Raku me passou.

Foi tudo culpa suaOnde histórias criam vida. Descubra agora