CAPÍTULO 3: Alguém inexistente

778 70 36
                                    

Autor@ da imagem: @WLNGTO


**************

Ele não se move ou olha para cima, suas mãos abraçam suas pernas com força. Era como uma criança assustada.

Seu estômago revira e faz uma sensação nauseante percorrer cada parte de seu ser, seu coração está batendo forte, mas ele se sente vazio.

Seus olhos bem fechados, ele não quer ver aquele "quarto espaçoso e luxuoso". Eles não querem estar em um mundo vazio.

Suas unhas coçam e imploram para criar belos machucados  vermelhos em sua pele. Ele preguiçosamente levanta o pé e coça o tornozelo com os dedos.

O gosto metálico entra em sua boca e aumenta sua vontade de vomitar, se parasse de morder os lábios isso mudaria, mas não, continua fazendo isso de qualquer forma.

Talvez tente evitar que a dor causada por pensamentos tempestuosos o invada e o afunde ainda mais na miséria.

Ele quer desaparecer, o chão está frio.

Quer se livrar do sentimento de angústia que percorre cada parte de si, sua bunda dói.


Deseja não ter que ver outro dia, seus olhos ardem.

Desejando ter ficado na solidão de seu antigo apartamento, lentamente levanta a cabeça e olha para a foto emoldurada onde ele sorri com aqueles garotos que nunca pensou em deixar entrar em sua vida.

Quer ser um perdedor inútil que tem apenas a sua mãe, quer ver Mikey e sentir o abraço caloroso de Mitsuya novamente.

O Hanagaki  deseja de todo o coração não ter um.
Sente vontade de chorar para sempre.

Seus olhos estão vazios, a culpa e o arrependimento que sente o estão desgastando. A dor intencional não funciona mais.

Ele está sozinho e contra a parede sem saída.

Não há mais viagens no tempo, não há mais segundas chances, não quando ele é o assassino de Naoto, não quando ele machucou as pessoas que jurou salvar.

Uma risada quebrada sai de sua garganta seca, Mikey certamente o mataria por tirar sua família dele. Ele merece.

Ele não tem ninguém, e isso é culpa dele.

Ele é implacável, e está tudo bem ser assim.

Agora o Hanagaki está sozinho, como sempre teve que estar.

- Takemichi - a profunda voz de Chifuyu aparece no fundo de sua cabeça.

Seus olhos começam a recuperar aquele brilho.

- Você está começando do zero, mas eu sei que você consegue! – ele diz com total confiança.

- Nós vamos pisotear os Black Dragons, o Kisaki! não importa quem! - estende a mão para ele.

- Eu vou te apoiar até o fim! – Ele lhe dá um sorriso largo.


Era verdade, ele não estava sozinho, ele ainda... ainda tinha aquele menino que nunca esperava nada dele, mas ainda assim, ele lhe deu todo o seu apoio e confiança.

Aquele que perdi (IzaTake)Onde histórias criam vida. Descubra agora