Starlight: Make A Wish | ᵃ ᶜʰᵃⁿᶢˡⁱˣ ᶠᵃⁿᶠⁱᶜᵗⁱᵒⁿ

Fifteen°'•: Sacrifices & Regrets

Há um tempo atrás num lugar distante...

F É L I X

           É ele! Eu sabia que era ele!
       
          Por corredores tão iluminados que chegavam a me cegar, eu deslizava pelos pisos de mármore clara e brilhante como um espelho. Corria com pressa e feliz a fim de encontrar alguém.

             As colunas de mármore com rachaduras douradas passavam pelas laterais de meus olhos também com borboletas escuras, cinzas e claras voando perto de plantas com folhas vermelhas e dali nasciam tulipas brancas como a neve.

        Estava apressado e temia não pisar em meu próprio pé enquanto corria desviando dos outros seres com roupas claras e estrelas salpicadas em suas mangas de um tecido quase transparente em um tom branco amarelado.

             Aquela roupa elegante e bonita, era como um traje branco e dourado com detalhes precisos e delicados, como se cada um fosse desenhando a mão. Os tecidos eram macios e raros, mas mesmo com tanto primor aquele tipo de vestimenta era considerada casual e muito usada por boa parte do povo dali.

           Já pessoa que procurava encontrar com certeza não estaria usando aquelas roupas, e com certeza não estaria naquele lugar tão iluminado. Sua função o obrigava a usar roupas escuras que o clamufassem na escuridão de sua própria natureza.

            Passei por mais corredores e atravessei o jardim vermelho com as borboletas até chegar ao portão de divisa. A divisa entre aqueles dois lugares, onde a luz encontrava as sombras e onde o eterno encontrava a morte por detrás do portão dourado e brilhante com um símbolo de uma ampulheta com uma borboleta juntos contornados por um círculo.
         
              Quando passei pelo portão só precisei andar por uma estrada de pétalas vermelhas de cravos, ela descia até a outra parte daquele universo estranho. Lá a estrada se tornava de rocha conforme o brilho alaranjado era tomado por uma neblina densa e escura.

           Caminhei sobre a estrada de rocha atento até que vi a silhueta de quem esperava no nosso casual ponto de encontro.

              Ele estava sentado em uma das rochas que costumávamos ficar para admirar a beleza desse universo. Mesmo de costas eu sabia que ele estava sério, como sempre estava antes de eu chegar, e seus ombros caídos também entregavam isso.
             
              Seu cabelo escuro, longo até a metade da nuca, se perdia na escuridão (ao contrário do meu que era tão loiro que cintilava quando eu andava no escuro). Sua pele pálida e olheiras levemente avermelhadas contrastava com os pingos de sardas que eu carregava no rosto (e que sempre cintiliavam de acordo com minhas emoções, como o de qualquer ser do meu lado do portão também o fazia).

            Dois lados, duas funções, dois seres distintos que de certa forma se completavam. É, eramos bem diferentes, isso era fato. Ele podia ser o oposto de mim, mas sei que estaria do meu lado sempre. É com ele quem devo compartilhar minha descoberta, meu único e melhor amigo aqui.

            — Neil! — gritei quando já consegui chegar perto e ele tapou um dos ouvidos com meu entusiamo.

             — Argh! — exclamou ele me vendo sentar ao seu lado agarrou o cristal de seu colar por puro reflexo. — Lux — falou um de meus nomes formais — , nem iria imaginar que fosse você — falou com sarcasmo dando um meio sorriso com a sobrancelha arqueada.

              — Sentiu minha falta, docinho? — falei com um sorrisinho atrevido nos lábios.

               — Já estava contente por não ter que encarar esse brilho todo em você — ele sabia mentir muito mal. — E o brilho excessivo de suas sardas me faz sugerir que está animado com algo. Estou correto?