Anastasia
São nove da manhã de uma segunda-feira e o meu escritório é uma bagunça de pessoas correndo, esquema de luzes e posicionamentos de câmeras.
Gia, minha maquiadora se junta a Kate e as duas não dispensam oportunidades de exaltar o quão bonito Christian é e a minha sorte por tê-lo como companheiro de trabalho.
Sério, parece coisa combinada.
Eu evito expressões faciais para não marcar a minha maquiagem, mas sinto a raiva crescer cada vez que ela riem e falam dele como se Christian Grey fosse um príncipe encantado.
Meia hora depois eu sorrio para o meu reflexo no espelho. Kate escolheu para mim um terninho preto com body rendado da mesma cor por baixo e Louboutins clássicos. Gia afofa as ondas do meu cabelo uma última vez e as duas batem palmas.
— Você está espetacular. — Kate grita e puxa o celular do bolso da calça. — Pose, Ana. Vamos fazer uma foto bem dona do mundo.
— Tem lugar para mim também? — Paolo surge detrás das meninas e vem até mim, deslizando a mão ao redor da minha cintura.
— Sempre tem, querido. — Paolo sorri e beija o minha bochecha.
— Vocês são tão lindos juntos. — Kate murmura com um sorriso. — E Ana, nós precisamos começar a planejar o seu casamento.
— Tão rápido? — Christian para ao lado das minhas amigas e enfia as mãos nos bolsos do terno, me fitando com uma sobrancelha arqueada.
Se o meu humor já não estava dos melhores antes, agora piorou.
Depois da discussão que nós tivemos ontem no iate ele sabiamente se manteve distante e não voltou a me dirigir a palavra até o final da tarde. Ele também recusou o convite de Paolo para passar mais uma noite na mansão e eu quase gritei de alívio.
— Estou ansioso para ter Anastasia como esposa, Christian. — Paolo murmura com alegria. — Sou um homem apaixonado, afinal. Vai me entender quando chegar a sua vez.
Eu tombo a cabeça para trás numa gargalhada venenosa.
— Não acho que o senhor Grey tenha capacidade de entender o amor. Quem dizer, é um sentimento que envolve muitos outros e amar alguém é mais difícil do que as pessoas pensam. — Christian arqueia uma sobrancelha e suspira, me olhando com curiosidade.
— E o que te faz pensar isso sobre mim, senhorita Steele? — eu dou de ombros e cruzo os braços.
Os olhos dele desviam rapidamente para o meu decote e ele vacila um pouco. Um sorrisinho puxa o canto da minha boca e arqueio uma sobrancelha atrevida para ele.
— Passei por coisas na vida que me ensinar a ver as coisas e pessoas com outros olhos, senhor Grey. Aprendi a identificar um idiota narcisista de longe, por exemplo. — Christian ri e esfrega o lábio inferior.
— E o que isso tem a ver com o amor?
— Não é óbvio? — dou de ombros com uma expressão débil. — Uma pessoa capaz de amar não pensa só em si mesma, muito menos faz coisas que prejudiquem outras pessoas, mesmo que não haja um envolvimento romântico entre elas.
— As vezes somos imaturos e deixamos passar oportunidades. — eu bufo e reviro os olhos.
— Já falei com o senhor que não acredito em imaturidade. É como uma transferência de culpa. Você faz merda, se denomina imaturo e todo mundo te perdoa.
— Mas também existe arrependimento, senhorita Steele. Somos cheios de falhas, mas alguns percebem seus erros e voltam para tentar consertá-los e reconquistar aquilo que deixaram escapar. — Christian murmura sério e eu balanço a cabeça em negação.
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God Of Depravity
RomanceEle é o Deus da depravação, da desonra. O céu e o inferno, tudo ao mesmo tempo. Um diabo bonito e sedutor com um sorriso afiado e uma obsessão doentia em me foder. De todas as formas possíveis.