Capítulo 10

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Anastasia

— Kate, espera. — saio do meu escritório e corro atrás da minha amiga, usando o braço para impedir que as portas do elevador se fechem. — Me escuta, por favor. Não é o que você está pensando.

— Olha, Ana, você não me deve satisfações. Eu não vi nada, ok? Não se preocupe. Cada um sabe de si e da sua própria vida.

Eu suspiro e assinto, entrando no elevador e me apoiando na parede contrária a dela.

— Eu sei, mas preciso realmente falar com você. Como amiga. — Kate olha para mim com um sorriso sutil e assente.

— Uma fatia de Tiramisu no Cheesecake Factory? — eu suspiro e assinto.

— Parece ótimo para mim.

Observo o vai e vem dos turistas enquanto Kate faz o nosso pedido ao garçom. Ele anota tudo e se afasta, nos deixando sozinhas novamente.

O passei de carro de quinze minutos da sede do DailyWall até a confeitaria já foi feito num silêncio perturbador, mas agora é hora de falar e eu nem sei por onde começar.

— Aqui é um lugar bonito, não é? — aponto com o queixo para o calçadão e mar do outro lado da rua.

Kate bufa e se encosta na cadeira, cruzando os braços sob os seios.

— Tudo bem, Anastasia Steele. Pode começar a falar o que é tão importante.

Respiro fundo e desvio meus olhos para a xícara de chá sobre a mesa enquanto esfrego minhas mãos nervosamente pelo tecido do vestido.

— Aquilo não significou nada, não é o que você está pensando.

— Isso você já disse, Ana. Agora corta a merda e fala logo o por que de estar tão nervosa. — engulo em seco e dou de ombros, abrindo um sorrisinho para ela.

— Eu não estou nervosa.

Uma mentira do caralho.

Eu não tenho medo do que Kate viu. Ela é minha amiga a anos e sei que nunca falaria alguma coisa para me prejudicar.

O meu medo é outro e se chama Christian Kyle Grey.

Ele claramente está empenhado em me fazer querer a morte com essa aproximação do inferno e eu não sei por quanto tempo mais vou conseguiu suportar a presença dele perto de mim.

Christian é o homem que a dez anos pisou no meu ego da maneira mais brutal e me deixou sozinha para lamber as próprias feridas, por que diabos eu ainda não dei um fim na vida dele?

O mundo definitivamente seria um lugar melhor.

O garçom volta com o nosso pedido e sinto os olhos pesados dela sobre mim, me analisando. Para a minha infelicidade ele termina rápido demais e me deixa a mercê da inquisição de Katherine Kavanagh novamente. 

— É ele, não é? — a franqueza dela me puxa para a realidade e eu a fito sem emoção, ignorando as minhas pernas trêmulas sob a mesa.

— Não entendi. — Kate bufa e revira os olhos, se inclinando sobre o tampo de vidro.

— É ele o cara que tanto de machucou, não é? Claro, como eu não percebi antes? Você costuma ser uma cadela a maior parte do tempo, é verdade, mas com ele era ainda pior.

— Kate, isso é coisa da sua cabeça. — faço uma careta e abaixo o rosto,  tomando um gole de chá na tentativa de evitar seus olhos analíticos.

— Não era você que queria conversar? Agora que me deixou curiosa fala logo, ainda temos uma reunião depois do almoço com o pessoal de Dubai.

Eu suspiro e aperto meus olhos fechados, balançando a cabeça.

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