Anastasia
— Kate, espera. — saio do meu escritório e corro atrás da minha amiga, usando o braço para impedir que as portas do elevador se fechem. — Me escuta, por favor. Não é o que você está pensando.
— Olha, Ana, você não me deve satisfações. Eu não vi nada, ok? Não se preocupe. Cada um sabe de si e da sua própria vida.
Eu suspiro e assinto, entrando no elevador e me apoiando na parede contrária a dela.
— Eu sei, mas preciso realmente falar com você. Como amiga. — Kate olha para mim com um sorriso sutil e assente.
— Uma fatia de Tiramisu no Cheesecake Factory? — eu suspiro e assinto.
— Parece ótimo para mim.
Observo o vai e vem dos turistas enquanto Kate faz o nosso pedido ao garçom. Ele anota tudo e se afasta, nos deixando sozinhas novamente.
O passei de carro de quinze minutos da sede do DailyWall até a confeitaria já foi feito num silêncio perturbador, mas agora é hora de falar e eu nem sei por onde começar.
— Aqui é um lugar bonito, não é? — aponto com o queixo para o calçadão e mar do outro lado da rua.
Kate bufa e se encosta na cadeira, cruzando os braços sob os seios.
— Tudo bem, Anastasia Steele. Pode começar a falar o que é tão importante.
Respiro fundo e desvio meus olhos para a xícara de chá sobre a mesa enquanto esfrego minhas mãos nervosamente pelo tecido do vestido.
— Aquilo não significou nada, não é o que você está pensando.
— Isso você já disse, Ana. Agora corta a merda e fala logo o por que de estar tão nervosa. — engulo em seco e dou de ombros, abrindo um sorrisinho para ela.
— Eu não estou nervosa.
Uma mentira do caralho.
Eu não tenho medo do que Kate viu. Ela é minha amiga a anos e sei que nunca falaria alguma coisa para me prejudicar.
O meu medo é outro e se chama Christian Kyle Grey.
Ele claramente está empenhado em me fazer querer a morte com essa aproximação do inferno e eu não sei por quanto tempo mais vou conseguiu suportar a presença dele perto de mim.
Christian é o homem que a dez anos pisou no meu ego da maneira mais brutal e me deixou sozinha para lamber as próprias feridas, por que diabos eu ainda não dei um fim na vida dele?
O mundo definitivamente seria um lugar melhor.
O garçom volta com o nosso pedido e sinto os olhos pesados dela sobre mim, me analisando. Para a minha infelicidade ele termina rápido demais e me deixa a mercê da inquisição de Katherine Kavanagh novamente.
— É ele, não é? — a franqueza dela me puxa para a realidade e eu a fito sem emoção, ignorando as minhas pernas trêmulas sob a mesa.
— Não entendi. — Kate bufa e revira os olhos, se inclinando sobre o tampo de vidro.
— É ele o cara que tanto de machucou, não é? Claro, como eu não percebi antes? Você costuma ser uma cadela a maior parte do tempo, é verdade, mas com ele era ainda pior.
— Kate, isso é coisa da sua cabeça. — faço uma careta e abaixo o rosto, tomando um gole de chá na tentativa de evitar seus olhos analíticos.
— Não era você que queria conversar? Agora que me deixou curiosa fala logo, ainda temos uma reunião depois do almoço com o pessoal de Dubai.
Eu suspiro e aperto meus olhos fechados, balançando a cabeça.
VOCÊ ESTÁ LENDO
God Of Depravity
RomanceEle é o Deus da depravação, da desonra. O céu e o inferno, tudo ao mesmo tempo. Um diabo bonito e sedutor com um sorriso afiado e uma obsessão doentia em me foder. De todas as formas possíveis.