Apegos, doces, e bons sentimentos;

33 2 4
                                    

— Onew! — Chamou, pela segunda vez, o que mantinha os olhos fixos no chão da sala onde sempre ensaiavam.

O outro se assustou, desviou seu olhar para Jonghyun e sem nem pestanejar, colocou a mão em cima do peito, demonstrando o quão surpreso estava naquele momento.

— Ah! Não grita assim... Eu estava distraído.

— Óbvio, estou te chamando há quase um minuto. — Jonghyun rolou os olhos, por ter que explicar quanto tempo levou até o outro perceber que queria a atenção dele. — Tá tudo bem, né?

— Desculpa. — Respondeu, simplesmente, sustentando o olhar em Jonghyun.

O amigo fez sinal para que ele esperasse dessa vez, desistindo de entender o motivo de sua estranha distração aquele dia. Ele queria apenas tocar e receber um feedback, porém, o outro havia ficado totalmente desligado de si até que ele parasse o que estava fazendo e o chamasse. Em seguida, Jonghyun pegou a garrafa de água e tomou um gole, lembrando-se de repente que Key não estaria ali naquele dia, novamente, na mesma semana.

— Key não deu notícias a você? — Questionou a Onew.

— Não. Ele não vem hoje? — Onew indagou ligeiramente, afinal, também havia pensando no outro, que nem viu durante toda a semana.

— Ele apenas mandou mensagem dizendo que não ia poder vir.

— Será que ele está com algum problema? — O olhou mais atento.

— Não sei... Não exatamente, mas pode ser algum problema familiar.

Ele não o contou. Não tinha certeza. Porém, Key agia diferente quando ficava incomodado. Suas expressões, a forma como se portava. Talvez demonstrasse o suficiente, mesmo não dizendo em palavras o que estava acontecendo.

Era como se Jonghyun sentisse seu desconforto em cada nervo. Porém, ainda queria que o outro se sentisse confortável para falar, queria deixá-lo dizer, quando ele viesse.

Mordeu os próprios lábios, enquanto batucava os dedos em uma das coxas, pensando no que fazer. Ou era ou não era. E só podia perguntar de novo ao outro, para, talvez, saber se ele estava bem.

— Que cara é essa, gente? — Taemin perguntou, sentando-se no primeiro banco que viu à frente assim que entrou pela porta, juntamente de Minho, que como de costume, não fazia questão de ficar em silêncio quando chegava em algum local.

— Estou pensando seriamente se o motivo da minha morte vai ser susto, porque vocês parecem muito dispostos a fazer isso acontecer. — Onew contou, pegando sem nem pedir a garrafa de água da mão de Jonghyun, que o encarou surpreso, mas ele nem ligou. Tinha acabado de quase dar um pulo da cadeira onde estava sentado, ao ouvir Taemin rapidamente.

O mais novo riu, descontando um soco de leve no peito de Minho, que reclamou fazendo drama, como se não tivesse sido também o culpado do susto do outro por ele ter sido tão barulhento ao entrar.

— Só estamos preocupados com o Key. — Jonghyun explicou.

— Ele não está bem? — Dessa vez, o barulhento questionou, deixando o instrumento de lado, e murchando o sorriso que antes mantinha na cara. O qual em maior parte do tempo estava lá por causa de Key.

Minho o via como uma pessoa ótima em expressar suas opiniões, e impressões. Também era com quem ele mais ria, pois, sem nem perceber, estavam o tempo todo juntos. Já estava acostumado a brincar com ele, e a não ser um cara acanhado perto dele, afinal, Minho não era assim com todos. E eles nunca brigavam, não por um motivo qualquer. Tinham um tempo em amizade, no entanto, era estranho ter que lidar com situações onde ele não estava bem, por mais que soubesse que a vida de ninguém era perfeita. Estranhamente, refletia sobre sua presença agora. Era como se sentir num vazio, por não saber como o outro estava naquele momento.

O amor está fora de questão?Onde histórias criam vida. Descubra agora