Hana estava sentada em um dos sofás da sala de seu apartamento, porém, saltou em um susto assim que ouviu o barulho da porta no local se abrindo.
— Ei, Luna? — Chamou a outra, após largar o celular que mantinha em mãos.
A amiga entrou no cômodo e a olhou de relance com o rosto corado. A face transparecia que ela havia passado mal, o que fez Hana procurar alguma forma de identificar do que ela precisava, tentando encará-la enquanto ela ainda caminhava pelo lugar.
Luna andou até parar perto do sofá, sentou-se e permaneceu calada, com os fios de cabelos desarrumados, que cobriam parte do seu rosto.
As lágrimas que já haviam descido por seu rosto naquela mesma noite – sem Hana saber que haviam caído – resolveram aparecer no momento presente, ligeiramente, pela face da garota que agora começava a chorar baixinho, quando realmente acreditou não ter mais o poder de conter o pranto.
— Luna, meu Deus. — Hana aproximou seu corpo do da outra, em seguida tentando a abraçar, não sabendo ainda o que poderia fazer de melhor.
Era de partir o coração, e não conseguia imaginar o que havia deixado a outra chorando daquela forma.
— Eu não consigo... — Luna dizia entre soluços — Eu não consigo... Parar...
Hana sentia-se mais triste ao passo que a observava. Tentou a abraçar mais forte do que antes, passando as mãos pelos seus braços cobertos pela jaqueta, buscando a reconfortar.
Após diversos segundos, Hana finalmente sentiu a outra ir parando de soluçar aos pouquinhos, diminuindo seu barulho.
Decidiu esperar ela começar a falar, mantendo-se quieta, mas ainda próxima à outra.
— É a minha mãe. — Luna proferiu.
— Sim? — Hana a olhou, prestando muita atenção no que a outra tinha para dizer.
— Desde... Desde que eu sofri o acidente e até aqui. — Disse, respirando e inspirando, enquanto ainda chorava. — Ela não parou, nunca deixou de fazer eu me sentir mal.
Luna estava lutando contra aquele nó na garganta, contra as lembranças ruins de todas as brigas que teve com sua mãe, com o que vivenciou por tanto tempo.
Era dolorido e sufocante pensar em tudo o que guardou para si durante todos aqueles anos.
— Você pode contar, sabe... Eu vou te ouvir, estou aqui. — Hana confessou a olhando nos olhos, após pôr uma de suas mãos em cima da mão de Luna no sofá.
A amiga desviou o olhar e resolveu voltar a falar, depois de sentir um pouco de segurança.
— Ela estava comigo no dia do meu acidente... Que você disse que foi perto de uma sorveteria. Eu tenho uma lembrança daquele dia com ela, de termos brigado e que eu fiquei atordoada... Estava tudo embaçado e eu só queria fugir. — Voltou a dizer, chorando novamente, após uma pausa tentando se acalmar. — Eu lembro de algumas coisas que aconteceram antes do meu atropelamento, essas são algumas. Ainda é confuso. Não achei que isso viria a tona, não hoje. Eu odeio cada vez mais alguns comentários que ela faz. Eu achei que me livraria disso em algum momento, mas eu não consigo, está na minha mente. Eu não consigo... — Lutava para respirar, inspirar e conseguir expressar aquelas palavras enquanto sentia muita dor. Nunca havia dito aquilo para ninguém, mas parecia que iria explodir se não colocasse para fora.
— Ei... Não precisa guardar isso tudo só pra você.
— Eu nunca ouvi isso e está sendo assustador. — Riu, sem achar aquilo realmente engraçado. Encarou a outra assim que pronunciou a primeira frase e desviou seu olhar, respirando fundo. — Você continua sendo solidária, continua se importando. Agora você está dizendo que eu posso compartilhar os meus problemas... Eu fui ensinada a viver de outra forma, que eu devo esconder tudo isso e tá doendo tanto... — Ela não queria, mas o pranto permaneceu ali, sem que ela pedisse.
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O amor está fora de questão?
FanfictionLuna é uma garota sutil e reservada, que com um passado de relacionamentos que a feriram, acaba afastando diversas pessoas ao seu redor por as temer. Jonghyun, Key, Minho, Taemin e Onew são garotos um tanto diferentes que compartilham uma meta: viv...