Amizades, lugares, sentimentos e coragem;

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Luna havia descido de seu apartamento há alguns minutos quando viu sem querer, Yerim e Hana tão perto uma da outra e, tão sérias enquanto se encaravam que era inegável, para qualquer pessoa que visse as duas naquele momento, que elas não se conhecessem. Estavam em um lugar em que Luna, que já estava subindo para entrar em seu apartamento, pôde vê-las juntas enquanto passava, logo voltando quando teve curiosidade o suficiente. Assim que viu Yerim pronunciar suas primeiras palavras, teve certeza de que não queria ser vista pelas duas namoradas – nem sabia se ainda podia chamá-las assim.

— Eu sinto muito. Senti muito a sua falta. — Falou Yerim, se aproximando e puxando a outra para seus braços, depois se permitindo ser abraçada de volta por Hana carinhosamente. — Eu nem conseguia falar direito, mas agora eu acho que posso te contar. Sei que já deveria ter feito, só não conseguia.

— Por quê não conseguia? — Perguntou, após sair do meio dos braços da outra.

— Eu estava me sentindo sufocada, com tudo. Eu não me sentia cansada de você, mas, sequer conseguia respirar direito. A rotina que eu tinha, era tudo tão confuso. Doía tanto, que eu não conseguia te falar. Era por isso que eu te dizia que só precisava de espaço. — Soltou, respirou fundo e voltou a olhar para a que estava de frente para ela. — Então, eu procurei ajuda profissional, terapia. Só depois disso passei a melhorar, até tomar coragem pra tentar voltar pra você. De verdade, desculpa não ter dito nada de começo.

— É compreensível, eu juro. E obrigada por me contar. Eu estava preocupada.

Depois que Hana respondeu, as duas se abraçaram novamente, dizendo que se amavam. Luna finalmente tinha entendido o que havia ocorrido, e para não ser ainda mais intrometida na vida daquelas duas, foi direto para casa, concluindo que Hana e Yerim realmente haviam ficado separadas por um tempo. Ela só havia conversado com Hana sobre aquilo uma vez, então não fazia ideia de como a situação estava.

Depois que chegou em casa, ficou no sofá até que passasse das vinte e três horas da noite.

Faziam alguns minutos que havia terminado de estudar, mas estava pensando, apenas, porque nem havia superado o que havia acontecido há algumas semanas. Involuntariamente, havia se lembrado do rápido contato que teve com Jonghyun no dia da competição. O viu mais de uma vez, depois que tudo havia terminado, e ele sequer demonstrava se lembrar do que presenciou, de ter visto ela naquela situação que... Ela odiava ficar. Luna não sabia de que forma exatamente queria que ele agisse, porque queria que ele esquecesse, mas também desejava que ele nunca tivesse visto aquilo. Era estranho, ela ainda queria ouvir algo dele, lembrar daquilo era como estar tendo um devaneio, não parecia real, pois ficava tão envergonhada quando se recordava que era só impossível que ele a tivesse visto chorando. Mas, sabia que o que os dois vivenciaram, aquele momento, havia sido muito real. Mal conseguia parar de pensar naquilo. Mas foi só ela chacoalhar a cabeça pela segunda vez na tentativa de parar de pensar naquilo, para ter Hana dentro de casa novamente.

— Voltei — Avisou, trancando a porta. Ela havia saído desde bem mais cedo. — Já comeu, né? — Hana perguntou, e logo teve a outra assentindo em resposta. — Quero te dizer uma coisa.

— O que é? — Indagou, ao mesmo tempo em que arrumava alguns materiais de estudo que estavam consigo no sofá.

— Descobri que a Yerim e o Key estudam o mesmo curso na mesma faculdade, apenas não na mesma turma. E os dois são praticamente amigos. Ela nunca havia me contado sobre isso. — Disse. — Espera... — Hana parecia pensar no que falar. — Para que não fique tão confuso, vou falar primeiro que voltei a conversar com ela, estamos juntas novamente, ela não está mais afastada.

Luna concordou, esperando que ela dissesse mais, sequer cogitando verbalizar que já sabia que haviam voltado.

— Enfim, estávamos nos falando hoje e ela disse que Key precisa dela. Ela vai ajudar ele em um trabalho da faculdade, mas é o tipo de projeto que quanto mais têm gente para dar uma força, é melhor. Enfim achamos que se formos eu e ela, podemos ajudar mais. Porém, quer ir com a gente também? Ela disse pra ele que, se pudesse arranjar mais alguém pra colaborar, ela arranjaria, e ele concordou quando ela disse que poderia me chamar e talvez você. Não sei se vocês são próximos o suficiente para você se sentir confortável para ir, mas tudo bem se não puder ou não se sentir bem para aparecer por lá.

O amor está fora de questão?Onde histórias criam vida. Descubra agora