Apreciação, luz, pranto e contratempo;

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A música parou de tocar, e a plateia que estava ainda cheia de gente eufórica, finalmente se pôs em silêncio depois de tanto cantarem músicas e se divertirem em conjunto.

Luna esboçou uma careta de tão triste que ficou, pois a banda havia terminado de apresentar a última música. Ela aplaudiu junto de todos, e estava muito feliz.

Não imaginava que ouvi-los cantando, que vê-los tocando ao vivo seria tão impactante, tão diferente de como havia imaginado. Tão incrível.

Hana tocou seu ombro, e então ela largou a distração que a deixara imersa em pensamentos.

— Lamento te tirar do seu momento de felicidade, mas eu tô com muita fome! — Exclamou, franzindo o cenho e colocando a mão em cima da própria barriga, então Luna a olhou, finalmente desmanchando o enorme sorriso que mantinha no rosto.

Olhou ao redor, observando as várias opções de comidas que ela e Hana poderiam comprar nas barracas - as quais estavam localizadas uma próxima da outra -, e que não notou quando chegou ao local, nem durante todo o show.

— Então vamos logo comprar algo para comer. — Sorriu, após sugerir.

As outras pessoas que estavam juntas em um monte para assistir ao concerto, espalharam-se por todo o lugar.

Luna ouvia o barulho das vozes de todos; o que impedia ela e a amiga de conseguirem falar de forma civilizada uma com outra, porque precisavam aumentar o tom da voz para serem ouvidas.

Hana quase se moveu após gastar os segundos que pediu para Luna esperar – nesse momento ela iria checar a própria bolsa – para então ir até as barracas de comida com a amiga, porém, Key foi mais rápido ao descer do palco – que não era tão alto – e parar na frente de Luna.

— Oi. — Pronunciou.

Luna não proferiu qualquer palavra a fim de respondê-lo, mas fez um reverência e em seguida sorriu para o outro.

Hana estava de boca aberta, não só por ver Key tão de perto como ainda não havia visto, mas também, por saber que ele e Luna se conheciam. A verdade era que ela nunca havia conhecido algum amigo próximo da outra. Talvez Key fosse o primeiro.

Assim que notou a presença dela, o garoto a cumprimentou, e ela o correspondeu, porém, sem dar muito mais tempo para pensar, pois sentiu sua barriga doer ainda mais de fome.

— Eu vou primeiro. — Avisou à Luna, ao passo em que apontava para a barraca da qual iria comprar algo para comer, e também onde seus amigos estavam localizados. — Volto depois.

— Tudo bem. — Encarou a outra que já havia começado a se mover para longe dela, a deixando lá, um pouco sem jeito.

Luna olhou para Key depois de ver Hana partir, e sorriu novamente.

— É a primeira vez que eu a vejo em um show! Você já havia nos visto em outro lugar, tipo, se apresentando? — Ele indagou.

Luna tentou pensar rápido, estreitando os olhos e acreditando que aquilo a faria lembrar de algo – ou talvez obter tal expressão fosse somente uma mania – e respondeu o que veio a mente: ela nunca havia assistido aquilo.

— Na verdade não. É a primeira vez.

— Entendi. — O garoto sorriu, e então ela notou que os olhos dele não demonstravam que havia se expressado dessa forma por ter ficado entusiasmado, ou ter achado engraçado o que ela disse. — Ah, eu pensei nisso porque nunca te vi em outro lugar. Mas, de alguma forma, que bom que veio hoje!

— Vocês que são bons, muito bons. — Admitiu, não conseguindo segurar seu sorriso, o qual era muito sincero. E dessa vez, Key a acompanhou.

Ela observou suas poucas ruguinhas nos cantos dos olhos aparecerem, o que o dava um ar de fofura – parando para pensar, notou isso como um das primeiras características de sua aparência.

O amor está fora de questão?Onde histórias criam vida. Descubra agora