Passei muito tempo pensando que estava realmente preocupado com os desgastes de uma descoberta, quando na verdade, se eu realmente tivesse me preocupado, não teria cedido ao desejo. Eu estaria salvo, na verdade, longe dessa bagunça, longe de toda essa merda, longe...
Sakura disse que foi exagero, e talvez ela estivesse certa. Eu não respondi, na verdade, fiquei na minha enquanto esperávamos. O Doutor disse que o meu pai estava estressado e aquilo foi a gota d'água, por isso o desmaio e o mal estar. Só que isso não me poupou, na verdade não levou muito tempo para que ele tirasse sua paz e viesse exigir uma conversa. Não esperou que nos vestissimos direito, tomássemos um banho ou qualquer coisa do tipo.
Mas o que importava mesmo? Já era caminho para uma nova briga, uma fila de discussões. Enquanto não chegava a vez da nossa família, tive que escutar de Tayuya, tive que separar, tive que... Eu só tive.
— SUA VAGABUNDA TRAIÇOEIRA!
Tayuya estava com raiva de mim, fato, mas o que me surpreendeu é que ela estava com mais raiva de Sakura. Ela nos flagrou, mas não veio até mim. Depois de gritar e sequer se importar se o meu pai estava bem, o vaso de plantas de Mebuki foi arremessado em direção a Sakura, assim como os quadros de família, enfeites da sala e tudo o que ela via pela frente. Recordar me traz dor de cabeça.
— EU SABIA! EU SABIA QUE ESTAVA EM CIMA DO MEU NOIVO, SUA PUTA! — Ela gritava enquanto estava enlouquecida, e eu tentava conter — Essa sua cara de piranha não me enganava! Agora vem aqui! Vem aqui sua puta, vadia, vem aqui! Não era mulher o bastante pra trepar com o MEU NOIVO? Seja mulher o bastante pra brigar comigo! PUTA!
Eu, seu ex-noivo, tive que contê-la. Ela sentiu minhas mãos segurando as suas para que não fosse até Sakura, ela me viu, ela falou comigo enquanto chorava me pedindo pra soltá-la, mas não brigou com o verdadeiro culpado. Tayuya foi traída por mim, mas ela insistiu em culpar a todos, menos eu.
— Me solta! Eu vou acabar com aquele projetinho de vadia! ME SOLTA, SASUKE!
Não soltei, mesmo assim ela não me bateu ou me agrediu. Isso, de certo modo, me fez sentir mais culpa. Sakura tinha razão sobre algo com o qual conversamos: eu seria sempre o pobre coitado e ela seria a culpada. Cheguei a conclusão de que, de fato, ela era a culpada, mas não por isso, pois o único culpado da traição e de fazer Tayuya chorar, sou eu. Eu tinha uma relação, eu escolhi ignorar isso e ceder. Ceder pra ela. E sua única culpa era ter certeza de que no final, todos a culpariam, e mesmo assim decidiu ignorar e ir adiante.
E eu tentei enxergar esse mesmo tipo de pensamento nos olhos de Sakura enquanto eu tentava conter Tayuya, Mebuki tentava socorrer o meu pai e Itachi. que havia chegado depois, gargalhava e tampava os olhos de seu suposto filho.
No entanto, não vi culpa, pois na verdade ela parecia estar se divertindo. Enquanto eu me esforçava, Sakura estava sentada na bancada, inclinada para frente, apoiando o rosto nas mãos e disfarçando risadas inapropriadas, apenas ouvindo, sem rebater nenhuma vez. Acho que isso só deixou Tayuya ainda mais brava. Também me deixou chateado com sua reação infantil. Eu não queria que ela brigasse ou debatesse com Tayuya, mas isso fez as coisas ficarem piores do que já estavam.
— Então não vai falar comigo? Não vai me responder, sua cachorra? Teve coragem de transar com o meu noivo, mas não tem coragem de soltar essa sua língua venenosa e me enfrentar? — Chegou a um ponto, em que ela começou a chorar — Você fez ele me trair! VOCÊ FEZ ISSO COM ELE E COMIGO, SUA VADIA!
Erro meu, ela rebateu sim:
— Sim, eu o amarrei na cama e o obriguei a foder gostoso comigo. Também o obriguei a gemer e me chupar. Desculpe por isso, sou uma galinha muito safada.
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Simplesmente aconteceu
FanfictionPara algumas pessoas, o proibido é só uma lasca de fogo dentro de uma grande fogueira. Quando o desejo fala mais alto, esse mero detalhe é ignorado, e o fim do ano te fez esquecer que existe algo esperando na vida real. Após anos distante de sua fa...