Tentação.

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      Repensar o meu noivado.

      Ela enfiou a dúvida na minha cabeça e agora eu não sei que porra estou fazendo!

      Sakura conseguiu, ela conseguiu me deixar nervoso. Não com ela, para intensificar o meu problema, mas com o motivo de um noivado ter acontecido, pois me faz chegar a conclusões que eu não quero pensar em dizer em voz alta.

      Não agora.

      É nítido o que ela está tentando fazer, e mesmo que uma semana passe e nada tenha dito ou tentado, ainda assim conseguiu implantar o seu veneno.

      Não compreendo porque é assim. Ela vem com discursos, me faz sentir pena, depois joga algo como "repensar o seu noivado" e "você gosta de mim", e simplesmente, de repente, para de agir dessa forma. Ela para de me provocar e começa a falar comigo como se estivéssemos de volta ao ano que a conheci. Fingindo ser doce, mas de uma maneira fria que é para não deixar dúvidas sobre o que está tentando fazer comigo.

      E como retribuo? Tento agir do mesmo modo, passo sem demora o açúcar que ela pede tão polidamente: "por favor, Sasuke, pode me passar o açúcar?" E sorri, como se fosse a criatura mais inocente da casa, para então, mais tarde, sumir com aquela ruiva desgraçada!

      E o que resta para mim? Mil ligações de Tayuya que me faz pensar e pensar sobre os motivos de ainda estar considerando um casamento para daqui um ano. E a resposta? Não encontro, não acho em lugar algum, mesmo que eu vasculhe ao redor dos sentimentos que eu deveria ter por ela.

      A questão não é tão simples quanto fiz parecer. Eu pedi Tayuya em noivado, mas ela foi quem planejou a surpresa e veio com o anel. Eu concordei, porque... pensei que eu a amava, mas ao mesmo tempo sabia que não. No entanto, eu poderia amar com o tempo e agora estou confuso outra vez.

      Eu não quero reconsiderar, não é justo. Não vou passar nem dois meses na Austrália, e já estou tentando ferrar com o que planejei durante alguns anos, por causa de uma frase feita daquela pirralha.

      Isso não é um jogo onde eu posso ficar trocando, e o que ela fez naquela noite, foi condenável. Eu colocaria a prova que Sakura apenas fingiu que nada aconteceu, pois sabia que teríamos uma conversa séria. Ela sabia, então tirou suas garras do meu pescoço.

      Aquela mulher...

      Desliguei o chuveiro, pois nem mesmo a água gelada está me fazendo relaxar. Hoje o dia está insuportavelmente quente, e eu não consigo me distrair nem mexendo no celular, porque a minha noiva não para de me ligar e me encher de mensagens. Ela acredita que eu estou estranho e eu não sei me defender de uma acusação tão certeira.

      Puxei o roupão e peguei o pente em cima do mármore. Se não me engano, quando acordei estavam todos reunidos na cozinha, comentando sobre um passeio que farão para aliviarem-se do intenso calor. Quem sabe isso me distraia: passar um tempo com a minha família e menos tempo pensando nas armadilhas que Sakura coloca na minha cabeça.

      Saí do banheiro e entrei no quarto. Vesti uma calça confortável e coloquei a toalha no ombro. Não sei se eles já foram, mas eu preciso comer antes, provavelmente algo gelado.

      Desci as escadas e o silêncio que se fazia presente me deixou convencido de que não tinha ninguém aqui, até...

      — Eu quero muito comprar aquela lingerie. Mas eu queria fazer isso hoje, porque vamos sair hoje à noite. Sim! Nossa, eu preciso aliviar o estresse. É exatamente isso! Eu preciso gozar por horas dentro de um motel. Foda-se se é o primeiro encontro, Karin, eu tenho que variar.

Simplesmente aconteceuOnde histórias criam vida. Descubra agora