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Acordei com meu celular vibrando. Olhei para a tela e vi que eram 10h e tinham algumas mensagens de Mina perguntando se eu ia querer sair hoje.
Como era sábado, nos finais de semanas nós podíamos ir pra casa e dormir fora. Continuei vendo as mensagens e vi um contato não salvo.

 [Desconhecido] " É o Sero, salva aí"
*figurinha folha de Canabis*

As memórias de ontem voltaram meio bagunçadas. Lembrava de estar no terraço com Sero e de fumar com ele. Lembrava vagamente também de uma conversa sobre estrelas e medos.
Salvei o contato dele e me levantei. Escovei os dentes e lavei o rosto, que por sinal estava marcado do lençol. Troquei minha camisa amassada por um blusão e desci para a cozinha

Tinha poucas pessoas nos dormitórios hoje já que era dia de folga. Encontrei Bakugo na cozinha, ele costuma ir para casa apenas nos domingos, as vezes nem nos domingos

— E aí — falei abrindo a geladeira e pegando a caixa de leite — Até em sábado você acorda cedo cara?
— Coloquei um copo de leite para aquecer e peguei o cereal e o achocolatado. Recebi uma cara feia e um dedo do meio em resposta. Ele parecia de bom humor. Levei minha tigela para meu quarto e falei para minha mãe que iria almoçar em casa. Minha relação com minha mãe é boa, eu só não podia dizer o mesmo sobre meu pai

Terminando o cereal, vesti uma calça jeans larga, um top preto e meus All Stars pretos surrados
Coloquei alguns acessórios e peguei meu celular e carregador. Não tinha porque levar tanta coisa. Em casa no meu quarto ficavam algumas peças de roupas para quando eu fosse dormir lá. Passei um pouco de rímel e um brilho lábial. Tranquei meu quarto e saí dos dormitórios. O dia hoje estava nublado, mas ainda um pouco quente. Estava colocando meu fones de ouvido quando ouvi alguém me chamando

— Vai pra onde?— era Sero quem perguntava. Ele usava uma saia hippie verde arrastando no chão e uma camisa amarela grande, além dos cordões e brincos

— Bom dia pra você também — disse irônica — Vou pra casa passar um tempo lá. E você?

— O mesmo. Você mora pra que sentido?— ele perguntou— Se for o mesmo caminho podemos ir juntos — ele disse ajeitando a gola da blusa. Ele não perdia tempo pensei

— Moro pra parte leste da cidade— falei vendo seus piercings refletindo o brilho do Sol

— Eu também, vamos juntos — ele disse animado. Achei fofo sua animação, mas logo dispensei o pensamento. Pegamos um metrô para ser mais rápido. Na verdade eu ia voando, mas Sero parecia tão feliz

—Aqui— vi Sero oferecer um dos seus fones— Fizemos o trajeto assim, ouvindo música e balançando a cabeça. Chegando na nossa parada, descemos do metrô

— Vou indo agora até mais Sero — disse fazendo um high-five e um soquinho com Sero
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Fui recebida em casa com um abraço apertado de minha mãe e um "oi" seco de meu pai

— E aí alguma novidade?— perguntou meu pai enquanto assistia o jornal. Minha presença não parecia mais interessante do que o noticiário

— Eu ganhei um desafio em dupla, tirei 9 em biologia e uma das minhas amigas deu uma festa do pijama ontem — falei enquanto levantava as tampas das panelas para ver o que seria o almoço — Hum bife acebolado — disse com fome

— Não é pra pegar nada antes de ficar pronto! —minha mãe brigou —Leva suas coisas lá pra cima vai. Daqui uns 15 minutos tá pronto— ela disse mexendo a panela de feijão. Roubei uma batata frita e saí correndo escada acima ouvindo minha mãe me xingando. Arrumei minhas coisas e ouvi ela me chamar

𝑾𝒆𝒔𝒕 𝑪𝒐𝒂𝒔𝒕-𝘏𝘢𝘯𝘵𝘢 𝘚𝘦𝘳𝘰Onde histórias criam vida. Descubra agora