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— Feliz natal!— gritamos todos juntos quando o relógio deu meia noite do dia 24 para 25. Todos começaram a se abraçar e a entregar seus presentes. Quando mal percebi já estava com uma pilha de presentes no colo. Os coloquei no quarto e busquei os que eu iria presentear

— Você é uma parente distante da Momo e eu não tô sabendo?— Denki perguntou após eu entregar o seu presente fazendo Momo corar

— Não eu só vendi umas coisas do meu pai — todos pararam e me encararam. Era pra ser uma brincadeira, mas acho que eles levaram a sério. Embora eu tivesse vendido umas coisas mesmo já que só tinha o dinheiro que a escola dava para eu me sustentar e muito pouco guardado — Eu tô brincando gente, relaxa — eles logo voltaram a ver os presentes

Continuei entregando os presentes para o resto da sala. Depois de entregá-los me sentei do lado de Sero que passou um braço pelos meus ombros. Estávamos comendo pedaços de bolo de chocolate. Olhei em volta. Todos pareciam tão felizes. Bakugo tinha cedido e estava usando um gorro vermelho com um pompom na ponta e Shoto estava sorrindo.
Encostei minha cabeça no peito de Sero ouvindo seus batimentos tranquilos. A verdade é que eu nunca tive uma família, eu encontrei uma. Não eram de sangue, mas eram mais importantes do que se fossem de fato

Depois de guardarmos o resto da ceia e limparmos tudo, Sero e eu fomos para o meu quarto

— Espera vou pegar seu presente — ele disse indo para o dormitório masculino, enquanto isso abri meus presentes. Um colar que devia valer o preço da minha casa de Momo, um All Star com estrelinhas de Mina, uma maleta de maquiagem de Kiri e uma pelúcia de Pikachu de Denki. Que narcisista pensei, mas adorando o presente. Tinham outros, mas deixei para abri-los depois. Ouvi os passos de Sero no corredor

Ele carregava uma grande caixa. Ele fechou a porta e colocou a caixa na cama. Olhei para o grande laço vermelho e o puxei com cuidado. Levantei às sobrancelhas vendo meu presente. Uma caixa de música com uma bailarina que eu lembro que o tinha falado que era meu sonho quando criança. Além de 4 pelúcias

— Eu sei que você queria só a da Kuromi, mas você não têm ideia de como é difícil mexer naquela máquina, então levou um tempo até tirar ela — ele disse suspirando. Eu ri e peguei uma das pelúcias. Vi algo preto no fundo da caixa. Parecia um caderno. Deixei a pelúcia de Keroppi  no meu colo e peguei o caderno. Era o caderno de desenhos que ele escondia de mim. Levantei o olhar da capa para o rosto de Sero. Ele parecia envergonhado já que estava corado e evitando contato visual

— Então você terminou meus retratos?— perguntei sorrindo de lado. Abri o caderno vendo os desenhos. Pareciam imprimidos de tão bons. Tinham desenhos meus rindo, correndo, voando, dançando, dormindo, enfeitando a árvore de natal e muitos mais. Todas as páginas estavam preenchidas. Frente e verso. Passei os dedos pelo traço de um desenho meu de ponta cabeça como um morcego, quando percebi que no canto das páginas tinham observações sobre mim. Olhei para os olhos do meu namorado

— Você não gostou de alguma coisa?— ele perguntou quando respondi nada — Você tá me assustando me olhando assim — ele disse cruzando os braços. Balancei a cabeça tentando dispersar os pensamentos impuros que estava tendo

— Eles são perfeitos — falei olhando de volta para o papel — Parece que você armazenou um pedaço da minha alma em cada desenho. É como se eu olhasse para um espelho, mas mais profundo — olhei de volta para ele o vendo com as sobrancelhas levantadas

— Você não vai chorar né?— ele disse sorrindo sacana, mas visivelmente satisfeito. Eu revirei os olhos

— São três, só que um era muito pesado para trazer voando para cá então deixei na sua casa. Nós podemos ir lá daqui a pouco — falei entregando os presentes para ele. O primeiro era o jogo que ele vinha dizendo a meses que sempre que ia comprar esgotava. O vi arregalar os olhos

𝑾𝒆𝒔𝒕 𝑪𝒐𝒂𝒔𝒕-𝘏𝘢𝘯𝘵𝘢 𝘚𝘦𝘳𝘰Onde histórias criam vida. Descubra agora