Finalmente Livre

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Lily Evans inclinou o corpo quando sentiu um olhar sobre ela, descobrindo que Harry estava ao pé do lado de fora da cela que a aprisionava em Azkaban, a ruiva não estava surpresa com a sua presença.  A mulher sorriu alegremente e se aproximou das grades para conversar com o menino.

— Filho... que bom que você está aqui... Você vai me ajudar, né?  Você não pode ficar bravo comigo, o que eu fiz, eu fiz para ajudá-los, que vida os esperava com aquele cretino do Snape?  Junto com aquele Comensal da Morte que nunca valeu a pena.

Harry inclinou os olhos e sussurrou algo que Lily não conseguiu entender até perceber como a aparência do menino mudou pouco a pouco.  Sua pele levemente bronzeada ficou tão pálida que poderia ser confundida com neve e aqueles olhos verdes ficaram tão escuros quanto uma noite em Azkaban.

Lily se contorceu quando viu que Harry Potter Evans não estava lá, não... que Harry nunca existiu.  A ruiva, mesmo assim, tentou se mostrar pouco afetada pela mudança de aparência do jovem à sua frente.

— Véio tirar sarro de mim, Potter? — ela perguntou cautelosamente.

Harry penteou o cabelo preto que cobria parte de seu rosto, seu cabelo tinha se alongado um pouco até o pescoço.

— Não me compare, eu não sou como você — o jovem ouviu sua voz em um tom bem diferente do que habitual.  Era como um tom neutro, mas com uma pitada de desagrado e sujeira.  O suficiente para deixar qualquer um infeliz e, embora Harry fosse gentil o suficiente, ele gostou desse tom.

— Eles me mandaram perguntar o que você prefere, o Beijo do Dementador ou Sentença de Vida?

— Você está mentindo — Lily brandou raivosa

— Repito, Evans, não me confunda com você.

A ruiva pulou com o som literal da voz do idiota de Snape, mas aquele homem não estava lá, apenas Harry.  O bastardo de James e Severus Snape.

— Eu deveria tê-los matado, deveria ter matado você junto com o inútil do Dante e o rato imundo do Snape.

Harry suspirou e sorriu, ele não sabia por que, mas não doeu mais.  Vendo Evans assim... Ele não se importava.  Era como se um rancor enorme se instalasse dentro dele de um momento para o outro e a negação dos fatos tivesse sido eliminada em questão de segundos. 

— Você deveria ter, mas não fez.  Tenho certeza que é por causa do "sentimentalismo da Grifinória" sobre o qual os sonserinos tanto falam.

Lily ficou vermelha de raiva, mas suspirou tentando acalmar seus nervos e logo sorriu para seu visitante.

— Talvez, mas... por que você está aqui, querido?  Você não deveria recuperar o tempo perdido com aquele bastardo do Snape?  Mas duvido... Aquele idiota não verá a luz do sol por muito tempo.

Harry que estava segurando sua varinha, para evitar dizer alguma maldição que mataria a mulher imediatamente.  Embora ele não pudesse fazê-la sofrer através de feitiços, ele poderia através de palavras.

— Quem lhe deu uma informação tão errada, sangue-ruim?  Minha mãe, Severus Snape, estará livre amanhã, porém, é uma pena que ele não possa cumprimentá-la, eu sei que ele gosta muito de você.

Os olhos de Lily queimaram furiosamente com a última frase dita pelo moreno.

— Você é um mentiroso. Nem parece com o filho que eu criei com tanto carinho.

— Eu não sou seu filho, então o Harry que você criou nunca existiu.

(...)

Severus ainda não entendia qual era o propósito de Potter em tirá-lo da prisão, mas ele não ia perder a chance de ser livre apesar do mistério por trás de tudo.  Os dois filhos de Potter estavam esperando por ele no dia de sua libertação, eles até trouxeram uma túnica cinza que o faria parecer decente em seu primeiro dia de liberdade.

Obsesión ( Tradução ) Onde histórias criam vida. Descubra agora