o6| VERMELHO, ESCARLATE & RED

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"Ele podia ver que ela estava incapaz, então, ela correu para dentro do quarto

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"Ele podia ver que ela estava incapaz, então, ela correu para dentro do quarto. Ela foi golpeada, foi o seu fim. Toda vez que eu tentei encontrá-lo, não havia nenhuma pista, eles estavam atrás dele. E eles acabam nunca sabendo quem é suspeito ou o que esperar." — Smooth criminal (Michael Jackson)


Starfish, 1989

Lampejos vermelhos e azuis iluminavam a morbidez do local. O silêncio sepulcral foi, gradualmente, preenchido pelo som de flashes e murmúrios. A Brigada Criminal estava perplexa. Se também estava, o Comandante Cash não demonstrou. Diante de seus olhos negros, o corpo da jovem Carla Warner estava retorcido no final da escada, afogado no próprio sangue.

— Isolem a casa — ele disse. — Ninguém além da perícia deve entrar na cena do crime.

— Nunca imaginei ver algo do tipo em nossa cidade. Você vai lidar com isso, policial? — Elton Roy indagou, cheio de inveja.

— Agora é Comandante — Denis o encarou. — E não temos o controle de tudo que acontece em Atlantis.

— Ora, ora. Eu pensei que você tinha.

— Então me ajude e comece controlando a sua língua.

Enquanto os agentes trabalhavam na demarcação e retirada do corpo da jovem, ele foi até a cozinha e observou a cena. Farelos de pão preenchiam a mesa, um copo vazio com marca de boca.

— Coletem a amostra do copo — disse apenas, antes de dar as costas.

Um pouco mais atrás da mesa, um rastro de terra vinha da porta dos fundos da cozinha. Ao se aproximar, distinguiu algumas pegadas.

— Quero fotos dessas pegadas.

O muro alto da casa e a cerca elétrica impediria qualquer pessoa de entrar. Denis rondou o jardim e não encontrou nada de anormal que denunciasse uma invasão. A fechadura da porta da frente se mantinha intacta, sem sinais de arrombamento, assim como as janelas. O rastro vinha dos fundos, as pegadas estavam perfeitas, como alguém que não tem pressa.

— O assassino sabe a senha do portão da frente, entra pelos fundos e decide esperar. Ele está despreocupado, não se importa em deixar vestígios, não tem pressa em esperar, está decidido — Denis falava de modo comedido, enquanto andava pela casa. — Ele termina de comer, escuta o casal Warner chegar e sobe a escada com pressa.

Denis subiu para o quarto. Tudo na casa parecia mórbido, mas nada se comparava a cena do quarto. Em todos os seus anos de carreira, seus olhos nunca presenciaram algo tão horrendo e brutal. O corpo de Yara estava deitado de bruços na poça de sangue alastrada pelo tapete branco. Uma facada nas costas, mas a morte se deu pela laceração profunda na garganta. Mais adiante, Peter estava caído. Braços abertos, várias facadas pelo peito, e o mais incomum, todos os dentes arrancados. Facadas profundas deformaram o rosto dele, na lateral da cabeça, um pouco acima da orelha, golpes profundos romperam a linha temporal inferior e espalharam massa encefálica até o teto. Nos tornozelos, cortes hediondos abriram sulcos escarlates e romperam os tendões.

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