Mais seis dias se passaram, cinquenta e dois dias ao lado dele.
Naquela manhã Taehyung acordou mais cedo, decidiu que prepararia ele mesmo a sua comida e do seu hyung, isso porque o Jung estava com leves sintomas de gripe. O aquecedor não voltou tão cedo a funcionar, restando para o híbrido de olhos heterocromáticos, dormir junto ao seu dono. Claro que ele levou o seu Tata também e deixou sua frigideira pertinho caso algum híbrido de pantera negra quisesse se juntar ao soninho deles e – por mais que o apartamento estivesse trancado e o Jeon estivesse de castigo, novamente para variar – o Kim não confiava nenhum pouco naquele ser.
Para ele, o Jeon era um atirado sem esperanças de melhoras, não mudaria o seu jeitinho de ser nem com o namoro novo que estava tendo com o Min, este que por sinal, ainda não tinha desistido de lhe levar para uma famigerada reunião dos Cornos Anônimos. O híbrido acastanhado nem ligava para o que o angorá dizia, isso por acreditar que não precisaria de ajuda dos Cornos Anônimos para nada. Tudo o que ele queria estava ali, dentro daquelas paredes do apartamento que dividia a quase dois meses com o seu hyung.
E falando nele, Hoseok era o motivo dos sorrisos mais doces vindos de Taehyung. O híbrido nunca esperou sentir-se assim, ter aquele calor dentro do peito que lhe fazia suspirar. Claro que ele não deixaria sua guardar abaixar assim, da noite para o dia, ia fazendo com que os pedaços da armadura que lhe protegia quebrasse pouco a pouco. Conhecia a si mesmo e seus medos, mas ainda teimava em dizer para si mesmo que – caso o Jung fosse alguém ruim – ele já teria se mostrado assim antes. Até agora, tudo o que o ruivo era para si podia se resumir em uma palavra.
Perfeito!
Por mais que quisesse disfarçar, aquilo estava saindo do seu controle. Era como se fosse mais forte do que ele, lhe arrastando para um caminho bem diferente do que ele esperava. Não conseguia mais ficar perto demais do Jung sem sentir seu coração ficar tão acelerado a ponto dele precisar tentar se acalmar, respirar fundo e se sentar. Quando dormiam juntos o híbrido achava que seu peito explodiria a qualquer momento, ainda mais quando – sem querer, enquanto dormia – o ruivo lhe puxava para um abraço. Era bom estar nos braços do humano.
Mas seu coraçãozinho era fraco para tanto amor.
Mais arfares apaixonados.
Ele estava tão concentradinho fazendo o café da manhã que não notou que o humano já havia acordado e lhe olhava da porta da cozinha com um sorriso bobo nos lábios. Para Hoseok os sentimentos funcionavam quase iguais aos de Taehyung. Até o medo era o mesmo. Ele não queria se entregar assim como o híbrido, mas diferente do mais novo, seu coração já não lhe escondia mais o que sentia. Ele sabia que pouco a pouco, dia a dia, noite após noite, o desejo de estar ao lado de Taehyung crescia.
Duvidava muito pouco que já não estivesse apaixonado pelo gatinho. Mas isso só diria com plena certeza quando confirmasse as suas dúvidas – ou melhor –, quando desse o presente de Natal ao gatinho no final da semana que viria. Era uma aposta enorme, tanto que não sabia se ele gostaria do que estava preparando para o mesmo, mas no final das contas não podia mais ficar com aquilo dentro de si. Qualquer coisa, pediria desculpas e faria de conta que nada aconteceu. Tanto pelo seu bem, quanto pelo de Taehyung. Regredir era ruim, mas ele estava preparado para isso, caso acontecesse.
— Bom dia… – atreveu-se a chegar bem perto do híbrido, lhe abraçar por trás fazendo com que ele se assustasse. Como consequência ao ato mal calculado, o mais novo ainda sobre efeito do medo acertou uma “frigideirada” no humano. – Agora entendi porque o Kook choraminga tanto, isso dói muito. – disse afastando-se do mais novo e acariciando a cabeça onde o objeto lhe acertou.
Refeito do susto, o Kim sentiu o coração acelerar, suas orelhinhas murcharam e sua cauda ficou eriçada por conta do medo. Ele tinha agredido seu amado hyung e isso não se fazia.
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Sobre miados, carinhos, arranhões e um amor de frigideira
FanfictionOnde Hoseok adotou um hibrido de gato achando que sua vida seria tranquila, mas descobriu que ela seria sim, só que com uma pitadinha de Taezices e de uma frigideira voadora a cada crise de ciúmes do seu menino crescido. E a solidão não vai mais lh...