Aniversários, presentes e desejo

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Cinquenta e nove dias com ele.

Quentinho.

Assim estava o coraçãozinho de Taehyung como o seu corpo naquele momento. Ele já tinha tomado um banho quente, escovado seus cabelos e pelos, estava bem vestido com um pijaminha que seu dono tinha lhe dado, tinha o seu Tata em mãos também assim como sua aliança no dedo. Ele não parava de olhar para ela nem um segundo. Primeiro não quis levar ela para o banho, mas depois pensou que se não o fizesse poderia perdê-la. Então levou a mesma, mas ficou a vigiando de instante em instante enquanto se banhava. Parecia uma criança que não queria perder o brinquedo novo de vista.

E sorria, sorria como se o mundo fosse acabar, achava que ficaria com a face dolorida de tanto que estava sorrindo assim. Ter em seu dedo aquele anel era um motivo e tanto para se sentir o híbrido mais feliz do mundo, mas ter a certeza de que seu dono lhe amava como homem era melhor ainda. Claro que estava imensamente grato por ter sido adotado por Hoseok, mas ser seu namorado era um nível totalmente diferente. Era um passo a mais em direção a uma vida que ele nunca achou que teria.

Era bom demais para ser verdade. Ele ainda tinha medo, tanto medo...

Sentou-se na cama, abraçou o seu Tata e tentou a todo custo segurar as lágrimas que teimaram em escorrer de seus olhinhos. Sentia-se como se estivesse ganhando demais algo que não merecia. E então, como uma onda devastadora, ele sentiu uma tristeza estranha lhe inundar. Não queria pensar naquilo justo agora que seu dono e namorado queria lhe dar o seu melhor, mas tinha pensamentos bem pessimistas para o momento. Infelizmente não teve uma vida tão boa assim a ponto de poder alimentar positividade em cada passo que desse.

De seus olhos transbordavam lágrimas mornas, dolorosas e salinas. Estas que escorriam pela sua bochecha e caiam de seu queixo até a pelúcia que tanto amava. Ele a apertava com vontade, queria poder se encolher dentro de uma caixinha e só sair dali quando estivesse seguro de que não seria tão negativo assim. Hoseok estava tomando banho agora, não queria que ele lhe visse chorando por um motivo tão bobo como aquele, mas temia não ser forte a ponto de conseguir parar de chorar a tempo. Será que ele acreditaria que era por causa de felicidade que ele estava chorando?

O ruivo não era bobo e nem nada, saberia de ato que um choro de felicidade vinha sempre acompanhado de um sorriso doce. Aquele choro era um daqueles que acompanhava breve desespero e desalento. Não era assim que o mais novo queria ser visto, não precisava ser assim. E onde ficariam todas as palavras de amor e promessa de valorização? Onde estava a força que ele disse que mostraria em seus dias? Porque tinha de ser tão chorão assim? Abraçou seu Tata com mais forças e subitamente soltou um gritinho assustado ao sentir suas mãos lhe surpreenderem com um sinal de carinho.

Seu hyung havia passado suas mãos por sua cintura fazendo com que ele afrouxasse o enlace que fazia com suas mãos na pelúcia. O seu amado Tata caiu no tapete felpudo do quarto, mas sentir Hoseok lhe abraçando por trás e levando seu queixo até seu ombro compensaria  a maldade feita com seu pequeno Tata. Hoseok, como pensado pelo híbrido, não era bobo e nem nada e pensava que seu menino estava chorando por alguma insegurança que lhe arrebatasse naquele momento. Preferiu dar espaço ao Kim dessa vez.

Mostrar que o amava seria melhor do que apenas usar palavras.

— O que meu namorado está fazendo fora da cama? – perguntou divertido e o Kim sorriu. Ah, aquele sorriso quadrado lindo que animava o seu mundo. – Acreditei que te acharia deitadinho na cama, com seu Tata enquanto me esperava. – Taehyung delicadamente se livrou do enlace do mais velho e se virou para ele, deu um jeito de limpar as lágrimas enquanto isso.

— Podemos deitar agora hyung. – disse mais dengoso do que realmente queria. O Jung lhe sorriu e fez que sim, claro que ele queria deitar-se ao lado desse gatinho lindo.

Sobre miados, carinhos, arranhões e um amor de frigideiraOnde histórias criam vida. Descubra agora