•Briana•
Três dias.
Três dias do sumiço de Diana e Jessica.
Três dias sem qualquer notícias sobre ambas.
Três dias em que minha mãe praticamente entrou em colapso emocional com o desaparecimento de seus dois filhos e, que meu pai se sente culpado e sobrecarregado com todo este caso.
Três dias em que eu e Charlie nos sentimos vazios e sem amparo.
Desde do dia em que Jessica e minha irmã sumiram, além é claro deste sentimento de angústia e preocupação, muitas coisas estranhas ocorreram nesse intervalo de tempo...
Minha mãe recebeu pelo que diz ela, uma segunda chamada telefônica sem nexo algum e que acabou novamente queimando o aparelho de nossa casa. Ao menos, consegui testemunhar junto a ela, as luzes de nossa residência e as decorativas de Natal que ela comprou piscarem loucamente, porém ao contrário de minha mãe, fui cética perante uma possível comunicação de Will pela eletricidade.
Porém, o que me deixou totalmente confusa e achando que talvez por conta do sumiço de meus irmãos e de minha melhor amiga, eu estivesse ficando louca, fora quando minha mãe deu um berro de horror e para ver o que estava ocorrendo, vi o que parecia ser uma forma um pouco humanoíde na parede mas que de longe dava para reconhecer que não era uma pessoa.
Mamãe então me agarrou pelo braço tendo em vista que estavámos sozinha - uma vez que eu estava deprimida demais para sair de casa e que meus pais me proíbiram de o fazer, com medo que eu fosse a nova vítima do que quer que fosse que sequestrou Jess e meus irmãos -, onde nos escondemos por alguns intantes em nosso carro.
Por mais que eu tenha presenciado os supostos poderes da On, era muito difícil de acreditar que não fora o cansaço e o extresse de toda esta situação que levou eu e minha mãe neste delírio mútuo.
Mas mesmo assim, uns vinte por cento meu, acreditava em algo totalmente fora do normal.
O problema era o que... O que era esse "fora do normal", que eu sentia e presenciei junto a minha mãe.
É claro que a mesma comunicou ao meu pai o ocorrido, mas obviamente ele não deu corda a ela, uma vez que o seu estado emocional e mental já estavam refletindo em sua aparência física.
Além do mais, horas após meu pai ir para minha casa e despejar a horrível notícia sobre Jess e Di, descobri através dos amigos de meu irmão, que não fora apenas Jess e Diana que desapareceram naquela noite... Bárbara, melhor amiga da irmã de Mike, também sumiu.
Mesmo que alguns policiais acreditavam na teoria que a mesma havia fugido, no meu âmago eu sabia que essa não era a verdade... Algo podre estava cercando Hawkins, e levando aos poucos pessoas inocentes para algum lugar totalmente desconhecido e que talvez um desses lugares fosse... O vale da morte.
Eu sei que poderia estar sendo dramática, mas a esperança de que tudo iria acabar bem, estava se esvaindo lenta e dolorosamente de meu corpo junto tanto com a minha saúde emocional e física.
Neste meio período, o único que conseguia me dar forças era Charlie, onde por mais depressiva que eu me encontrava, tentava também retribuir o mesmo nem que fosse com falsas palavras de consolo dizendo que as coisas voltariam ao normal.
Eu também mantive contato com Mike através de meu Wakie-talkie, porém parecia que a cada dia o mesmo estava com Dustin e Lucas embarcando junto a minha mãe em uma suposta loucura, devido algumas pistas estranhas que On dava para o Wheeler.
Mas mesmo assim, o pior dia ainda estava por vir... Em uma manhã, deitada em minha cama faltando novamente aula, onde eu estava correndo os meus dedos em meu Mustangue de cor azul royal colecionável, Jonathan entrou em meu quarto e com tada cautela possível, em uma clara dor transparente em seus olhos, o mesmo me contou que na noite passada a polícia havia encontrado tanto o corpo de Will no rio de nossa cidade, como o corpo de Diana e Jessica.
Eu entrei em choque, deixei meu item favorito de espatifar em pedaços ao chão e meu corpo sucumbiu a descrença do que eu acabara de ouvir. Foi preciso um grande esforço - principalmente no estado de desolação que ele estava -, para John me convencer do que a polícia descobriu e para em seguida me consolar diante dos meus soluços de dor que se instalou no momento em que a realidade bateu em minha porta.
Após pelo o que pareceu horas, implorei ao meu irmão para que ele me levasse a case de Charlie e, no instante em que nos encontramos, onde ele e toda a sua família também já havia descoberto sobre a morte de Will, Diana e Jessica, corremos para nos abraçar e, dando privacidade para que digerissemos toda aquelas informações, Daniel, Jonathan e os pais de Charlie nos deixaram a sós, apenas com nossa dor dilacerante fazendo conpanhia.
Não me lembro de ter chorado tanto em minha vida, assim como também não me lembrava de testemunhar Lie desabar emocionalmente também. Ficamos alí, abraçados no meio da sala de sua casa, ajoelhados perante ao chão e disidratando todo o nosso corpo com lágrimas que caiam impiedosamente de nossos rostos.
Dor, descrença, suadades e luto percorriam nossas veias nos fazendo soluçar de tanto sofrimento que estavámos passando.
Eles eram tão jovens, tão cheios de vida, felizes e nos traziam uma também felicidade.
Mas como sempre, só percebemos isto, quando os perdemos.
Essa seria uma frustração que nunca iria desaparecer de nós: o tempo que perdemos onde não conseguimos dizer o quanto amavámos os três.
Mesmo assim, isso não fora o suficiente para fazer minha mãe e Mike acreditarem que tanto Will, minha irmã e Jess morreram, fazendo com que Jonathan discutisse com nossa mãe e o Wheeler posteriormente arriscar Onze, a levando para a nossa escola em uma tentativa de se comunicar com o Will, através de um rádio do grupo da escola que eles intitularam de "A.V.".
Como se esse possível maníaco sequestrador que os matou, teria dado alguma forma de comunicação ao meu irmão...
Pelo menos, assim como Lie conseguia, Mike me fez rir por um breve instante ao contar do "acidende" fisiológico que On segundo o mesmo fez Troy passar na frente de toda a escola...
Em seguida, veio a pior parte; o velório de meu irmão, de Di e de Jessica que ocorreram tudo no mesmo dia.
Sentir aquela perda não fora o suficiente para o destino, o mesmo queria que precensiassemos a dor de nossos parentes fazendo com que nos enterrassemos mais ainda em luto.
Eu não queria saber dos supostos surtos de minha mãe e nem das falsas esperanças de Mike, por isso - e pelo maldito do Loonie ter se aproveitado para voltar para minha casa -, decidi passar uns tempos na casa de meu pai e ignorar as chamadas incessantes de Mike no meu Walkie-talkie.
Porém não durou quase um dia, quando Lie estava comigo me fazendo companhia para ao menos eu e ele darmos forças um ao outro, quando nós dois fomos atender a porta, e nos encontramos com uma Diana e uma Jessica totalmente cobertas da cabeça aos pés com uma espécie de gosma misturada com lodo.
E antes que eu caísse para trás desmaiada, Jessica falou;
"Encontramos o seu irmão..."
E Diana continuou;
"E vimos o diabo, e ele não é vermelho com chifres, e sim muito mais aterrorizante."
E assim, quem caiu para trás, desta vez obviamente exaustas, assustadas, impressionadas e claramente necessitando de cuidados básicos, foram as duas garotas que estavam em nossa frente.
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As gêmeas Hopper Byers
Science FictionQuando Joyce Byers e Jim Hopper estavam enfrentando momentos difíceis em suas vidas, acabaram encontrando consolo em sua antiga amizade que, quando fora adicionada algumas garrafas de cervejas e vodkas, acabou gerando dois laços eternos: duas filhas...