Paciência tem limite

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P.O.V. Solara.

Eu não sei nadar! Estou me debatendo, gritando, pedindo socorro e entrando em pânico. Acho que devo ter engolido metade do lago a esta altura. De repente, comecei a ver cores. Sei o que isso significa, significa que estou me afogando, vou apagar em breve. Pensei na minha mãe, se eu morrer aqui, ela vai ficar arrasada, destruída. Minha mãe sacrificou muita coisa por mim. Então as cores foram apagando e num piscar de olhos não tinha nada além da escuridão.

P.O.V. Rocky.

Cara, não tem nada mais assustador do que isso. A louca da Ludmila empurrou a Solara dentro do lago e ela ficou gritando, se debatendo, achei que ela estava zoando, mas de repente ela afundou e quando voltou a superfície... bom, ela está boiando com a cara na água.

-Professor! Professor! Alguém! Socorro! Socorro!- Eu gritei por ajuda.

Felizmente o salva vidas veio, pulou na água e arrastou Solara pra fora. Sem demora uma multidão de gente se aglomerou em volta pra ver a desgraça alheia. O homem teve que fazer respiração boca a boca e massagem cardíaca. Até que de repente, graças á Deus ela recobrou a consciência e vomitou um monte de água.

P.O.V. Solara.

De repente, eu só me vi cuspindo, mais tipo vomitando um jorro de água. Tossi umas vinte vezes até voltar ao normal. Olhei em volta e estou no lago. O que significa que eu não morri, espero que não.

-Eu morri?- Perguntei meio desorientada.

-Não. Graças á Deus não.- Respondeu o salva vidas.

Respirei fundo para tentar me acalmar, me situar. Me sentei.

-Você está bem? Quer um copo d' água?- Perguntou o homem preocupado.

-Eu já bebi metade do lago e você me oferece água? Não obrigado.- Agradeci sendo meio rude.

Então no meio daquela multidão de jovens aglomerados movidos por uma curiosidade mórbida que todo ser humano tem, vi a loira e a expressão no rosto dela não era boa, acho que ela ficou com medo, mais por ela do que por mim é claro. E neste exato momento sinto meu sangue FERVENDO! Movida por uma fúria assassina ocasionada por muita provocação e uma experiência de quase morte, me levantei, caminhei até a garota. Ela até tentou fugir, mas agarrei no braço dela e disse olhando bem no fundo dos seus olhos enquanto os meus faíscam de ódio.

-Olha, eu sei que você estava fazendo isso só porque aparentemente você não tem nada na cabeça, mas tente de novo... e eu acabo com a sua raça.- Ameacei-a.

A garota se encolheu. Deu pra ver que ela levou a sério a ameaça. E é bom que tenha levado mesmo. Me sentei numa das cadeiras e senti alguém colocar uma toalha sob os meus ombros. Olhei pra cima e imagine só... é o Leon.

-Lion eu...- Ludmila tentou se justificar.

-Desta vez você foi longe demais. - Leon soava indignado.

-Que é isso Lion...- Ela ainda tentou falar, mas ele a cortou.

-O meu nome é Leon! E ela podia ter morrido afogada Ludmila! Como é que você empurra alguém pra dentro da água sem saber se a pessoa sabe nadar?! Quer saber, chega. Eu tô de saco cheio.- Esbravejou o moreno.

-Está terminando comigo?- Perguntou a loira.

-Estou. Eu planejava fazer isso com mais delicadeza, mas depois dessa. Acabou!- Gritou Leon indignado.

Eu ein! Parece que a loira conseguiu espantar até o namorado e o Leon não me parece do tipo de estoura por qualquer coisa. Não parece ter cabeça quente, como eu.

-Eu vou pro quarto tomar banho. Eu não morri tá! Não tem nada pra ver aqui! Circulando meu povo!- Falei botando a multidão que ainda estava aglomerada á minha volta para correr.

Chegando no chalé eu tomei banho e enquanto estava embaixo do chuveiro só continuava pensando em como eu quase morri. Caralho eu quase morri. E foi horrível, mas pacífico ao mesmo tempo. Não tem como explicar. Então desliguei o chuveiro, me sequei, me enrolei na toalha e decidi me arrumar. Só porque eu queria me sentir bonita. Sequei meu cabelo fazendo escova, passei creme no corpo, tirei o esmalte preto da unha, até porque agora o preto me parece meio fúnebre. Depois vesti uma roupa mais alegre e prendi meu cabelo num penteado legal e fiz maquiagem. Delineador, rímel, sombra iluminadora, batom sem cor. Coloquei um colar triplo e bastante acessórios. Anéis, pulseiras. Brincos. E imagine a minha cara quando ninguém mais ninguém menos do que o Leon Vargas apareceu na minha porta. É, essa ai foi a cara que eu fiz.

-Posso entrar?- Perguntou o mauricinho

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-Posso entrar?- Perguntou o mauricinho.

-Pode. O que... está fazendo aqui?- Indaguei.

-Vim ver se você está bem.- Respondeu ele.

-Estou.- Respondi. Na verdade não muito, estou irritada, frustrada, cansada e meio em pânico.

-Terminei com a Ludmila.- Afirmou o garoto.

-Eu soube, parabéns.- Eu disse sendo sarcástica. 

-Vai ter aula de dança.- Falou Leon tentando me animar.

Assenti com a cabeça.

-Você podia ir, sair do quarto. Distrair a cabeça.- Disse ele.

-Mas, eu não quero. Quero ficar aqui.- Repliquei.

Iríamos continuar aquela interessante conversa quando fomos rudemente interrompidos por uma loira que veio e ainda disse na maior cara de pau: -Foi um acidente. Sem ressentimentos.

Cara, eu pirei. Eu surtei legal! E dei um murro na cara dela. Ouvi o som do nariz quebrando.

-Aaai!- Gritou Ludmila.

-Agora sim. Sem ressentimentos.- Eu disse.

O Leon ficou chocado. Acho que aquilo pegou ele de surpresa, mas outra coisa me pegou de surpresa. 

-Sol querida!- Disse aquela voz que eu reconheceria em qualquer lugar.

Meu Deus é a minha mãe!

Rebeldes- Versão DisneyOnde histórias criam vida. Descubra agora